faixa - nao remover

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO BUSCA FORMAR NOVAS LIDERANÇAS FEMININAS PARA O SETOR DE ENERGIA DO BRASIL

1716134805189A representatividade feminina no setor de energia tem ganhado cada vez mais destaque nos últimos anos, à medida que as empresas buscam a equidade de gênero no mercado de trabalho. Uma nova iniciativa chega para reforçar esse movimento: a segunda edição do programa de mentoria Women in Focus, promovido pela PwC em parceria com o World Energy Council (WEC), foi oficialmente lançada em São Paulo. O foco é a capacitação de mulheres em mercados tradicionalmente masculinos, como o de energia — incluindo o segmento nuclear. Uma das participantes será a gerente de relações institucionais da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN), Thayana Melo, nossa entrevistada desta terça-feira (5). “Apesar de alguns avanços nos últimos anos, o setor de energia no Brasil ainda é majoritariamente masculino. Por isso, além de políticas internas, é essencial investir em capacitação para que as mulheres se sintam preparadas e confiantes para ocupar cargos mais altos”, afirmou. “Tenho convicção de que ações como essa trarão impactos concretos e duradouros no médio e longo prazo, tanto na inclusão quanto na valorização das mulheres no setor”, completou.

Poderia começar explicando alguns detalhes sobre essa nova edição do programa de mentoria? 

Da esquerda para a Direita: Gisele Viveros, Diretora Comercial da ENEL; Margareth Goldenberg, CEO Goldenberg Diversidade; Lia Cabrera, Senior Associate II na PwC Brasil; Thayana Melo, Gerente de Relações Institucionais da ABDAN; e Reinaldo Bugarelli, Secretário Executivo do Fórum de Empresas e Direitos LGBT+ da PwC

A PwC é uma empresa global de consultoria que criou um programa de capacitação voltado para mulheres, chamado Women in Focus. A primeira edição foi realizada em 2023. A Gisele Viveros, diretora comercial da Enel e conselheira da World Energy Council (WEC), participou de uma iniciativa semelhante quando esteve no Chile. Ao identificar o potencial desse tipo de mentoria, ela propôs uma parceria entre a PwC e o WEC para trazer o programa ao setor de energia.

Nesta segunda edição, a PwC decidiu mapear mercados estratégicos onde ainda há uma forte predominância masculina – e o setor de energia foi um dos escolhidos. É a primeira vez que a PwC desenvolve esse tipo de ação voltada especificamente para nosso setor, o que representa um avanço importante.

Como foi o processo de seleção?

A ABDAN é uma das entidades-membro do World Energy Council, que reúne associações e empresas de diversos países, incluindo o Brasil. Os conselheiros da WEC compartilharam as informações sobre o programa com seus respectivos membros, e cada organização deveria indicar uma gerente para participar. Pela ABDAN, eu fui a indicada. No total, foram oferecidas quatro vagas — e eu fui uma das selecionadas para integrar o grupo de mentoradas.

O programa foi oficialmente lançado na última semana, durante um evento na sede da PwC, em São Paulo. Foi uma cerimônia de cerca de duas horas e meia, seguida por um coquetel com sessão de networking. Estavam presentes várias lideranças influentes na pauta de diversidade, o que tornou o momento ainda mais especial.

Agora, começamos de fato a etapa de mentoria. Um ponto que considero muito relevante é que os mentores são diretores da própria PwC. No meu caso, serei mentorada pelo Mauro Toledo. As reuniões devem começar já nesta semana, e o programa seguirá até outubro.

Quais serão os conteúdos trabalhados dentro da mentoria?

Gisele Viveros, Adriano Correia, Carolina Gomes e Thayana Melo

Gisele Viveros, Adriano Correia, Carolina Gomes e Thayana Melo

O programa está estruturado em várias frentes. Teremos uma trilha de soft skills, com workshops voltados para gestão de carreira, desenvolvimento pessoal e letramento. Também haverá uma trilha específica de impulsionamento de carreira, desenvolvida em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Além disso, participaremos de sessões mensais de mentoria individual com conselheiros do World Energy Council, e também teremos encontros periódicos com uma consultora especialista em liderança e carreira, para fazer um acompanhamento mais próximo. Por fim, o programa inclui os Role Model Roundtables, que são momentos de troca com executivas renomadas do mercado – uma oportunidade de aprender com histórias inspiradoras e trajetórias de sucesso.

Como estão suas expectativas ao representar o setor de energia e qual a importância de aumentar, cada vez mais, a presença feminina dentro desse segmento?

Minhas expectativas são altíssimas. A PwC é uma referência global nesse tema, e o programa de mentoria e inclusão que eles oferecem está entre os mais avançados do mundo. Ele já serviu de modelo para outras empresas e mostra, com exemplos concretos, como mulheres que passaram por essa mentoria hoje ocupam cargos de liderança.

Uma das mensagens mais importantes do programa é que a inclusão da mulher não significa a exclusão do homem. O foco é promover a equidade de gênero, especialmente no setor de energia, onde o objetivo é ter, no futuro, uma representação equilibrada entre homens e mulheres em posições de liderança – seja em diretorias, presidências ou conselhos.

Apesar de alguns avanços nos últimos anos, o setor de energia no Brasil ainda é majoritariamente masculino. Por isso, além de políticas internas, é essencial investir em capacitação para que as mulheres se sintam preparadas e confiantes para ocupar cargos mais altos. O programa tem exatamente esse propósito: oferecer ferramentas para que as mulheres conquistem esses espaços por estarem tão prontas quanto os homens.

Quais são os impactos de uma iniciativa como essa no mercado de trabalho do setor nuclear?

Imagem do WhatsApp de 2025-08-01 à(s) 11.41.29_52cd980fSabemos que o setor nuclear é tradicionalmente masculino. Embora alguns avanços já tenham ocorrido, eles ainda são tímidos. Por isso, acredito que essa é uma iniciativa muito positiva e necessária, que marca o início de uma transformação. Além da minha participação representando a ABDAN, também teremos a participação da Heloisa Serra da Silva, representando a Eletronuclear, que é a principal empresa do setor nuclear no Brasil. Isso, por si só, já representa um avanço importante. Tenho convicção de que ações como essa trarão impactos concretos e duradouros no médio e longo prazo, tanto na inclusão quanto na valorização das mulheres no setor.

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of