PRINER ESTIMA CRESCER EM 2022, PREPARA CONTRATAÇÃO DE PROFISSIONAIS OFFSHORE E MIRA AQUISIÇÕES DE EMPRESAS | Petronotícias




faixa - nao remover

PRINER ESTIMA CRESCER EM 2022, PREPARA CONTRATAÇÃO DE PROFISSIONAIS OFFSHORE E MIRA AQUISIÇÕES DE EMPRESAS

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

priner-tulio-cintra-ceo copiarO Grupo Priner, que atua prestando uma ampla gama de serviços e manutenção industrial, viveu tempos de crescimento e expansão de negócios ao longo de 2021. Agora, em 2022, a ideia da empresa é continuar alçando novos voos, especialmente no segmento offshore. Para conhecer os principais feitos da companhia até aqui e os planos para o futuro, o Petronotícias entrevista hoje (8) o CEO do Grupo Priner, Tulio Cintra. O executivo conta que a parcela da receita da empresa oriunda do setor offshore cresceu para 45% no ano passado e esse número deve saltar para 50% em 2022 – um recorde na história da Priner. Cintra explica que as expectativas positivas para este ano se devem ao volume de contratos conquistados em 2021. Além disso, a previsão de chegada de novas plataformas ao Brasil também cria um horizonte de possibilidades de novos negócios para os próximos anos. Diante de tamanha expectativa de crescimento, a Priner diz que planeja também aumentar seu quadro de funcionários, para atender a nova demanda que irá surgir a partir dos contratos recém-conquistados. “Atualmente, a Priner dispõe, como um todo, de 1.000 vagas em aberto. Isso é perto de um terço do nosso corpo de trabalho atual – de 3.300 funcionários. Desse total, o segmento offshore corresponde a cerca de 500 vagas em aberto”, detalha o CEO. O entrevistado fala ainda das metas de expansão do escopo de atuação do grupo, mirando em áreas como inspeção no segmento offshore e engenharia de integridade. Por fim, Cintra comenta também sobre o que a Priner espera com a recém-anunciada compra da Brito & Kerche e revela que novas aquisições de empresas devem ser anunciadas em 2022.

Como foi o último ano da empresa dentro do setor de óleo e gás, especialmente no segmento offshore?

acesso_4_web_deck-960x960Historicamente, o segmento offshore tem sido um participante de 40% a 42% da nossa receita consolidada. No ano de 2021, esse setor saltou para 45% da nossa receita e a nossa expectativa para 2022 é que esse patamar suba para 50%, o que representaria um recorde. 

O ano de 2021, apesar do nosso crescimento no offshore, foi marcado por muitas interrupções devido à pandemia. O fato de estarmos embarcados aumenta a sensibilidade à pandemia. No caso de alguém infectado com o vírus, o desembarque não será apenas de uma pessoa, mas de um quarto inteiro onde aquele funcionário estava trabalhando. Às vezes, ocorria o desembarque de líderes de função, forçando o desembarque total da equipe. Então, em suma, o offshore foi muito mais sensível ao efeito pandêmico do que o onshore.

Ainda sobre 2021, não posso deixar de mencionar que o crescimento não veio acompanhado com nossas margens típicas. Nós tivemos um achatamento de margens grandes no offshore devido ao período de quarentena, porque alguns colaboradores não podiam embarcar ou ficaram muito tempo de quarentena. Então, havia um custo, mas a receita não era correspondente. Esperamos que em 2022, com o relaxamento das restrições de mobilidade, tenhamos uma receita maior pelo mesmo custo.

Tivemos sucesso em ampliar nossa presença em todas as unidades de produção de petróleo operadas por empresas privadas no Brasil. Assim, a Priner tem participação em todas as FPSOs privadas do Brasil, em atividades como pintura, acesso, isolamento e inspeção. Estamos visualizando um 2022 mais aquecido do que 2021, não apenas para nós, como para todos os atores que estão no segmento de offshore.

Ao que se deve essas boas expectativas?

Ensaio-Ultrassom-Phased-Array-ManualO primeiro motivo pelo qual 2022 se mostra tão positivo é a conquista de contratos ao longo do ano passado. A Priner teve sucesso na licitação da Petrobrás para manutenção de unidades do campo de Tupi, na Bacia de Santos. Além disso, também tivemos sucesso em um contrato muito amplo com a Modec, envolvendo todas as unidades da empresa no país. Então, começamos 2022 com mais de 1.200 funcionários atuando no offshore para clientes como Petrobrás, Modec, SBM, Saipem, BW Offshore e Equinor. O ano começou há poucos meses e já estamos com receitas recordes para o primeiro mês.

Além disso, estamos vendo o preço do óleo subindo. Esse cenário fomenta os campos que foram vendidos pela Petrobrás para a iniciativa privada. Esses novos investidores devem realmente cuidar ainda mais desses ativos, para que possam produzir mais. Isso passa, necessariamente, pelas atividades de manutenção que a Priner executa. Adicionalmente, ainda existem as novas unidades que virão para o Brasil. Serão cinco FPSOs novos no país até o final de 2025. Isso está movimentando o Brasil. Importante lembrar que, recentemente, a Petrobrás também contratou unidades de perfuração, o que acaba irrigando o mercado de serviços offshore como um todo.

A empresa tem perspectivas de ampliar o quadro de funcionários para atender à demanda crescente?

Ensaio-Dureza-2-960x960Sim. Atualmente, a Priner dispõe, como um todo, de 1.000 vagas em aberto. Isso é perto de um terço do nosso corpo de trabalho atual – de 3.300 funcionários. Desse total, o segmento offshore corresponde a cerca de 500 vagas em aberto, entre operadores de hidrojato, isoladores, montadores de andaimes, supervisores, coordenadores, inspetores, entre outras. Essas vagas são publicadas frequentemente em nosso portal. Não será possível dar cabo ao crescimento que teremos a partir de 2022 sem aumento de quadro. Esse aumento será natural – tanto na mão de obra direta quanto nas estruturas indiretas de apoio a essa equipe.

Em Macaé, estamos trabalhando para mudar para uma área quase quatro vezes maior do que a atual, para que possamos acompanhar a estrutura indireta, estoque de material e manutenção de tudo o que nós temos, visando o atendimento ao segmento offshore. Há 10 anos, a Priner faturava de R$ 600 mil a R$ 700 mil por mês no segmento offshore. Hoje, essa cifra subiu para mais de R$ 20 milhões mensais. Raramente, um setor tem um potencial de crescimento como esse. O offshore brasileiro é sempre um polo atrativo de investimentos, um gerador de empregos e facilitador de formação de mão de obra de ótima qualidade.

O grupo almeja alcançar uma participação de mercado entre 10 e 12% até 2026. Qual o peso do mercado de óleo e gás para o atingimento dessa meta e qual o caminho para alcançar esse patamar?

Jato-abrasivo-úmido-limpando-portátil-789x960Apesar de o mercado offshore ser pujante, não é possível simplesmente dobrar nossa participação offshore, porque existe um número finito de plataformas. Sendo assim, visualizamos que nossa presença no segmento offshore pode aumentar em até 25%, levando em conta as atividades que já fazemos. Agora, olhando para as atividades que queremos incrementar, como inspeção subsea, podemos aumentar nossa presença no offshore para 50%. Isto é, saindo dos R$ 20 milhões por mês para R$ 30 milhões por mês. Isso é possível por meio da expansão de outros serviços. 

Poderia detalhar um pouco mais como será a expansão de atividades da companhia?

A Priner planeja tornar-se, e será em breve, uma das mais expressivas companhias de inspeção no segmento offshore. Nesse primeiro momento, focada ainda nas inspeções acima do nível d’água. Em um próximo movimento, que deve ocorrer a partir de 2023 em diante, o foco seria em inspeção em equipamentos subsea – risers, manifolds, etc. – antes de suas respectivas instalações.  Vamos dedicar-nos bastante nos próximos meses. Em suma, o principal negócio de nova expansão no offshore será por meio da inspeção acima da lâmina d’água e nos equipamentos submarinos antes de instalados.

Queremos também fazer um movimento para a área de engenharia de integridade. A Brito & Kerche, que foi adquirida pelo Grupo Priner recentemente, já trabalha com engenharia de integridade. Então, olhando para o movimento do que chamamos de gêmeos digitais e indústria 4.0, esperamos ser uma empresa brasileira à frente dessa tecnologia do Brasil. Ou seja, engenharia de integridade com o máximo de tecnologia aplicada.

Aproveitando que mencionou sobre a aquisição da Brito & Kerche, poderia falar sobre quais novos horizontes serão abertos a partir desse movimento?

Assinatura da compra da Brito & Kerche

Assinatura da compra da Brito & Kerche

Antes da Brito & Kerche, estávamos fazendo os mais diversos ensaios, mas ainda concentrados naqueles que são considerados convencionais. Com a entrada da Brito & Kerche no grupo, expandimos nosso escopo para a quase totalidade dos ensaios não destrutivos avançados. Isso abre nosso espaço para inspeções para conformidade legal, engenharia de integridade, cálculos estruturais, extensão de vida útil, análise de falha, ensaios mecânicos, adequação de NR-13 e engenharia de análise numérica. A Priner entrou em uma vanguarda. Hoje, somos capazes de oferecer quase todos os ensaios e soluções que um operador offshore pode demandar.

Nós estamos muito felizes com as aquisições da Poliend [realizada em 2020] e da Brito & Kerche. Existe um tipo de qualificação de inspetor que se chama inspetor N3 – o nível mais alto da inspetoria. Muitas empresas não possuem esses profissionais, enquanto outras possuem apenas um. É raro uma empresa que tenha um ou dois. A Priner, por sua vez, já possuía quatro inspetores N3 graças à aquisição da Poliend. Agora, com a compra da Brito & Kerche, nosso quadro passa a contar com mais três inspetores N3.

A Brito & Kerche é uma empresa de vanguarda, que está à frente da mobilização de tecnologias pouco usadas no Brasil, devido à sofisticação dos equipamentos. É uma empresa que avançou muito em robótica e equipamentos de última geração. Estamos bastante animados com a perspectiva de sermos um divisor de águas em temos de oferta de qualidade de serviço no segmento de inspeção no mundo offshore. Nossas expansões futuras serão no segmento de inspeção, com foco nas unidades subsea.

E como está o apetite da Priner em relação a possíveis novas aquisições no futuro?

isolamento_termico_4_conservacao_de_energia-960x960A aquisição da Brito & Kerche foi mais um passo, que não vai parar por aqui. Isso eu posso garantir. Neste ano, teremos outras  aquisições de muito peso na companhia, de tal sorte a completar o nosso portfólio de ofertas de alta engenharia para o segmento de óleo e gás.

Estamos trabalhando com outras companhias e diligências. O nosso plano não para. Esse foi o primeiro anúncio. Um passo a mais. Mas essa escada é alta. Esse foi um dos primeiros degraus. A Priner fará várias outras aquisições no ano de 2022.

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of