PROGRAMA NUCLEAR BRASILEIRO GANHA FORÇA NA PANDEMIA E MOSTRA A TENDÊNCIA DE DECOLAR NOS PRÓXIMOS ANOS
Curiosamente, esses dois anos da pandemia estão sendo também os anos de incremento do Programa Nuclear Brasileiro, com a retomada das obras da usina nuclear Angra 3, a extensão da vida útil de Angra 1, a instalação de um depósito especial para armazenagem dos rejeitos nucleares, a finalização do projeto detalhado do Reator Multipropósito e o início da construção do protótipo do nosso primeiro submarino nuclear. Hoje, os benefícios da energia nuclear estão sendo melhor compreendidos pela população. Seja através do conhecimento, da difusão da geração de uma energia limpa, que é capaz de tratar alimentos e atuar em sua preservação, ou mesmo da expansão do uso de medicamentos e equipamentos de diagnósticos sofisticados que usam a tecnologia nuclear como base. Todo esse movimento sendo divulgado de forma correta, lança luz sobre os avanços e joga por terra os argumentos de alguns “ambientalistas” de araque que ainda insistem em ver tudo negativo, repetindo os mesmos velhos e desgastados argumentos, que se alimentam pelo desconhecimento e pela falta de vontade de aprender. O esforço agora é para arir as informações e mostrar as vantagens da energia nuclear para a sociedade.
Nesse particular, a Eletronuclear tem contribuído muito. Abrindo seu espaço para visitação pública, como o seu Observatório Nuclear, que já recebeu mais de 30 mil visitantes desde que foi inaugurado. Mostrando também a eficiência do Hospital que mantém para a comunidade, onde teve uma importante atuação no combate a covid-19. Em breve, será anunciada a assinatura do contrato com o consórcio que vai terminar a parte de engenharia civil de Angra 3 e, até a metade de 2022, será conhecido o consórcio que fará a montagem eletromecânica da usina. E há ainda muito mais para vir neste imenso potencial nuclear que o Brasil desfruta. Por isso, convidamos o Presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães, um engenheiro muito respeitado no Brasil e no exterior. Vamos saber as suas posições, o balanço de 2021 e o que espera para o ano que está chegando:
– Como foi o ano de 2021 para a Eletronuclear ?
– O ano de 2021 foi extremamente positivo para a Eletronuclear, mas também de muito trabalho. As soluções para nosso maior desafio, que é retomar e concluir a construção de Angra 3, avançaram de forma significativa neste ano. Nem sempre na velocidade que gostaríamos, mas é inegável que estamos bem mais perto do fim do túnel hoje do que estávamos há um ano.
Realizamos com sucesso a licitação para o Programa de Aceleração do Caminho Crítico da usina, que prevê, entre outras atividades, a conclusão do edifício do reator. Essa foi uma tarefa bastante complexa que demandou muito esforço tanto das nossas equipes da área técnica quanto do pessoal da área comercial. O contrato deve ser assinado em breve, o que abrirá caminho para a retomada das atividades no canteiro de obras da planta.
– Há outros pontos de destaque este ano. Talvez a implantação das unidades de armazenamento de combustível irradiado …
– Realmente foi importante, como os trabalhos de modelagem para a contratação da empresa que concluirá Angra 3 também avançaram consideravelmente no BNDES. Esperamos lançar esse edital em 2022. Outro ponto que me deixa otimista foi a definição, pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), dos critérios para o cálculo da tarifa de Angra 3. Isso é fundamental para viabilizar a conclusão da usina. Cabe destacar que todo esse avanço ocorreu em paralelo aos preparativos para a capitalização da nossa holding, a Eletrobrás.
No lado operacional, também tivemos um ano muito bom. Nossas usinas continuaram a gerar energia, sempre com os melhores padrões de segurança. Em 2021, em plena pandemia, realizamos duas paradas de reabastecimento e conseguimos concluir e inaugurar a Unidade de Armazenamento Complementar a Seco de Combustível Irradiado(foto a direita) (UAS). O término desse empreendimento era importantíssimo para a continuidade da operação de Angra 1 e 2, uma vez que o espaço de armazenamento nas piscinas internas de cada usina estava se esgotando. Mais uma boa notícia: o processo de extensão da vida útil de Angra 1 está avançando, com fontes de financiamento definidas e diversos projetos de modernização da planta em andamento.
Em outubro e novembro, recebemos duas missões internacionais da World Association of Nuclear Operators (Wano). A primeira, de acompanhamento, avaliou a operação de Angra 1 e 2, enquanto que a segunda, corporativa, verificou diversos aspectos da nossa gestão. Os relatórios finais de ambas as missões foram positivos, o que dá força para toda a companhia.
Também destaco os esforços relevantes de comunicação que temos feito para melhorar a aceitação pública da energia nuclear. Desde 2018, essa é uma das prioridades da empresa. Este ano, realizamos uma ampla pesquisa de opinião nacional sobre o tema, já de olho na expansão do parque nuclear prevista no Plano Nacional de Energia (PNE) 2050. Ademais, lançamos, recentemente, uma campanha publicitária no estado do Rio de Janeiro.
Além disso, o governo federal, por meio do Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro (CDPNB), lançou um plano de comunicação nacional para o setor, fruto de um grupo de trabalho coordenado pela Eletronuclear. É uma iniciativa importante, que demonstra claramente como a energia nuclear é prioridade para o governo.
– A Eletronuclear também desenvolve um trabalho social junto as comunidades. Isso ajuda a mudar a imagem da energia nuclear no Brasil..
– Um ponto que particularmente me orgulha é o apoio que damos aos municípios no entorno da central nuclear. Nessa pandemia, o Hospital de Praia Brava – operado pela Fundação Eletronuclear de Assistência Médica (Feam) – teve uma atuação decisiva no combate à covid-19 na Costa Verde, além de realizar milhares de atendimentos, exames, internações e cirurgias pelo SUS. Também temos duas parcerias importantes em andamento com a prefeitura de Angra dos Reis. Uma é para a reforma e construção de dois postos de saúde; a outra é para ampliar o sistema de distribuição de água nos bairros do Frade e Parque Mambucaba.
Vale ressaltar que voltamos a receber visitas das escolas da região no Observatório Nuclear, centro de visitação da empresa situado ao lado das usinas nucleares. Fecharemos o ano com cerca de 30 mil visitantes, um recorde impressionante, ainda mais se levarmos em conta que, por causa da pandemia, o espaço só voltou a abrir nos finais de semana e feriados em setembro. Também vamos reabrir a Trilha Porã para visitas em breve. Trata-se de um espaço formidável de educação ambiental localizado na área de propriedade da companhia.
Para concluir, espero encerrar 2022 vendo o canteiro de obras de Angra 3 a pleno vapor e a energia nuclear sendo reconhecida cada vez mais, no Brasil e no mundo, como parte fundamental na solução de nossos problemas climáticos e energéticos.
Vamo torraaar $$$$$$$
Olha aí, o xenófobo racista voltou
Brasil poderia seguir o exemplo da Alemanha e torrar €500 bilhões em fontes renováveis e se auto declarar líder climático. Claro, contanto que você ignore pequenos detalhes como a Alemanha ser fortemente dependente de combustíveis fósseis, ser um dos maiores emissores de CO2 da Europa e ter a eletricidade mais cara do mundo. Afinal, quem liga para esses detalhes?!