REVISTA VEJA REVELA QUE DOLEIRO ACUSOU A PRESIDENTE DILMA E O EX-PRESIDENTE LULA DE ENVOLVIMENTO NOS ESCÂNDALOS DA PETROBRÁS
A Revista VEJA que estará nas bancas nesta sexta-feira (24) traz uma reportagem exclusiva que pode abalar a credibilidade da Presidente Dilma e do ex- presidente Lula. Em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público em Curitiba, segundo a revista, o doleiro Alberto Youssef teria dito que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “sabiam de tudo” sobre o esquema de corrupção na Petrobrás. Perguntado sobre o nível de comprometimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobrás, o doleiro teria afirmado:
“O Planalto sabia de tudo!”
Perguntado pelo delegado que colhia o depoimento a quem ele se referia, Youssef teria respondido: “Lula e Dilma“.
O advogado de Youssef, Antônio Figueiredo Basto, confirmou que o doleiro prestou depoimento à Polícia Federal de Curitiba na última terça-feira, mas disse não ter conhecimento da informação citada pela revista.
“Eu nunca ouvi nada que confirmasse isso. Não conheço esse depoimento, não conheço o teor dele”.
Ele disse que Youssef prestou muitos depoimentos no mesmo dia e que o doleiro estava acompanhado de advogados de sua equipe.
“Conversei com todos da minha equipe e nenhum fala isso. Estamos perplexos e desconhecemos o que está acontecendo. É preciso ter cuidado porque está havendo muita especulação”. Basto também disse que a defesa não possui cópia do que foi falado por Youssef à Polícia Federal.
O depoimento citado pela revista não tem relação com os que foram prestados à 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, cujo teor já foi divulgado anteriormente.
O doleiro está preso em Curitiba desde março e é acusado de ser um dos chefes do esquema que teria desviado cerca de R$ 10 bilhões desde 2006. Seria a primeira menção de Youssef ao nome de Dilma nas investigações. Ele já havia citado Lula em depoimento prestado à Justiça Federal no dia 8 deste mês. Na ocasião, Youssef disse que Lula teve que ceder aos políticos de partidos acusados de participar das fraudes na Petrobras e empossou Paulo Roberto Costa na diretoria de Abastecimento. Ele afirmou que “agentes políticos” ameaçaram trancar a pauta do Congresso.
“Tenho conhecimento que, para que o Paulo Roberto Costa assumisse o posto, esses agentes trancaram a pauta no Congresso por 90 dias. Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou louco e teve de ceder e empossar Paulo Costa na diretoria de Abastecimento” — afirmou, de acordo com vídeo do depoimento disponibilizado pela Justiça Federal.
O doleiro ainda disse que o PT, PMDB e PP estavam envolvidos num esquema de corrupção na Petrobrás que consistia na cobrança de propinas de empreiteiras pelo tesoureiro petista João Vaccari e pelo peemedebista Fernando Soares. As obras da estatal eram escolhidas por um cartel de dez empresas, que superfaturavam os preços em algo em torno de 20%, dinheiro que era dividido para políticos e diretores da estatal.
No trecho da reportagem divulgado ontem à noite, VEJA faz um relato da chegada de Youssef na sala para o interrogatório.
“A temporada na cadeia produziu mudanças profundas em Youssef. Encarcerado desde março, o doleiro está bem mais magro, tem o rosto pálido, o cabelo raspado e não cultiva mais a barba. O estado de espírito também é outro. Antes afeito às sombras e ao silêncio, Youssef mostra desassombro para denunciar, apontar e distribuir responsabilidades na camarilha que assaltou durante quase uma década os cofres da Petrobras”, diz a revista.
Youssef vai pedir à CPI da Petrobrás que remarque seu depoimento, previsto para a próxima quarta-feira (29), para depois que seu acordo de delação premiada for homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que não tem data marcada para acontecer. O advogado de Youssef, Antônio Figueiredo Basto, disse que o doleiro permanecerá em silêncio se o depoimento for mesmo confirmado para semana que vem.
Segundo o advogado, Youssef nega ter tido negócios com o PSDB e quer uma acareação com Meirelles para desmenti-lo. De acordo com o advogado, o juiz só deve despachar seu pedido na segunda-feira. Em depoimento de Meirelles ao juiz Moro, na última segunda-feira, o diretor do Labogen disse que Youssef fazia negócios com o PSDB e com o ex-presidente do partido Sérgio Guerra. Ao tomar conhecimento do depoimento de Meirelles, Youssef pediu que seu advogado desmentisse a informação oficialmente.
Pouca vergonha desa veja…hzn