RESÍDUOS DE BANANA E LARANJA PODEM SER UTILIZADOS PARA PRODUÇÃO DE BIOETANOL VEICULAR
Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), aponta a laranja e a banana, as duas frutas mais cultivadas no Brasil, como importantes fontes complementares para a produção de bioetanol veicular.
O estudo foi coordenado por Crispin Humberto Garcia Cruz, professor titular da Unesp, no campus de São José do Rio Preto, e desenvolvido pela doutoranda Michelle Cardoso Coimbra, bolsista da Fapesp.
O professor ressaltou que as respostas obtidas em laboratório não podem ser simplesmente extrapoladas para um processo industrial em grande escala, mas que servem como uma estimativa. Segundo o pesquisador, se todos os resíduos resultantes das culturas de laranja e banana fossem convertidos em etanol, teríamos uma produção anual de 658 milhões de litros.
O processo para os resíduos se transformarem em bioetanol veicular é longo. Inicialmente, as cascas são secas e trituradas. Depois, passam por um pré-tratamento de hidrólise ácida, realizada com ácido sulfúrico a 5%. Em seguida, o material pré-tratado é misturado com enzimas em solução por cerca de 24 horas. A fase seguinte é uma filtragem e desintoxicação com carvão ativado, para, finalmente, ser utilizado como substrato para fermentação, produzindo o etanol.
O alto valor das enzimas necessárias para a liberação dos açúcares na etapa de hidrólise da celulose e da hemicelulose é um dos principais problemas para a produção em larga escala deste biocombustível. Apesar dos altos custos, os pesquisadores consideram o etanol de resíduos de frutas uma opção comercialmente promissora.
Deixe seu comentário