PROTESTO DE CAMINHONEIROS DEIXA ARGENTINA SEM COMBUSTÍVEL NO DIA EM QUE ITAÚ SE TORNA ACIONISTA DA YPF
A execução da garantia de um crédito de quase US$ 158 milhões fez o Banco Itaú da Argentina ficar com 3,609% das ações e se tornar acionista da expropriada empresa argentina de gás e petróleo YPF, que pertencia à espanhola Repsol. A garantia executada foi contra o grupo argentino Petersen, controlado pela família Eskenazi. O caso do Itaú foi semelhante ao que aconteceu com bilionário mexicano Carlos Slim, que na semana passada anunciou ter ficado com 8,4% das ações da YPF, mas só agora todos os detalhes da operação foi divulgado. O mexicano obteve os papéis da empresa petrolífera por conta da dívida que o mesmo grupo Petersen tinha com ele.
O Petersen havia recebido em 2008 um total de US$ 1,018 bilhão de um sindicato de bancos – além de um empréstimo da própria Repsol – para comprar 14,9% das ações da YPF. No ano passado, com respaldo do governo Kirchner, o grupo adquiriu outros 10% da YPF, graças a uma nova ajuda financeira de um grupo de bancos e também, mais uma vez, da Repsol. Mas, com o calote do grupo, as ações, que eram a garantia dos créditos, passaram para os credores.
A YPF, a maior empresa de gás e petróleo da Argentina, foi expropriada no dia 4 de maio. Apesar da insegurança provocada no mercado, a Argentina ainda espera atrair investidores estrangeiros para turbinar a companhia, responsável por 34,9% do mercado argentino de petróleo e 23,8% do mercado de gás.
A presidente Cristina Kirchner chegou ao Brasil nesta quarta-feira para participar das reuniões da Rio + 20, mas deixou em seu país um problema cabeludo: os caminhoneiro transportadores de combustíveis fecharam várias estradas em protesto contra os salários. Em alguns postos já falta combustíveis. Os caminhoneiros querem 30 % de aumento e os patrões oferecem apenas 21 %.
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