PROCURADORIA APONTA PAGAMENTO DE PROPINA PELA SAMSUNG EM CONTRATOS DE SONDAS

A Samsung passou a constar da lista de empresas investigadas pelo Operação Lava Jato, após o processo de delação premiada do executivo Julio Camargo apontar a negociação direta de US$ 53 milhões em propina com o vice-presidente mundial da empresa, Harry Lee (foto). A informação consta de um relatório desenvolvido pela Procuradoria Geral da República, que indica a participação do lobista Fernando Soares, conhecido como Baiano, nas negociações para contratos de US$ 1,2 bilhão, de acordo com reportagem do jornal Valor Econômico.

O texto afirma que a perícia da procuradoria avaliou dados bancários e fiscais obtidos pela Operação Lava Jato, além de dois contratos de arrendamento apresentados pela Petrobrás e os termos da delação de Julio Camargo. Os contratos eram relativos a duas sondas de perfuração da Samsung, sendo o primeiro deles de US$ 586 milhões e o segundo de US$ 616 milhões.

A conclusão dos peritos, segundo o jornal, foi que o lobista Fernando Baiano fez exigências maiores aos executivos envolvidos nos contratos, levando ao valor extra da propina.

“Para viabilizar a negociação do segundo afretamento, Julio Camargo teria negociado com Harry Lee (…) a complementação de valores para alcançar montante de US$ 53 milhões, necessários para suportar os valores supostamente exigidos por Fernando Soares”, afirma o laudo publicado pela reportagem.

O advogado que defende Fernando Soares, Mário de Oliveira Filho, afirmou ao jornal que a acusação foi feita “em cima de ilações” e nega que o lobista tenha sido operador financeiro do PMDB.