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REDES PETRO BUSCAM MAIOR PARTICIPAÇÃO NA CADEIA DE FORNECEDORES DA PETROBRÁS

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

As Redes Petro estão se articulando junto com a Petrobrás para que as empresas associadas consigam ter uma participação maior nos contratos de fornecimento de bens e serviços da estatal. Um grupo de trabalho foi formado – denominado Movimento Agenda Positiva (MAP) – para elaborar as sugestões que serão levadas à petroleira, e uma reunião com a gerente executiva de engenharia, Renata Baruzzi, e com o gestor de conteúdo local, Paulo Alonso, já foi marcada, para a sexta-feira (3). Dentre os pontos que os empresários elegeram para discutir com a Petrobrás, estão a flexibilização da política do preço mínimo e a revisão de alguns quesitos do programa de financiamento Progredir.

São cerca de 2.500 empresas ligadas às 18 Redes Petro espalhadas pelo Brasil, que vêm há algum tempo tentando modelar a relação com a Petrobrás de forma a chegar em fatores comuns, mas um fato ocorrido no dia 9 de abril deu novas esperanças ao grupo de empresários.

Em evento organizado pela Firjan no Rio de Janeiro, a presidente da estatal, Graça Foster, foi interpelada por um dos membros do comitê de gestão da Rede Petro Brasil, Fernando Jefferson (foto à esquerda), sob o argumento da importância das pequenas e médias empresas para o fortalecimento do setor de óleo e gás brasileiro.

Jefferson ressaltou que grandes potências no segmento, como a Coreia do Sul, passaram por um longo processo de desenvolvimento de pequenas e médias empresas, fortemente impulsionadas por Arranjos Produtivos Locais (APL), como é o caso das Redes Petro no Brasil, e convidou a executiva a conhecer mais de perto as iniciativas.

“Eu faço questão de assistir a uma apresentação sua, de trinta minutos, sobre a Rede Petro”, respondeu Graça, pedindo que fosse agendada uma reunião para a apresentação. Nos últimos dias a reunião foi marcada, mas este será um primeiro encontro, ainda sem a presença de Graça, para alinharem os discursos antes da apresentação para a presidente da estatal.

FLEXIBILIZAÇÃO DA POLÍTICA DE PREÇO MÍNIMO

Desde então, sucessivos encontros entre diretores das Redes têm ocorrido para orquestrar a apresentação com as propostas que serão feitas à estatal. Um dos pontos que deve criar mais polêmica, ainda mais num momento em que a companhia vem sofrendo para que seu caixa dê conta de todos os compromissos, é a flexibilização da política de preço mínimo.

Fernando Jefferson, que foi eleito pelas Redes Petro como o líder do movimento, diz que o que querem não é uma reserva de mercado com valores inflacionados, mas o reconhecimento do valor agregado e da contribuição para o conteúdo nacional. A posição também é defendida pela coordenadora da Rede Petro Brasil para as regiões Norte e Nordeste, Ana Maria Mendonça (foto à direita).

“O que a gente quer é que a Petrobrás não fique só contratando o menor preço, porque ele nem sempre é o melhor”, afirmou a executiva.

Os empresários argumentam que muitas empresas têm “mergulhado” no preço, fazendo propostas com valores inexequíveis, e depois acabam não entregando o que prometeram, gerando multas – que em alguns casos acabam quebrando as empresas despreparadas – e causando transtornos financeiros e de cronograma para a Petrobrás.

“É importante que quem venha fechar o contrato não seja só da área financeira, mas também da área técnica. Porque o financeiro quer ver o preço, mas a técnica é quem pode dar o aval do que será feito”, afirmou o coordenador da Rede Petro Brasil para as regiões Sul e Sudeste, Eduardo Soares, que também preside a Rede Petro Leste Fluminense.

PROGREDIR

Outro ponto que deve ser debatido na reunião com gerentes da estatal é o programa Progredir, utilizado para financiar os contratos fechados entre os fornecedores e a petroleira. Os empresários afirmam que as normas dos financiamentos não atendem aos elos mais baixos da cadeia, porque exigem muitas garantias, que acabam impossibilitando as pequenas e médias de conseguirem crédito.

“Acho um incentivo muito legal, mas deveria ter um diferencial para micro e pequenas empresas, de uma forma mais ágil e mais simples do que para as médias e grandes”, afirmou Soares.

Além destes pontos, os empresários pretendem propor uma participação maior da Petrobrás nas Redes Petro, com a presença de um executivo da unidade local da estatal na governança de cada rede; incluindo rodadas de negócios com os fornecedores diretos da petroleira, como epecistas e outras grandes empresas, e a criação de um cadastro unificado das empresas das redes.

FORTALECIMENTO DAS REDES

A coordenadora nacional de petróleo e gás do Sebrae, Eliane Borges (foto à esquerda), que também faz parte do comitê de gestão do convênio Petrobrás/Sebrae, destacou a importância de movimentos como este para a consolidação das Redes Petro no Brasil, que surgiram a partir da iniciativa de empresários do Rio Grande do Sul e se expandiram para vários estados do país.

“Um dos temas prioritários do convênio Petrobrás/Sebrae era a criação e a consolidação de redes de fornecedores, que são as Redes Petro, e de articulá-las, como está acontecendo agora”, ressaltou, elogiando a postura dos membros da Rede Petro Brasil, que estão conseguindo trilhar este caminho.

Depois da manifestação ocorrida na reunião do dia 9 de abril, 16 das 18 Redes Petro brasileiras mandaram mensagens de apoio a Fernando Jefferson, indicando que estavam de acordo com a proposição de uma agenda positiva em conjunto com a Petrobrás.

“É uma ação de empresários que acreditam que as empresas da cadeia do petróleo devem caminhar com as próprias pernas, através do fechamento de negócios. Sem prescindir, é claro, de todo o apoio que recebemos e esperamos continuar a receber de outras entidades e iniciativas, como por exemplo o Convênio Petrobrás/Sebrae”, afirmou Jefferson.

FIM DE CAXIAS, INÍCIO DE TRÊS LAGOAS

Apesar do movimento positivo dos empresários, uma das Redes Petro – a de Duque de Caxias (RJ) – tem passado por dificuldades. Por divergências entre membros da direção e das formas de gestão, a unidade está próxima de chegar ao fim. Os empresários evitam tocar no assunto, por ter gerado problemas internos, mas não negam que deva haver mudanças.

“Estamos discutindo a possibilidade de integrar a Rede Duque de Caxias à Rede Petro Rio”, disse Fernando Jefferson, que também é diretor da Rede Petro Rio, mas não confirmou o fim da Rede Duque de Caxias. “Estão querendo unificar com o Rio, porque a gestão lá não está andando”, complementou Eduardo Soares (foto à direita).

No mesmo momento em que a rede de Caxias caminha para o fim, o município de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, está perto de ganhar uma Rede Petro. A unidade, já em gestação em parceria com o Sebrae, deve surgir para atender às necessidades da Petrobrás na implantação da fábrica de fertilizantes na região, cujas obras foram iniciadas em 2011.

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