PREÇO DA GASOLINA NAS BOMBAS BRASILEIRAS CUSTA 62% MAIS DO QUE NO MERCADO INTERNACIONAL

Tanto faz se o barril de petróleo está acima de US$ 100 ou beirando US$ 50, o preço da gasolina é sempre uma dor de cabeça para o brasileiro. Se em outros momentos o governo pregava que a importação pesava no preço do combustível, hoje, esse motivo não pode mais ser usado. Nos últimos sete meses, o barril do petróleo desvalorizou em quase 60%, no entanto, a gasolina continua sendo uma das grandes despesas na contabilidade mensal do brasileiro.

A situação é ainda pior quando fazemos um comparativo com o mercado internacional. Em média, a gasolina brasileira é vendida hoje na refinaria por 62% mais do que a referência internacional, de acordo com dados da consultoria Datagro. Em reais, o litro da gasolina em uma refinaria no Brasil é R$ 0,60 mais caro do que a vendida no mercado exterior.

Os grandes vilões do preço da gasolina no Brasil são os altos custos tributários e de logística. Enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, o óleo cru responde por 65% do preço final, complementado por 13% da margem de refino, 10% de distribuição e revenda, e apenas 12% de impostos, no Brasil, a refinaria responde por apenas 36% do preço final, quase a mesma participação dos impostos, que incluem 28% de ICMS e 7% de Cide, Pis/Pasep e Cofins, numa soma de 35%. Completam o valor a participação do etanol e de distribuição/revenda , 12% e 17%, respectivamente.

A Petrobrás vem seguidamente quebrando recordes de produção e refino, mas o consumidor não consegue perceber no seu dia-a-dia essa evolução. A companhia vive sempre em um dilema: queda do preço do barril do petróleo bruto enfraquece a capacidade de investimentos da empresa, por outro lado, aumento do valor do barril, sem novas refinarias em operação, levam a estatal a importar derivados pagando preços altos e vender a preços menores para abastecer o mercado doméstico.