PROJETO DE CENTRO DE TREINAMENTO EM SEGURANÇA FÍSICA NUCLEAR NO RIO SERÁ CONTEMPLADO COM RECURSOS DA FINEP

O Brasil está mais perto de ganhar uma nova infraestrutura importante para o setor nuclear brasileiro. O projeto do Centro de Treinamento em Segurança Física Nuclear (Centresf) foi escolhido pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) dentro de uma Seleção Pública de propostas para apoio a centros nacionais de infraestrutura científica de pesquisa e tecnológica de caráter temático. A previsão é de que o centro esteja em pleno funcionamento entre 30 a 36 meses, prazo previsto pela Finep para a execução financeira.

Esse será o primeiro centro de treinamento em segurança física nuclear na América Latina e será abrigado no Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/CNEN), na Cidade Universitária, no Rio de Janeiro (RJ). O centro será responsável pela formação de especialistas em sistemas de proteção física para instalações nucleares, radiativas e operações de transporte.

“O projeto prevê a instalação dos mais modernos equipamentos e sistemas de segurança física, possibilitando que sejam ministradas aulas práticas, o que constitui um importante diferencial”, declarou Cristóvão Araripe Marinho, diretor do Instituto de Engenharia Nuclear. O diretor informou ainda que os recursos financeiros autorizados pela Finep serão primordiais para executar o projeto, que se enquadra na linha de pesquisa na área de Defesa, aberta no edital.

Versão em 3D do que será o prédio do Centresf no Instituto de Engenharia Nuclear

Os cursos e treinamentos a serem realizados no Centresf serão voltados a profissionais com atuação na área de segurança física nuclear do Brasil e de países vizinhos, selecionados para participar de programas com apoio de agências como a AIEA, o DoE (EUA), a NNSA (EUA) a WINS (Reino Unido), dentre outras. Também terá como foco especialistas vinculados ao Escritório de Segurança Física, atualmente da DRS/CNEN, bem como o pessoal com atuação em segurança nuclear e radiológica, que necessite se aperfeiçoar em segurança física nuclear, especialmente os vinculados às instalações radiativas. O pessoal das forças de resposta previstas nos planos de proteção física de instalações nucleares e radiativas também será contemplado pelo centro.

“O projeto Centresf buscou adaptar os padrões globais à realidade brasileira e de outros países da América Latina”, afirmou Alexandre Pereira Machado, servidor do IEN/CNEN responsável por coordenar e integrar as atividades necessárias para a execução do Centresf. “O objetivo é fortalecer as atividades do Centresf, promover intercâmbio técnico e científico e expandir sua atuação. Embora os recursos da Finep sejam essenciais e cubram a maior parte do investimento a ser destinado ao projeto, estamos abertos para receber recursos adicionais”, acrescenta Alexandre Machado.

O IEN/CNEN planeja estabelecer parcerias com os principais operadores do setor nuclear brasileiro, além de universidades, centros de pesquisa e instituições governamentais. Também estão previstas colaborações com agências globais que tradicionalmente apoiam iniciativas de segurança física nuclear, como a AIEA, o Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE), a Technical Academy Rosatom (Rússia) e o World Institute for Nuclear Security (WINS).