ESTUDO REVELA POTENCIAL DE EMPREGOS DA INDÚSTRIA NUCLEAR E EUROPEUS FAZEM ACORDO PARA GERAR VAGAS NO SETOR
Os recentes números de desemprego no Brasil, revelados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), demonstram o drama de milhões de brasileiros que estão à margem do mercado de trabalho. Os indicadores da economia são bem tímidos e, por isso, o cenário para o futuro ainda não é animador. Contudo, opções para tentar reverter o quadro estão na mesa do governo federal. Entre erros e acertos do Palácio do Planalto, uma decisão digna de elogios é o esforço em retomar as obras de Angra 3, paralisadas desde 2015. O investimento na opção nuclear não é apenas atrativo em termos de matriz energética. Dados apresentados pela Agência Internacional de Energia Atômica, citando um estudo feito por Donald Harker e Peter Hans Hirschboeck, indicam que a cada 2 MW novos de energia nuclear, um novo emprego local é criado (como mostra a tabela abaixo). O documento ainda detalha que a fonte é a quem tem maior potencial de geração de vagas dentre todas as demais, levando em consideração a capacidade média de potência dos empreendimentos. Em breve, esses números devem ganhar vida em dois países europeus – Inglaterra e França -, que estão depositando suas fichas na geração nuclear.
Organizações de desenvolvimento econômico do sudoeste inglês e da Normandia (ao norte da França) vão colaborar na criação de empregos, abrindo oportunidades e atraindo novos investimentos no setor nuclear para as duas regiões. Como parte de um memorando de entendimento (MoU) entre o Nuclear South West e o Nucleopolis, as entidades compartilharão conhecimento e oportunidades na indústria para explorar oportunidades conjuntas. A ideia é conectar empresas, com investimentos no valor de 50 bilhões de libras esterlinas (US$ 65 bilhões) no sudoeste da Inglaterra e um mercado na Normandia que vale mais de 1 bilhão de libras esterlinas por ano.
A Nuclear South West é uma parceria de organizações nucleares, acadêmicas e do setor público. Ela foi criada em 2016 para defender a indústria nuclear do Sudoeste da Inglaterra e tornar a região no principal destino para investimento, inovação e crescimento. Já a Nucleopolis é a divisão nuclear da associação Normandie Energies, que reúne a expertise de quase 100 organizações francesas, abrangendo pesquisa, indústria e treinamento, nas áreas de energia, saúde e gestão de riscos. O setor nuclear emprega cerca de 28.000 pessoas na Normandia.
O presidente da Nuclear South West, Matt Burle, disse que o acordo “é extremamente importante para nós, pois ajuda a criar a consciência do Sudoeste [da Inglaterra] como um destino para as empresas investirem e fazerem negócios com a cadeia de suprimento nuclear. A França é reconhecida como uma das nações nucleares mais avançadas e a Nucleopolis tem um papel significativo a desempenhar para ajudar a indústria a crescer. Estamos ansiosos para desenvolver nosso relacionamento com a Nucleopolis e trabalhar de perto para trazer oportunidades ao sudoeste da Inglaterra e à França”.
Já para o vice-presidente da Normandie Energies, Serge Bouffard, encarregado da Nucleopolis, está satisfeito com a oportunidade de trabalhar com a Nuclear South West na missão de promover o desenvolvimento econômico do setor nuclear na Normandia. “A colaboração permite que as empresas se conectem, construam relacionamentos e buscar oportunidades que beneficiem todas as organizações francesas e britânicas envolvidas. A Nucleopolis é a embaixadora da excelência nuclear francesa na Normandia. Trabalharemos com a Nuclear South West para manter e desenvolver o setor em benefício de nossas regiões”, afirmou.
Espera-se que o projeto de usina nuclear Hinkley Point C da EDF Energy, em Somerset, no sudoeste da Inglaterra, crie 25 mil oportunidades de emprego, mil aprendizes e injete cerca de 100 milhões de libras esterlinas na economia regional anualmente. A região também abriga a usina nuclear de Oldbury, onde a Horizon Nuclear Power propõe a construção de duas unidades avançadas de reatores. É também o local do Centro Nuclear do Sudoeste, incorporando o Centro de Pesquisa Nuclear e o Colégio Nacional de Nucleares.
Enquanto isso, no Brasil, a Eletronuclear espera uma definição sobre a dívida da empresa com o BNDES, Caixa e com a própria holding Eletrobrás. O assessor da diretoria técnica da empresa, Roberto Travassos, disse durante o Seminário Internacional de Energia Elétrica (SIEN), no Rio de Janeiro, que a Eletrobrás está analisando a possibilidade de conceder um adiamento das cobranças da parcela da dívida relativa à construção de Angra 3. Pela proposta, a Eletronuclear pagaria apenas os juros mensais de R$ 7 milhões, ao invés dos atuais R$ 22,3 milhões.
No mês passado, o Conselho Nacional de Política Energética criou um grupo de trabalho para propor medidas para a retomada das obras da usina. As ações em análise pelo grupo devem abranger o aumento da tarifa de energia do empreendimento e a questão do financiamento.
Esperamos que o Ministro Moreira Franco, que conhece bem a situação do estado do Rio e muito a questão nuclear, deixe o governo com a questão de Angra 3 resolvida para a retomada no inicio de 2019. E também definir uma politica sustentável para a energia nuclear, existe países que têm uma usina nuclear só para atender o metrô. Está na hora de regionalizar ou até municipalizar a malha, tirando da malha nacional para não correr riscos de apagões em atividades extremamente publica. Usinas nucleares, solar, aeróbicas, queima de lixo, a gás natural, poderiam ser isoladas das malhas das Hidrelétricas,… Read more »