QUEBRA DE SIGILO APONTA MOVIMENTAÇÃO DE QUASE R$ 90 MILHÕES EM CONTAS DE PAULO ROBERTO E FAMILIARES
O cerco está se fechando cada vez mais nos escândalos de corrupção que rondam a Petrobrás. A quebra de sigilo bancário do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e de seus familiares indicou a movimentação de quase R$ 90 milhões nos últimos 10 anos. Apenas ele recebeu R$ 36,9 milhões em contas em cinco bancos no período, enquanto seu genro, Humberto Sampaio, movimentou R$ 42 milhões em suas contas pessoais. As duas filhas de Costa também receberam quantias volumosas, de R$ 5,7 milhões e R$ 4,4 milhões cada uma, somando R$ 10,1 milhões.
De acordo com a Polícia Federal, o genro do ex-diretor é dono do Grupo Pragmática, que receberia recursos de fornecedores da Petrobrás. As informações foram coletadas a partir das quebras de sigilos recebidas pela CPMI da Petrobrás, analisando os depósitos desde o ano de 2004, quando Costa assumiu a diretoria de abastecimento.
Além disso, a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef deu novos depoimentos confirmando a relação dele com o ex-diretor da Petrobrás, afirmando que o que ela ouvia internamente na consultoria de Youssef, a GFD Investimentos, era que a proximidade entre os dois gerava muito dinheiro para o doleiro.
Agora parlamentares da oposição estão se articulando para marcar um novo depoimento de Costa na CPMI, com o intuito de ouvirem dele as revelações feitas à Polícia Federal, sob o regime de delação premiada.
Na Petrobrás o clima está muito tenso, assim como entre todos os políticos relacionados aos que foram citados por Costa. A revista Veja que circula nas bancas a partir de sábado vai trazer novos detalhes sobre os depoimentos do ex-diretor, que apontou o envolvimento de mais de 30 políticos no recebimento de propinas por contratos na estatal. Entre os citados por Costa, estão o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, os ex-governadores Sergio Cabral e o falecido Eduardo Campos, além da atual governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Também constam os nomes do presidente da Câmara Henrique Alves, e do presidente do Senado, Renan Calheiros, entre outros deputados e senadores. Todos negam a participação.
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