RAFAEL GROSSI DIZ NA CÂMARA QUE BRASIL PRECISA RETOMAR ANGRA 3, CUJA CONCLUSÃO AGORA ESTÁ PREVISTA PARA 2030 | Petronotícias





RAFAEL GROSSI DIZ NA CÂMARA QUE BRASIL PRECISA RETOMAR ANGRA 3, CUJA CONCLUSÃO AGORA ESTÁ PREVISTA PARA 2030

rafael-grossiCumprindo sua agenda no Brasil, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o argentino Rafael Grossi, esteve na Câmara dos Deputados para uma audiência pública conjunta das comissões de Minas e Energia e de Transição Energética. O evento teve como tema a importância da energia nuclear no cenário global. Durante sua fala, Grossi ressaltou que o Brasil não pode abandonar os planos de construir a usina nuclear Angra 3. Ele também frisou que não vê o setor nuclear global sem uma participação maciça brasileira.

O Brasil é uma potência global e tem uma tradição nobilíssima, tecnológica e política na indústria nuclear. O Brasil não tem que abandonar o nuclear. Um debate energético global sem o Brasil nuclear não faz sentido. Isso para mim é muito claro”, disse o diretor da AIEA. “A situação dramática da seca vivida em 2021 no Brasil é a demonstração mais clara que precisamos de fontes de energia confiáveis para movimentar a economia”, acrescentou.

img20240619173606825MEDEspecificamente sobre Angra 3, o diretor da AIEA disse que o Brasil tem um “desafio importante” de concluir as obras da usina. Ele comentou ainda sobre o caso de seu país natal, a Argentina, que também tinha problemas para terminar a obra de uma de suas usinas nucleares: “A Argentina tem um exemplo muito parecido, com Atucha 2, que estava parada com problemas legais e problemas do orçamento. Finalmente a Argentina terminou Atucha 2, que está funcionando muito bem”, contou.

CONCLUSÃO DE ANGRA 3 PREVISTA PARA 2030

O presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, que também participou da audiência pública, revelou que a previsão da companhia é de lançar a licitação para retomada das obras de Angra 3 no primeiro trimestre de 2025. Até lá, alguns passos precisam ser concluídos. O dirigente da companhia espera que até setembro uma dessas etapas seja vencida: a aprovação da tarifa da usina pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). “Ter a tarifa aprovada significa ter a luz verde para apertar o nosso pedal do acelerador e tracionar de maneira forte”, disse.

Ainda de acordo com Lycurgo, caso essas expectativas se concretizem, a Eletronuclear espera assinar o contrato com a empresa EPCista que irá concluir o empreendimento e retomar a construção no segundo semestre de 2025. Assim, a tão aguardada conclusão da obra poderá acontecer no segundo semestre de 2030. “Não é possível termos tantos equipamentos no sítio sem um goal para isso. Pelo bem do país, precisamos focar em aprovar e tirar Angra 3 do papel”, declarou.

Imagem do WhatsApp de 2024-06-19 à(s) 19.04.00_c23ec582O presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), Celso Cunha (foto à esquerda), outro convidado a compor a mesa de debate da audiência pública, defendeu a flexibilização do monopólio estatal para a construção de futuras usinas no Brasil. “Isso será uma sinalização clara de que a parceria público-privada avançará de forma inequívoca”. Ele também defendeu que sejam endereçadas todas as questões pendentes para viabilizar a efetiva criação da Autoridade Nacional de Segurança Nuclear (ANSN).

Já o presidente da Comissão Especial de Transição Energética, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), acredita na expansão do uso da energia nuclear no Brasil até a COP-30 sobre Mudança do Clima, prevista para o próximo ano, em Belém do Pará. “Será mais uma oportunidade para esse País, que tem uma matriz energética limpa e protagonismo nos biocombustíveis, pra termos a energia nuclear cada vez mais presente no futuro do nosso País”, concluiu. O deputado Julio Lopes (PP-RJ), presidente da Frente Parlamentar Nuclear, também participou da mesa de debate da audiência pública.

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