PROCURADORES APONTAM RICARDO PESSOA E MARCIO FARIA, DA ODEBRECHT, COMO LÍDERES DO ESQUEMA DE PROPINAS NA PETROBRÁS
O grupo de procuradores que forma a força-tarefa da Operação Lava Jato apontou o empresário Ricardo Pessoa (foto), da UTC, e Márcio Faria, da Odebrecht, como líderes da organização denunciada à Justiça Federal, que entre 2004 e 2014 teria desviado mais de R$ 6 bilhões da Petrobrás, por meio do pagamentos de propinas. É a primeira vez que um empresário da Odebrecht foi envolvido formalmente pelos procuradores como um dos líderes do esquema de corrupção na estatal.
Os executivos da Odebrecht ainda não foram denunciados pela Lava Jato, mas a empresa e seus dirigentes são alvos de inquérito da Polícia Federal. A empreiteira nega o envolvimento com o esquema. Faria e outros dois executivos, Rogério Araújo e Alexandrino Alencar, foram apontados em delações premiadas como elos do cartel e das propinas no esquema da Petrobrás. No processo os Procuradores responsabilizam três executivos da Camargo Corrêa: Dalton Avancini, ex-presidente; Eduardo Leite, ex-vice-presidente; e João Auler, ex-presidente do Conselho de Administração da empresa. Eles são acusados de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa:
“Pessoa tinha função de destaque na convocação de reuniões e na formulação das regras para a divisão de obras, eliminação da concorrência e fraudes aos certames”, diz o relatório dos procuradores, que destaca ainda o seguinte:
“Esse grupo já era formado, e tinham empresas e pessoas tradicionais nesse setor de óleo e gás. A Odebrecht e Márcio Faria era uma pessoa era líder que já trabalhava há muito tempo, mais de 20 anos nesse setor. Da mesma forma, Ricardo Pessoa. Eram pessoas que tinham maior capacidade de conversar com as empresas, e que tinham conhecimento das outras empresas.”
No processo, os acusados foram divididos em núcleos: O primeiro núcleo era formado pelos administradores das empreiteiras Odebrecht, UTC, Camargo Corrêa, Techint, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Promon, MPE, Skanska, Queiroz Galvão, Iesa, Engevix, Setal, Setal Óleo e Gás, GDK e Galvão Engenharia.
Há um núcleo para apurar crimes políticos, sendo que a maioria segue investigada nos casos que estão no Supremo Tribunal Federal. Três deles já foram denunciados em primeiro grau, André Vargas, Pedro Corrêa e Luiz Argôlo. Segundo os procuradores, Avancini, Leite e Auler integraram o núcleo empresarial do esquema, que pagava de 1% a 3% de propina à agentes públicos indicados por PT, PMDB e PP em diretorias da Petrobrás. Em troca, o grupo controlava e dividia contratos bilionários O desvio já reconhecido pela estatal é de R$ 6 bilhões.
Ricardo Pessoa admitiu ter praticado atos ilícitos e aceitou fazer um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República para revelar o que sabe sobre o esquema criminoso em troca de benefícios como redução da pena.
A Construtora Odebrecht negou em nota que a empresa tenha participado de cartel ou que tenha oferecido pagamento de propina em contratos com qualquer agente público.
“Esse grupo já era formado, e tinham empresas e pessoas tradicionais nesse setor (óleo e gás). Então a Odebrecht e o Márcio Faria era uma pessoa que era líder, era, já trabalhava há muito tempo, sei lá, mais de 20 anos talvez, aí nesse setor…” A corrupção dos políticos no Brasil é antiga, só lembrando: Eliezer Batista recebia 1% do manganês da Serra do Navio exportado para os EUA, enquanto presidente da Vale do Rio Doce (vide denúncia do jornalista Hélio Fernandes) em plena ditadura militar. A Petrobrás, igualmente, é sangrada há mais de 20 anos, vide denúncia do jornalista… Read more »