RELATÓRIO REVELA INDICADORES FAVORÁVEIS DA ADEQUAÇÃO DO MERCADO BRASILEIRO PARA PEQUENOS REATORES MODULARES

A relação bilateral entre Brasil e Estados Unidos teve novos desdobramentos. Um novo relatório produzido pelos dois países trouxe boas informações preliminares sobre oportunidades e desafios para Pequenos Reatores Modulares (SMRs) no Brasil. Dos 18 indicadores estudados no trabalho, treze deles foram marcados como relativamente favoráveis. O estudo foi desenvolvido no âmbito do Fórum de Energia EUA-Brasil, criado pelos dois países em março de 2019. O documento completo, em inglês, está disponível neste link.

As duas categorias em que todos os indicadores são marcados como “Relativamente Favoráveis” são Demanda Nacional de Energia e Suficiência da Infraestrutura Física. Os dados brasileiros para os indicadores em ambas as categorias sugerem um mercado relativamente favorável para implantação de SMRs. No caso da Demanda Nacional de Energia, são apontados como favoráveis os indicadores como a previsão de crescimento da atividade econômica, a taxa de crescimento do consumo de energia primária e o consumo de energia per capita.

Já no quesito Suficiência da Infraestrutura Física, os indicadores apontados como favoráveis são a capacidade da rede elétrica brasileira, as condições de infraestrutura e a disponibilidade de terrenos.

As condições do mercado brasileiro para implantação de SMR são mistas para as outras cinco categorias. Na categoria Demanda de Energia SMR, os indicadores sobre Cogeração e Usos Intensivos Industriais são marcados como Relativamente Favoráveis devido ao aumento previsto do Brasil na capacidade de dessalinização e à importância da indústria na economia brasileira. Devido à alta taxa de urbanização do Brasil, o indicador Rural é marcado como Relativamente Desfavorável.

Na categoria Suficiência Financeira/Econômica, dois dos três indicadores são marcados como Relativamente Favoráveis. Devido à classificação de crédito atual da S&P para os títulos do governo brasileiro, o indicador de Crédito nesta categoria é marcado como Relativamente Desfavorável. Como tal, esses indicadores sugerem uma capacidade de investir em tecnologia SMR e microrreatores (MR) , embora o financiamento possa representar um desafio. A tabela completa com todas as categorias e indicadores está disponível no final desta reportagem.

Além das informações coletadas nesta fase inicial do projeto, o estudo aponta várias recomendações para os próximos passos a serem considerados em atividades futuras para projetos de SMRs:

• Uma mesa redonda para oportunidades de tecnologia dos EUA nas quatro categorias de reatores brasileiros de interesse identificadas no projeto deve ser considerada. Esta mesa redonda servirá para identificar e destacar as tecnologias e empresas dos EUA que podem desempenhar um papel na implantação de futuras opções de energia nuclear no Brasil;
• Um mergulho mais profundo nas ferramentas disponíveis do governo dos EUA (por exemplo, design, manufatura, finanças) para obter um detalhamento mais rico das opções disponíveis para o Brasil;
• Expandir e refinar ainda mais os conceitos de nível de prontidão tecnológica usados no aspecto inicial do escopo do projeto;
• Acompanhe as mudanças no espaço de tecnologia, incluindo aspectos de licenciamento e design, e atualize o relatório conforme necessário;
• Envolver-se com o novo regulador nuclear no Brasil (quando estiver em vigor) e buscar um workshop conjunto de conceitos de licenciamento para discutir as abordagens dos EUA para a regulamentação e licenciamento;
• Avaliar as possibilidades técnicas de acoplamento da energia nuclear a outros mercados além da eletricidade, como calor de processo industrial, produção de hidrogênio e dessalinização, e a economia de escopo correspondente no Brasil.