PRÓXIMA REUNIÃO DO CNPE É MARCADA PARA 4 DE DEZEMBRO E DEVE TRAZER DECISÃO SOBRE OBRAS DE ANGRA 3
A tão aguardada decisão definitiva sobre a conclusão de Angra 3 está um pouco mais próxima de ser conhecida pelo país. O governo deve discutir o tema na próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que já tem data marcada: 4 de dezembro. Durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (2), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou que levará a questão da continuidade do projeto à reunião do conselho, apresentando uma visão geral que vai além da questão tarifária, mas abordando também a importância do empreendimento como um todo.
“O que levarei ao CNPE será uma abordagem holística sobre o tema, não focada apenas na questão tarifária. Precisamos considerar os investimentos necessários, o custo de enterrar o projeto, o que deixaremos de ganhar se não promovemos essa cadeia, e o que podemos conquistar ao investir nela. O que posso garantir é que, ainda este ano, apresentaremos essa questão ao CNPE”, disse Silveira.
Ao longo deste ano, o ministro já deu diversas declarações de apoio à conclusão das obras. Embora na fala de hoje ele não tenha deixado claro se defenderá expressamente a conclusão de Angra 3 no CNPE, Silveira deu pistas de que tem olhado com bons olhos para o desenvolvimento da indústria nuclear no Brasil. Ele chegou a dizer que o país tem um “novo pré-sal”, referindo-se às grandes reservas de urânio no território brasileiro.
“A cadeia nuclear foi negligenciada por muito tempo. O Brasil é um dos poucos países no mundo que domina toda a cadeia nuclear. Temos uma abundância de urânio no país, e gosto de dizer que possuímos mais do que um novo pré-sal de urânio aqui. A energia nuclear é uma fonte limpa, pois não emite gases de efeito estufa. Como bem disse Bill Gates, a energia nuclear é um caminho para garantir a segurança energética global”, apontou.
O ministro afirmou ainda que o governo do presidente Lula adotou uma postura cuidadosa em relação à Angra 3. Ele também criticou o governo anterior que, segundo ele, gastou muitos recursos financeiros na aquisição de equipamentos para a usina. Silveira lembrou que o BNDES já concluiu os estudos sobre a tarifa de Angra 3. Contudo, alguns números estão sendo reavaliados pelo banco antes de serem apresentados ao CNPE.
“O BNDES já concluiu grande parte dos estudos, mas ainda está fazendo algumas adequações e reflexões sobre os números do estudo que foi entregue. Somente após essa análise teremos a segurança necessária para submeter a questão ao CNPE e decidir sobre o futuro de Angra 3”, finalizou.
A decisão sobre Angra 3 será dramática. O problema é que os riscos do empreendimento são tantos e tão pouco dimensionados que não são riscos, mas o certezas. Investir bilhões em uma longa lista de incertezas é dramático. As incertezas começam com o EPC. A engenharia do projeto precisa ser amplamente atualizada, uma vez que os componentes, sistemas e estruturas, CSE, têm décadas, grande parte foi usada em Angra 2, precisam de revisões com qualidade duvidosas, pois serão feitas no caos da obra em grande parte. Por exemplo os geradores Diesel, quatro de 5 MWe não serão os originais, os… Read more »
Novas usinas, projetos modernos do século XXI também trariam riscos, entretanto melhor dimensionados, reduzindo drasticamente as incertezas.