PETROBRÁS REAGE COM NOVO AUMENTO DOS COMBUSTÍVEIS AOS PROTESTOS DE CAMINHONEIROS POR SUA POLÍTICA DE VARIAÇÃO DOS PREÇOS
A política de preços imposta pela Petrobrás está sob ataque de todos os lados, inclusive do próprio governo que quer e poderá intervir. Esta é a intenção do próprio Ministro Moreira Franco, das Minas e Energia, já revelada por ele em discurso na Associação Comercial do Rio de Janeiro, mas esbarra na promessa do Presidente Temer à Pedro Parente de não intervir na política da empresa. Nesta segunda-feira, os caminhoneiros cumpriram a promessa de protestar contra o aumento do Diesel. Estradas de pelo menos 15 Estados foram fechadas por caminhões. Inclusive a Marginal Pinheiros, em São Paulo. Nos dias 4,5 e 6 de junho, um movimento difundido pelas redes sociais conclama a todos a não comprar gasolina, não abastecer os carros. A greve organizada pela Abcam, Associação Brasileira dos Caminhoneiros, causaram problemas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Ceará, Paraíba, Maranhão, Mato Grosso do sul e Bahia. Mas a Petrobrás não está nem aí para os protestos. Ela anunciou que elevará os preços do diesel e da gasolina nas refinarias novamente nesta segunda-feira (21). A cotação do diesel subirá 0,97 por cento a partir de terça-feira, para 2,3716 reais por litro, ao passo que a da gasolina avançará 0,90 por cento, para 2,0867 reais por litro. A política de formação de preços da Petrobras prevê seguir as oscilações no mercado internacional e o câmbio. Nas últimas semanas, a referência do petróleo no exterior atingiu o maior nível desde 2014. A Petrobrás alega que não tem o poder de formar esses preços: “O que a companhia faz é refletir essa variação de preço do mercado internacional. Como o valor desses combustíveis acompanha a tendência internacional, pode haver manutenção, redução ou aumento nos preços praticados nas refinarias e terminais.”
Na cidade de São Paulo, pontos de manifestação afetaram o trânsito nesta manhã. Os caminhoneiros bloquearam pistas da marginal Pinheiros, na zona sul, e da Avenida Jacu-Pêssego, na zona leste. O protesto ganhou força por volta das sete da manhã , quando caminhões, um em cada faixa, passou a andar lentamente pela marginal Pinheiros segurando o fluxo de veículos na pista expressa, no sentido Castelo Branco. A CCR NovaDutra conseguiu uma liminar proibindo a interdição total da rodovia, sob multa de R$ 300 mil por dia. No Paraná, também foi concedida uma liminar proibindo bloqueios sob pena de R$ 100 mil por hora de interdição.No Rio de Janeiro, foram registrados 11 pontos de manifestações. Manifestantes se reuniram no acostamento das rodovias BR-101, BR-493 e BR-040, sem realizar bloqueios.
A Abcam diz que “ Nosso objetivo é rever essa política de aumentos diários e tirar esses impostos perversos embutidos no preço do combustível, senão o país vai ficar sem abastecimento, sem alimentação.” Os caminhoneiros reivindicam do governo federal mudanças na política de reajustes de combustíveis porque o aumento diário desorganiza a distribuição e o dificulta e cria incertezas na ponta, nos postos de abastecimento. Eles querem também a redução da carga tributária sobre operações com óleo diesel a zero, referentes às alíquotas da contribuição de PIS/Pasep e Cofins. Pedem também isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Os caminhoneiros argumentam que os aumentos do preço do diesel nas refinarias e os impostos afetam o transporte de cargas. A categoria abrange cerca de 600 mil dos 1 milhão de caminhoneiros autônomos do país.
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