PROTESTOS SE AGRAVAM NO EQUADOR E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO DO PAÍS CORRE RISCO DE PARAR TOTALMENTE
A produção de petróleo no Equador está prestes a parar devido aos efeitos das manifestações esquerdistas em todo país, inspiradas no ex-presidente Rafael Correa. Há uma greve orquestrada pelo partido de Corrêa, em protesto contra o governo de Guilhermo Lasso. Os indígenas fazem quebra-quebra e enfrentam os policiais militares em várias cidades. Já falta de gás de cozinha em algumas cidades, devido aos fechamentos das estradas que levam às refinarias. Esta situação irá gerar impactos negativos na oferta de combustíveis, nas exportações e na reativação das operações. O gerente geral da Petroecuador, Ítalo Cedeño, afirmou que se a produção parar e não houver petróleo, também não haverá combustível. O Ministério de Energia e Minas alertou para a suspensão da produção de petróleo e pediu aos manifestantes que suspendam a medida de força. Disse ainda que os atos de vandalismo, a apreensão de poços e o fechamento de estradas têm impedido o transporte de mantimentos e do gasóleo necessários à manutenção do funcionamento dos campos petrolíferos. Com a paralisação das atividades, a quantidade de petróleo destinada ao abastecimento interno diminuirá: “A medida que a paralisação se estende, menos petróleo chegará às refinarias e isso diminuirá a produção de combustível”, explicou Fernando Santos, ex-ministro da Energia. Está marcado para o fim do dia uma reunião entre as lideranças de esquerda e o governo.
O impacto direto é na produção de diesel e gasolina. A primeira é composta por 65% de material importado, mas a gasolina tem um componente menor do exterior e depende muito da produção local, disse Santos. “Será muito difícil substituir o combustível que não pode ser produzido por um importado, principalmente pelo custo”, afirmou. O especialista garantiu que um barril de derivados custa cerca de 25 dólares a mais do que um barril de petróleo, que tem vindo a aumentar sobretudo desde o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Além disso, no caso do Equador, alocar mais recursos para importar derivativos implica mais gastos com subsídios aos combustíveis. Entre Janeiro e Abril deste ano, o montante atribuído pelo Estado a estes subsídios foi de US$ 826 milhões. A paralisação iminente também pode implicar em outros impactos negativos que serão sentidos imediatamente e terão repercussões de longo prazo.
Segundo dados oficiais, há uma queda de mais de 50% na produção usual de petróleo. Até 12 de junho, foram produzidos, em média, 520 mil barris. Nas últimas duas semanas, a produção de mais de 1,3 milhão de barris de petróleo foi reduzida. A maior perda é registrada pela Petroecuador com 1,06 milhão de barris. Essas perdas reduzirão os níveis de exportação de petróleo bruto e, portanto, serão registradas menores receitas para o Estado, alertou Fernando Santos. Para ele, serão necessários meses para recuperar os atuais níveis de produção e, muito mais, os do ano passado. Anteriormente, a produção de petróleo era afetada pelo rompimento dos oleodutos, que, em dezembro e janeiro deste ano, também influenciou uma menor produção.
Com os acontecimentos ocorridos, os potenciais investidores se afugentam e a oportunidade de atrair recursos para a atividade petrolífera é diminuída. Dez militares ficaram feridos durante a tentativa de tomada da Estação Petrolífera de Limoncocha. Quando há suspensão das operações, não são só os poços que estão parados. Também não nem há perfurações. “Quando o trabalho é reiniciado em um poço, sua vida produtiva é colocada em risco; pois pode colapsar tubulações, matrizes, entre outros e o poço pode ser perdido”, disse Santos. Até domingo (25), o Ministério de Energia e Minas informou que 1.176 poços estão fechados. Desse número, 996 pertencem à Petroecuador e 180 a empresas privadas.
Deixe seu comentário