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REGULADOR FRANCÊS AUTORIZA OPERAÇÃO DE REATORES DE 1,3 GW PARA ALÉM DE 40 ANOS

Unidades de 1,3 GW da EDF na central de Cattenom

Unidades de 1,3 GW da EDF na central de Cattenom

A EDF poderá operar seus reatores de 1300 MWe além da vida útil original de 40 anos, desde que realize as atualizações necessárias, decidiu a Autoridade de Segurança Nuclear e Proteção contra Radiações (ASNR) da França. A empresa opera quatro modelos de reatores de água pressurizada: os de 900 MWe, 1300 MWe, 1450 MWe (série N4) e 1620 MWe (EPR). Os 32 reatores de 900 MWe atualmente em operação entraram em atividade entre 1977 e 1988, enquanto os 20 reatores de 1300 MWe começaram a operar entre 1985 e 1993. Os quatro reatores N4 foram conectados à rede entre 1984 e 1991. Já o reator Flamanville 3 (EPR) foi conectado à rede elétrica em dezembro do ano passado.

Na França, a autorização para a criação de uma instalação nuclear é concedida pelo governo, após consulta à ASNR. Essa autorização não tem prazo de validade, mas a cada dez anos é realizada uma análise aprofundada da instalação — chamada de “revisão periódica” — para avaliar as condições de sua operação por mais dez anos. A ASNR determinou agora que os reatores de 1300 MW podem continuar operando após a quarta revisão periódica, realizada ao completarem 40 anos de funcionamento.

A autoridade destacou que essa quarta revisão é “particularmente importante, já que, ao projetar certos equipamentos dos reatores, considerou-se uma vida útil de 40 anos. A continuidade da operação além desse período exige atualização dos estudos de projeto ou substituição de equipamentos”.

A ASNR considera que “todas as medidas previstas pela EDF, além daquelas prescritas pela autoridade, abrem caminho para a continuidade da operação desses reatores por mais dez anos após sua quarta revisão periódica”. As medidas propostas pela EDF na fase genérica da quarta revisão periódica dos reatores de 1300 MWe foram submetidas a uma consulta nacional entre 18 de janeiro e 30 de setembro de 2024. A ASNR também realizou uma consulta pública, por meio de seu site, sobre o rascunho da decisão, entre 16 de maio e 15 de junho de 2025.

Na decisão final, a ASNR exige a implementação das principais melhorias de segurança planejadas pela EDF, além de medidas adicionais consideradas necessárias para alcançar os objetivos da revisão. “Esta decisão encerra a chamada fase genérica da revisão, que abrange os estudos e modificações comuns a todos os reatores de 1300 MWe, projetados com base em um mesmo modelo”, explicou a ASNR. “Ela é acompanhada por uma carta com pedidos adicionais sobre temas de menor relevância.

As melhorias e medidas previstas serão aplicadas individualmente a cada reator durante suas respectivas revisões periódicas, que devem ocorrer até 2040. Segundo a ASNR, essas revisões levarão em conta as particularidades de cada instalação. As ações previstas pela EDF para cada reator também serão submetidas a inquérito público. A ASNR determinou que a EDF envie relatórios anuais sobre as ações implementadas para atender às exigências, os respectivos prazos e a capacidade industrial — tanto da própria empresa quanto de fornecedores externos — para realizar as modificações dentro dos prazos estipulados. Essas informações deverão ser divulgadas ao público.

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