REUNIÃO SOBRE O CONTEÚDO LOCAL É CONFIRMADA SEM A PRESENÇA DE PADILHA
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, já está de volta ao trabalho, mas não vai participar da reunião sobre o conteúdo local marcada para esta quarta-feira (2), que foi mantida para as 15h. Quem assumirá a frente em nome da pasta será o secretário executivo, Daniel Sigelmann (foto), junto aos Ministros de Minas e Energia (MME), Fernando Coelho Filho, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Marcos Pereira. Os três, juntos com técnicos e outros representantes do comitê do Pedefor, vão tomar as decisões mais aguardadas pela indústria de óleo e gás nos últimos tempos.
A reunião para tratar da revisão da política de conteúdo local estava marcada para a semana passada, mas foi adiada. O governo recuou diante da pressão feita por representantes da indústria nacional de fornecedores, que podem ser muito prejudicados caso seja levada adiante a ideia de acabar com as exigências de conteúdo nacional, o que derrubaria as expectativas de retomada da economia para as empresas do setor, que já passam por um momento muito difícil.
A proposta mais aceita pelo governo até o momento se baseou em uma exigência da indústria, da divisão em macrossegmentos, mas desvirtuou vários pontos fundamentais das propostas feitas pelos fornecedores. A ideia do governo é substituir as exigências atuais em 90 itens e subitens para 6 macrossegmentos, diferenciados entre blocos no mar e em terra. No entanto, a ideia não está sendo atende a cadeia nacional de fornecedores.
“O principal problema é que a proposta não separa bens de serviços. Somente com serviços os índices propostos serão atingidos, excluindo assim toda indústria fornecedora de bens”, declarou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O Petronotícias vem acompanhando e repercutindo o assunto há vários dias, divulgando a opinião de diversos executivos, que foram atraídos pelos percentuais implantados com a política de conteúdo local. Mas agora todos os investimentos feitos no País podem ir por água abaixo caso não haja mais exigência de contratação de conteúdo nacional nas próximas rodadas de licitações de campos de petróleo e gás.
“Várias empresas internacionais que acreditaram nesse movimento de conteúdo local vieram para o Brasil, abriram filiais, contrataram e geraram empregos. Hoje, todas essas companhias estão muito reduzidas. A repercussão de não respeitarmos o conteúdo local é dar manutenção a esse desmonte”, declarou o CEO da Suretank, Marco Pfeifer, em entrevista ao Petronotícias.
Além disso, a Fiesp divulgou um estudo em que aponta que se as regras forem descartadas, o impacto será gigantesco no Brasil, podendo representar uma queda de 92,2% na contribuição do setor de exploração e produção para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional e de 90,6% na geração de empregos no País.
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