CENTRO DE PESQUISA RCGI APRESENTARÁ RESULTADO DE TRABALHO SOBRE A PERCEPÇÃO DOS EFEITOS DO CLIMA NA SOCIEDADE

Os resultados do projeto de pesquisa “Percepção Social e Diplomacia Científica nas Transições Tecnológicas para uma Sociedade de Baixo Carbono” do Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), serão apresentados amanhã (10)  das 11h às 15h em um evento aberto aos interessados no tema, que reunirá a coordenação, os pesquisadores e os estudantes envolvidos no projeto. Desenvolvido no âmbito do programa Advocacy  do RCGI, o projeto tinha como objetivo compreender como a sociedade percebe e aceita tecnologias de transição energética, como Soluções Baseadas na Natureza (NBS), Captura e Utilização de Carbono (CCU), Gases de Efeito Estufa (GHG) e Bioenergia com Captura e Armazenamento de Carbono (BECCS). O evento será em São Paulo, no RCGI-USP Digital Lab.

A professora Karen Mascarenhas, coordenadora do projeto e diretora de Recursos Humanos e Comunicação Institucional do RCGI, disse que a percepção social é um elemento central em muitas questões energéticas, mas o que estamos vendo nas últimas décadas é que essa dimensão está se tornando um fator decisivo para o futuro do setor. 

“Hoje, mais do que nunca, as decisões sobre a direção do desenvolvimento energético global estão sendo moldadas pelas escolhas e expectativas da sociedade, e não apenas pelos aspectos técnicos das tecnologias. No setor de óleo de gás, essa percepção já é reconhecida como um desafio crítico que pode redefinir os rumos da transição energética.” O projeto foi estruturado em cinco fluxos de trabalho, cada um focado em uma dimensão essencial para a compreensão do problema: Percepção Social, Diplomacia Científica, Análise Sociogeográfica, Identificação de Tendências na Rede social, e Inovação e Transferência de Tecnologia.

O trabalho sobre Percepção Social, por exemplo, revelou que a aceitação dessas tecnologias entre as partes interessadas (governo, órgãos reguladores, políticos, propositores de políticas públicas, tomadores de decisão, indústria, mídia, academia, ONGs, investidores e a sociedade como um todo) depende de fatores como a confiança nas autoridades, percepção de riscos e benefícios, e o engajamento da comunidade no planejamento de projetos. Além disso, o fenômeno NIMBY (Not in My Backyard – Não no meu quintal) foi identificado como uma barreira comum, com resistência local a projetos energéticos, mesmo quando a aceitação geral é positiva.