REPSOL ENFRENTA MAIORES AMEAÇAS NA ARGENTINA E PERDE SEIS CONTRATOS DE EXPLORAÇÃO

A situação da espanhola Repsol-YPF tem piorado cada vez mais. Na Argentina, “inimigo público de Kirchner” é o novo codinome da petrolífera. Os últimos capítulos que seguem os impasses entre a YPF e a presidente do país, Cristina Kirchner, fomentam a possibilidade de reestatização da companhia.

Para começar, a espanhola perdeu mais seis províncias em seu grupo de contratos de exploração. A província de Chubut ameaçou inclusive findar a concessão da jazida de Manantiales Behr, a mais importante da região. Segundo Martin Buzzi, governador da província, a nova decisão é avançar no processo de reversão de outras quatro jazidas que a YPF tem em Chubut, começando por Manantiales Behr. Segundo os governadores das províncias que cancelaram os contratos, há falta de compromisso da petrolífera com os acordos de exploração.

Cartazes contra a petrolífera se espalham pelas ruas argentinas. Eles são fixados por movimentos liderados pelo filho da presidente, Máximo Kirchner. Os jornais argentinos, aliados da Casa Rosada, não falam em outra coisa senão a estatização de pelo menos 30% das ações da companhia.

O grupo argentino Petersen, antigo aliado dos Kirchner, detém 25% do capital da YPF a mais de três anos. A Repsol tem 50% em seu poder e a fatia de sobra está espalhada entre o mercado.

Entre as acusações estão a falta de investimentos e queda da produção. As províncias reclamam que a companhia não faz questão de se aproximar do país e que possui atitudes meramente financeiras sem qualquer vínculo de desenvolvimento industrial com a Argentina.

Nos últimos nove anos, a produção de petróleo na Argentina recuou de 43,9 milhões de metros cúbicos para 33 milhões. Deste total, 35% são produzidos pela Repsol-YPF. Em março, Cristina lamentou o fato de seu país ter desembolsado US$ 10 bilhões em 2011 para importar combustíveis.