RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA ABENGOA BUSCA QUITAR DÍVIDAS DE R$ 3,1 BILHÕES

O grupo Abengoa, da Espanha, entrou com pedido de recuperação judicial de três de suas empresas no país – Abengoa Construção Brasil, Abengoa Concessões Brasil Holding e Abengoa Greenfield Brasil Holding –, com o intuito de tentar sanar dívidas somadas em cerca de R$ 3,1 bilhões. O pedido foi feito junto à 6ª Vara Empresarial da Justiça do Rio de Janeiro, nos últimos dias.

A situação do grupo, que atua nos segmentos de engenharia e energia, já vinha preocupando investidores no fim de 2015, quando ele pediu proteção contra dívidas em seu país de origem. Como resultado, paralisou todas as obras no Brasil, sendo as principais no setor de transmissão, como um linhão de Belo Monte, que ligará a usina hidrelétrica à rede nordestina, dentre outras somadas em cerca de 10 mil km de linhas.

De acordo com a Abengoa, o objetivo do pedido de recuperação é “minimizar os impactos da suspensão de alguns dos projetos em construção e alcançar uma solução que seja adequada para todas as partes interessadas e afetadas pela situação atual”.

Na última semana, a Eletrobrás chegou a afirmar que avalia a possibilidade de compra de ativos do grupo espanhol, já que o impacto da paralisação pode afetar negócios importantes para o País e o governo está preocupado com a situação.

Enquanto isso, a Abengoa chegou a um acordo com os produtores de cana, a quem deve valores relativos a fornecimentos para duas usinas de etanol da empresa. A previsão é que os pagamentos a eles comecem a partir do dia 15.

Na Espanha, dois de seus conselheiros vêm sendo investigados por terem recebido altos valores de bônus antes de deixarem a companhia, e um deles, Manuel Sánchez Ortega (foto), chegou a ter os bens bloqueados pela justiça espanhola.