RADIX INVESTE EM QUALIFICAÇÃO TÉCNICA E MANUTENÇÃO DE CERTIFICAÇÕES PARA O MERCADO
“Quer mesmo saber o que falta? Faltam empresas para se aproximar mais dos universitários até que estejam aptos a trabalhar com os projetos do país”. Quem diz isso é André Oberziner, gerente comercial da Radix. Com apenas dois anos de experiência, a Radix já conquistou os títulos de “Segunda Melhor Empresa de Tecnologia para se Trabalhar no Brasil”, “Melhor Empresa para se Trabalhar no Rio” e “Melhor Empresa para se Trabalhar no Brasil” no ramo de pequenas e médias empresas, pelo Great Place to Work Institute. Oberziner, cita a comunicação interna e a capacitação profissional como trunfos da companhia que tem desenvolvidos módulos de FPSO’s da Petrobrás e Modec. Em conversa com o repórter Estephano Sant’Anna, o executivo falou de desafios, certificações e a Universidade Radix.
O que a Radix desenvolve?
A gente atua, há dois anos, na área de engenharia com projetos na área de petróleo e gás e outras indústrias. São soluções de controle de processo e controle de plantas para unidades industriais. Atuamos com recursos de desenvolvimentos. Desenvolvimento de software em diversos tipos de sistemas para aplicações industriais, de ferramentas customizadas para nossos clientes, entre outros.
Vocês receberam o prêmio de “Melhor Empresa Para Se Trabalhar” pelo Great Place To Work da Revista Época. Com tão pouco tempo. A que se deve a conquista?
Foi um grande privilégio. Nós temos um forte investimento na capacitação profissional e um trabalho forte na manutenção de um excelente ambiente de trabalho. Aqui na Radix, as relações são de forma muito aberta. Com a boa comunicação os profissionais podem conversar com os gestores, sócios da empresa, colocar questões do dia e dia em questão e ter certeza de que elas vão ser tratadas da melhor forma pelo gestor. Uma boa parte do que a gente conquista se deve ao gestor de cada funcionário. Essa relação é muito boa mesmo.
Onde estão as instalações da Radix?
Temos um escritório no Rio de Janeiro, na Nilo Peçanha (Centro do Rio), em Belo Horizonte, além de operações em São José dos Campos, no interior de Minas Gerais e também em Salvador, Bahia.
O que vocês oferecem especificamente para o mercado de óleo e gás?
Temos equipe na área offshore, sistemas de produção de petróleo, tudo relacionado às plataformas de produção. Da faixa conceitual de engenharia até o detalhamento e pré- detalhamento de projetos. Na engenharia básica também, downstream, refino. Atuamos não só em engenharia, mas também na automação e no desenvolvimento de software. Temos um time pra offshore e onshore.
Quais as perspectivas para o avanço deste setor?
O Brasil tem ótimas perspectivas não só relacionado aos empreendimentos da Petrobrás principalmente com o pré-sal, mas também outros. A OSX também tem altos investimentos, além de outras empresas. Em engenharia, as perspectivas são as mais altas possíveis.
Já participaram da construção de algum FPSO da Petrobrás?
Nós entregamos o projeto de detalhamento e acompanhamos a construção e montagem dos módulos de remoção de sulfato da P-58 e da P-62, como subcontratados da Aker Process System. Estamos trabalhando no projeto executivo do terceiro módulo de remoção de sulfato também para a Aker Process System que fornecerá o módulo para a MODEC.
Que desafios tecnológicos o Brasil ainda precisa vencer?
Temos começado a trilhar os caminhos da exploração de petróleo em águas profundas e isso representa uma larga escala de compromissos tecnológicos. Precisamos desenvolver tecnologia para extrair e produzir de uma característica que a gente não vinha produzindo antes. Temos que atuar no refino, na comercialização. São desafios que estamos vencendo. Com relação à engenharia, o foco é o desenvolvimento da engenharia nacional. Ainda somos dependentes de parceiros que fazem investimento no exterior. E é essa barreira que a Radix tem procurado ultrapassar.
Como foi a OTC? Como encara o mercado internacional?
Os gestores da Radix já são bem conhecidos por lá, o Luiz Rubião [CEO da empresa] principalmente. Foi minha primeira vez. Olha, tivemos um ótimo relacionamento com as brasileiras no Pavilhão Brasil. Era conhecer possíveis parceiros, sempre tentando possibilidades, discutindo com empresas sediadas em outros lugares no mundo e tal. É uma oportunidade incrível, porque a OTC te coloca em contato com os mais importantes players de óleo e gás, fornecedores da cadeia de suprimentos que podem ser novos parceiros e futuras empresas que podem trazer tecnologia para o país.
A Petrobrás é conhecida pelas exigentes certificações. Por que é tão importante conseguir esses títulos?
No início de tudo, quando a empresa estava iniciando do zero, sofremos um pouco. Não tinha a estrutura que a gente tem hoje. Depois de um ano, tivemos as certificações ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001. Foi um tempo recorde, conseguir a certificação das três normas. A partir desse momento, reestruturamos os processos internos para que cada setor atuasse de acordo com as três normas. Conseguimos uma outra certificação para desenvolvimento de software. Estamos trabalhando para as manutenções de cada uma nota. Teremos uma auditoria presencial. E temos o CRCC [Certificado de Registro de Classificação Cadastral] da Petrobrás, que também é conhecido internacionalmente.
O objetivo principal das certificações visa receber empresas estrangeiras?
Não só para receber as estrangeiras. Cumprir os requisitos da Petrobrás é um grande sinal. O investimento nos qualifica para trabalhar com ela e nós procuramos atender aos requisitos da estatal e de outros players. Já temos excelentes notas no critério técnico e estamos trabalhando para aumentar todas as outras. Precisamos disso para avançar sempre.
Só se fala da falta mão-de-obra profissional no país. Como vocês encaram isso?
O Rubião sempre fala disso com a gente e temos ido muito às universidades. Se anuncia a falta de profissionais qualificados, mas a gente entende de outra forma. Quer mesmo saber o que falta? Faltam empresas para se aproximar mais dos universitários, para investir até que estejam aptos a trabalhar com os projetos do país. Já estive em algumas universidades e sabe o que vemos? Jovens talentos em todo momento e todo lugar, com entusiasmo para atuar no mercado! Está faltando às empresas se planejarem para que possam investir nesses profissionais e cumprir com o desafio. Há uma certa dificuldade no mercado, sem dúvida. Mas se você tiver planos para os jovens talentos, você não vai sofrer tanto assim. É uma linha em que a Radix tem atuado. Temos investido com uma equipe experiente, que orienta com qualificação. E essa interação nos faz seguir . As empresas que investem em jovens talentos só tem a ganhar. Eles entram em sua empresa, encaram os desafios do mercado de verdade e ganham mais agilidade. Outra coisa, você ainda aproveita a energia desses novos talentos, movimentando sua empresa. Isso devia ser seguido por todas as companhias desse mercado.
A Universidade Radix é o acompanhamento dessa visão?
Sim. Estamos em vários eventos acadêmicos, temos apoiado projetos e buscado jovens talentos. Depois que ele está aqui, inicia o trabalho na Universidade Radix. Treinamos essas pessoas. Começa estudante e se torna um profissional cada vez mais experiente, através de treinamentos específicos. Por exemplo, podemos buscar consultorias para esses funcionários. Eles aprendem tudo sobre o mercado e passam a saber onde é que há a falta de gente qualificada. Tudo se dá através da Universidade Radix. Os profissionais investem na própria qualificação através de mestrado e cursos na área de gestão.
A Universidade é só para funcionários?
Sim, é interna. É a forma com que a gente reúne as necessidades de capacitação. Através dela, os gestores entendem como trabalhar com a equipe. Ela contrata uma consultoria específica, um agente externo. Temos buscado parceria com universidades como a UERJ, UFRJ e UFF, além de empresas que possam registrar treinamentos ou multiplicadores, profissionais de áreas especificas.
Há quanto tempo existe?
Há uns dois meses atrás, a universidade teve uma atuação maior. Funcionava antes, já tinha um treinamento grande, mas não estava institucionalizada. Já existe a mais de um ano. Na verdade, antes não estava ligada ao nosso setor de RH (Recursos Hummanos) e agora é bem mais estruturada.
Quais são as metas da empresa para 2012?
Ainda não posso passar nossas metas numéricas, mas adianto que queremos crescer como empresa na área de engenharia, no mercado offshore. Atuar no desenvolvimento de software, como já temos começado a fazer. Também estamos entrando na área de automação industrial. Temos em torno de 250 funcionários. O crescimento vai gerar novos postos de trabalho.
Com apenas dois anos e tanta diferença, o que mais vem pela frente?
Tivemos um crescimento muito forte no primeiro ano. Agora, é atuar nos grandes empreendimentos. Hoje, com um corpo de 250 funcionários, conseguimos atender a grandes projetos, que antes não conseguíamos.
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