PUTIN E XI JINPING SE ENCONTRAM NA ABERTURA DOS JOGOS DE INVERNO E FAZEM ACORDO PARA A RÚSSIA FORNECER GÁS DURANTE 30 ANOS PARA A CHINA
Os presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, reuniram-se hoje (4) em Pequim, numa explicita demonstração de unidade planejada, anunciando uma parceria “sem limites” entre os dois países. A reunião foi a primeira a primeira presencial de Xi Jinping com um líder estrangeiro desde o início da pandemia. Ela acontece exatamente quando os Estados Unidos estão com problemas com a Rússia por causa da Ucrânia e com a China, por causa do comercio internacional e de Taiwan. O encontro e os negócios acordados demonstram um aprofundamento da relação entre os dois países, enquanto continuam as tensões entre o Kremlin e as potências ocidentais. Neste momento de tensão pelo fornecimento de gás para a Europa, a Rússia concordou com um contrato de 30 anos para fornecer gás à China através de um novo gasoduto e vai liquidar as novas vendas de gás em euros, reforçando uma aliança energética com Pequim em meio aos tensos laços de Moscou com o Ocidente sobre a Ucrânia e outras questões.
A Gazprom, que tem o monopólio das exportações russas de gás por gasoduto, concordou em fornecer para a estatal chinesa CNPC de energia 10 bilhões de metros cúbicos por ano. Os primeiros fluxos através do gasoduto, que ligará a região do Extremo Oriente da Rússia com o nordeste da China, deveriam começar em dois ou três anos. Esse será uma dos maiores gasodutos do mundo e cruzará até montanhas para chegar na China. Será um empreendimento gigantesco. A Rússia já envia gás para a China através de seu gasoduto Power of Siberia, que começou a bombear suprimentos em 2019, e por meio do transporte de gás natural liquefeito (GNL). Exportou 16,5 bilhões de metros cúbicos (bcm) de gás para a China em 2021.
A rede Power of Siberia não está conectada a gasodutos que enviam gás para a Europa, que tem enfrentado o aumento dos preços do gás devido ao abastecimento apertado, um dos vários pontos de tensão com Moscou. Sob planos previamente elaborados, a Rússia quer abastecer a China com 38 bcm de gás por gasoduto até 2025. O novo acordo, assinado durante a visita do presidente russo Vladimir Putin aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, vai adicionar mais 10 bcm, aumentando as vendas de gasodutos russos sob contratos de longo prazo para a China.
O gás russo de sua ilha de Sakhalin, no Extremo Oriente, será transportado via gasoduto através do Mar do Japão para a província de Heilongjiang, no nordeste da China, chegando a até 10 bcm por ano por volta de 2026, conforme previsto no projeto ja existente entre os dois países. O acordo seria liquidado em euros, acrescentou a fonte, em linha com os esforços dos dois Estados para diversificar os dólares americanos. As discussões entre as duas empresas começaram há vários anos após o início do Power of Siberia, um gasoduto de 4.000 km de envio de gás para a China. As negociações aceleraram mais recentemente depois que Pequim estabeleceu sua meta neutra em carbono de 2060. Os preços do novo acordo de gás serão semelhantes aos do poder da Sibéria, disse a fonte, acrescentando que ambos estavam ” satisfeitos” com esse acordo. Espera-se que o acordo pese nas perspectivas de importação de GNL da China.
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