PROGRAMA POLÍTICO DE MARINA SILVA PLANEJA DESACELERAR EXPLORAÇÃO DO PRÉ-SAL

O programa de governo da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, traz uma notícia inusitada para a indústria de petróleo e para o país como um todo, que depende muito da fonte energética para avançar em diversas áreas, inclusive em educação e saúde. Caso eleita, ela pretende reduzir a importância da exploração do pré-sal, que é atualmente uma das maiores riquezas do Brasil e que mais tem trazido investimentos e avanços tecnológicos para o país.

“Costumo dizer que o petróleo ainda é um mal necessário. Temos que sair da idade do petróleo. Não é porque falte petróleo. É porque encontraremos e já estamos encontrando outras fontes de suprimento de energia”, afirmou Marina em evento do setor de etanol em São Paulo.

Ela pretende ainda criar um grupo de especialistas para avaliar os riscos envolvidos na exploração do pré-sal, para depois divulgar as conclusões à população. Na linha central das propostas, ela tenta se firmar como o nome da energia renovável, dizendo que aumentará os incentivos à geração eólica, solar e por biomassa. Diz também que vai dar continuidade às hidrelétricas já em construção na Amazônia, mas que o licenciamento ambiental de novos projetos passará por um processo bastante rigoroso,  reduzindo inclusive a participação das termelétricas.

O discurso, que pretende “limpar” a matriz dos combustíveis fósseis, fica longe da realidade. Falta explicar como ela garantirá a segurança energética do país se concentrando apenas em energias complementares, que dependem de fatores voláteis da natureza.

Nesse planejamento, as chamadas energias firmes, que garantem o abastecimento em caso de falta de ventos ou chuvas, ficarão em segundo plano, e a fragilidade do sistema acabará aumentando.

Dentre os projetos anunciados, o que de fato pode ajudar o país a melhorar seu desenvolvimento é o fim da política de controle artificial do preço da gasolina adotado atualmente e o incentivo ao setor de etanol, que tem sido muito prejudicado nos últimos anos. No mais, parece um discurso que ainda passará por mudanças para chegar mais perto da realidade.