Braskem
faixa - nao remover
Assim Saúde

RELATÓRIO INDICA QUE NENHUMA DAS MAIORES ECONOMIAS DO MUNDO ESTÁ A CAMINHO DE ATINGIR META DE ZERO EMISSÕES

O aumento acelerado da demanda por energia e as tensões geopolíticas crescentes tornam as metas de zero emissões até 2050 inatingíveis. O dado consta no relatório “Energy Transition Outlook 2025-2026” da Wood Mackenzie. Os principais achados do relatório indicam que poucos países — e nenhum integrante do G7 — estão no caminho para cumprir as metas de emissões de 2030. No cenário de compromissos nacionais, a Wood Mackenzie projeta que o zero emissões será atingido apenas após 2060, muito além do prazo necessário de 2050. Os EUA enfrentam o maior desafio: precisariam aumentar 76% os gastos anuais em transição climática para alcançar zero emissões, muito acima do necessário para China e Europa.

Com a expansão de tecnologias como inteligência artificial e eletrificação, o que antes era um esforço aspiracional de descarbonização agora enfrenta trade-offs complexos de escala, integração de sistemas, alocação de capital e geopolítica”, disse Prakash Sharma, vice-presidente e chefe de Cenários e Tecnologias da Wood Mackenzie. “A participação de solar e eólica na matriz elétrica global cresceu de 5% para 20% na última década, e espera-se que continue crescendo. Porém, avançar de implantação para um sistema energético profundamente descarbonizado é muito mais complexo do que simplesmente adicionar megawatts”, acrescentou.

Segundo a Wood Mackenzie, um aumento expressivo nos investimentos ainda poderia limitar o aquecimento global a 2°C, alcançando emissões líquidas zero por volta de 2060. A análise aponta que seriam necessários US$ 4,3 trilhões em investimentos anuais entre 2025 e 2060, alcançando zero emissões por volta de 2060. Para isso, o investimento do setor de energia precisaria crescer dos atuais 2,5% para 3,35% do PIB global. O cenário base da consultoria projeta agora o pico das emissões em 2028 e uma desaceleração no ritmo de redução para 2% ao ano, o que colocaria o planeta em trajetória de aquecimento de 2,6°C.

O estudo também destaca a rápida expansão das fontes renováveis, que devem saltar de 20% para 60% da geração elétrica mundial até 2050. A energia solar deve dobrar de capacidade até 2030, ultrapassando o gás em 2033 e o carvão em 2034, enquanto baterias e energia nuclear fornecerão flexibilidade às redes.

O crescimento da inteligência artificial cria demanda elétrica sem precedentes: centros de dados consumirão 700 TWh em 2025, superando veículos elétricos, podendo dobrar até 2030. Isso ameaça crises de eletricidade e aumento de tarifas, além de comprometer metas de energia limpa para 2030. No entanto, a IA também pode acelerar tecnologias inovadoras e otimizar sistemas energéticos.

O pico da demanda de petróleo mudou de 2030 para 2032, refletindo o avanço em transportes rodoviários e petroquímicos. O gás natural mantém o papel de combustível de transição, principalmente onde é preciso substituir carvão.

De acordo com a análise, a transição energética entra em fase mais madura, enfrentando trade-offs de escala, integração, capital e geopolítica. “É cada vez mais crítico ver o sistema energético como interconectado. Eletrificação, flexibilidade e descarbonização conectam mercados antes separados”, disse Sharma. “Choques geopolíticos ou restrições em um combustível afetam outros, enquanto tecnologias como hidrogênio, CCUS e biocombustíveis dependem de renováveis e infraestrutura comum”, concluiu.

Inscrever-se
Notificar de
guest
0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários