PRODUTORES DE PETRÓLEO DO TEXAS ESTÃO ANSIOSOS PELA POSSE DO PRESIDENTE TRUMP NA PRÓXIMA SEMANA
ORLANDO – Por Fabiana Rocha – Agora faltam poucos dias para que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, assuma o cargo mais importante do Globo. Dia 20 é logo ali e, depois dele, muita coisa no mundo vai mudar. Por aqui nos Estados Unidos, muito mais. Mas os reflexos dessas mudanças serão as sementes de um novo ciclo global. No campo do petróleo, o Texas, maior produtor de petróleo da América, parece estar com aquele frio na barriga à espera da posse. Durante a campanha Trump sempre disse: “perfurar, baby, perfurar” e é o que promete repetir no primeiro dia de sua próxima administração. Ele quer, como diz seu site, que os EUA sejam “o produtor de energia dominante no mundo, de longe”. No início deste ano, a Texas Oil & Gas Association, o principal grupo industrial do estado, relatou que o Texas forneceu 42% do petróleo do país em 2023. O Texas quebrou recordes no ano passado, quando os operadores perfuraram quase 2 bilhões de barris de petróleo e 12 trilhões de pés cúbicos de gás natural. E foi um ano de destaque para o petróleo e gás nos EUA, que produziram 12,9 milhões de barris de petróleo por dia. O recorde anterior era de 12,3 milhões de barris de petróleo por dia em 2019. A Energy Information Administration já está projetando que as empresas produzirão em média 13,2 milhões de barris por dia este ano e 13,7 milhões de barris por dia em 2025.
Nenhum outro país chega perto de produzir a quantidade de petróleo que os Estados Unidos produzem. A Rússia, o segundo maior produtor do mundo, estimou cerca de 9 milhões de barris por dia no mês de junho, em 2024. Mas, nem sempre foi assim. Durante a década de 1990 e o início dos anos 2000, os EUA ficaram atrás da Arábia Saudita e da Rússia. Em 2018, assumiram a liderança. De acordo com alguns analistas da indústria aqui nos Estados Unidos, o Texas está novamente pronto para contribuir com bilhões de galões de petróleo este ano. E no próximo. E no seguinte. Vários fatores influenciam a quantidade que as empresas de petróleo e gás devem fornecer em qualquer ponto para atender à demanda, mas não há dúvida de que a indústria está repleta de petróleo, dizem os analistas. E embora o presidente Trump possa estar encorajando mais perfurações, sempre será o mercado que definirá os padrões de produção. No entanto, a indústria acolheria com satisfação menos regulamentação, o que seria mais provável em qualquer administração republicana. O governo Biden orquestrou ações que seria “para combater as mudanças climáticas”, incluindo regras federais para reduzir as emissões de metano, bloqueando mais do que meio milhão de hectares federais no Alasca para perfuração, interrompendo temporariamente as exportações de gás natural liquefeito, apontando um “lagarto do deserto” como ameaçado de extinção e protegê-lo dela. Nem assim, disseram os analistas, nenhuma das medidas impactou significativamente a produção. O lagarto que já nem era conhecido, mesmo depois disso, continuou desconhecido.
As medidas mesmo só serviram para azedar o relacionamento com a indústria de petróleo e do gás. Assim como aí no Brasil, os “ambientalistas” de plantão, sempre querem salvar o mundo tentando atrapalhar o progresso. O atraso da exploração da Margem Equatorial brasileira que o diga. Eles são “mestres” nas políticas que prejudicam a produção. Em contraste, Trump prometeu eliminar quaisquer obstáculos à perfuração. A maior parte do petróleo do estado vem da Bacia do Permiano, uma área de 75.000 milhas quadradas entre o Texas e o Novo México, onde os maiores nomes da indústria de energia — incluindo Chevron, ExxonMobil e ConocoPhillips — estão perfurando. A parte do Texas na Bacia do Permiano é de propriedade do estado e de proprietários privados, de acordo com o Federal Reserve Bank of Dallas. Restrições federais à perfuração afetariam principalmente o Novo México, onde metade da produção que ocorre em seu solo é de propriedade federal.
Essas empresas e inúmeras outras bombearam mais petróleo em 2023 do que os nove principais estados produtores do país juntos, mostram os dados do Texas 2036. Os perfuradores extraíram 2 bilhões de barris de petróleo. Os outros estados, que incluem Pensilvânia, Novo México, Oklahoma e Dakota do Norte, bombearam cerca de 1,8 bilhão de barris. Jeremy Mazur, consultor sênior de políticas do Texas 2036, acredita que a magnitude da produção de petróleo e gás vinda do Texas é fora do comum. Só em 2024, o regulador de petróleo e gás do estado aprovou cerca de 4.500 novas licenças de perfuração. Para perfurar no Texas, as empresas devem primeiro buscar aprovação da comissão, que tem 46 dias para aprovar uma solicitação. Não há nenhuma lei federal que limite quantas solicitações a comissão pode aprovar. Um bom exemplo para o IBAMA de Marina Silva que demora mais de dois anos para aprovar uma licença para explorar um campo maduro, que recebeu também uma licença para iniciar a sua exploração.
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