RIO GAS FORUM VAI DEBATER EXPLORAÇÃO DE GÁS NÃO CONVENCIONAL NO BRASIL | Petronotícias




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RIO GAS FORUM VAI DEBATER EXPLORAÇÃO DE GÁS NÃO CONVENCIONAL NO BRASIL

O Rio Gas Forum chega à quarta edição este ano – de hoje (5) a quinta-feira (7), no Copacabana Palace (RJ) – e deve ter um novo elemento figurando entre os debates que marcarão o evento: o gás não convencional. Com a revolução do gás de xisto (Shale Gas) nos Estados Unidos, que hoje tem cerca de 30% de sua produção oriunda de reservatórios não convencionais, o mercado mundial abre seus olhos para essa nova forma de produzir hidrocarbonetos, e o Brasil também faz parte da lista de interessados. A ANP já anunciou que fará o primeiro leilão voltado para este tipo de gás em 2013, mas a indústria nacional ainda tem muitas dúvidas sobre o assunto. A diretora do Rio Gas Forum, Jenny O’Mahony, contou que além do gás não convencional, o evento vai tratar de todas as oportunidades e desafios do setor de gás no Brasil, reunindo executivos dos mercados nacional e internacional.

Qual o objetivo do Rio Gas Forum?

Este é um momento crucial para o setor de energia brasileiro. Além das novas rodadas de licitação que estão previstas, o futuro do gás no Brasil está numa fase de desenvolvimento importante. Então o Rio Gas Forum é uma plataforma para a Petrobrás se reunir com clientes e parceiros do setor de gás e energia do Cone Sul, e descobrir oportunidades para colaboração e projetos futuros. O Brasil tem muitas opções nessa área, incluindo a continuação da importação do gás boliviano, a utilização do gás produzido nos campos do pré-sal, o desenvolvimento do gás natural e não convencional em terra, ou até o aumento da capacidade de trazer GNL de outras partes do mundo. O Forum vai examinar todas essas alternativas e tentar apontar a melhor estratégia de longo prazo para o país.

Qual é a relevância do Brasil no mercado de gás internacional?

Além do legado de importação da Bolívia, o Brasil também tem importado gás há alguns anos através de seus terminais de GNL em Pecém (CE) e na Baía de Guanabara (RJ). Fora isso, a Petrobrás é um player de grande relevância no mercado global de GNL por suas atividades comerciais, e, dependendo do que acontecer com os recursos do pré-sal, uma opção para o Brasil é a exportação do gás para outros países do Cone Sul.

Outro ponto interessante, fora do downstream, é a previsão que se tem feito sobre o crescimento do setor de fertilizantes brasileiro, que deve passar por um momento de expansão para reduzir as importações e pode gerar uma grande oportunidade para muitas empresas da área.

Que tipo de política pode ser implementada para fomentar o setor?

As próximas rodadas de licitação de blocos exploratórios voltadas para o shale gas, que serão discutidas pela ANP durante o Rio Gas Forum, vão revelar novas oportunidades para os operadores existentes e para novos investidores do mercado.

O evento pretende abordar questões relativas ao gás não convencional?

Nós vimos a revolução do shale gas transformar o mercado de energia nos Estados Unidos. Apenas alguns anos atrás, ninguém teria imaginado que os EUA pudessem se tornar um exportador de energia. O Brasil tem recursos muito ricos de shale gas e já há atividades de exploração na Bacia de São Francisco. O desafio do país será levar estes recursos aos mercados com preços comerciais, então esse será um elemento muito interessante a ser discutido.

Quais os maiores entraves no Brasil ao crescimento do setor de gás?

A previsão hoje é que o mercado de gás brasileiro cresça cerca de 10% ao ano até 2020. Para alcançar essa meta, serão necessários muitos avanços em termos de infraestrutura, incluindo o aumento da capacidade de transporte dutoviário e estruturas para armazenamento onshore. Outro desafio é a competição com outras fontes de energia. Enquanto a maior parte da matriz energética brasileira hoje é formada por hidrelétricas, que dependem das chuvas, o país tem crescido muito rapidamente e demandará outras formas de geração de energia. O gás é uma fonte bem aceita, abundante e tem um preço razoável, então está em boa posição para preencher a lacuna da matriz do Brasil.

Quais planos referentes à distribuição de gás pelo território brasileiro devem ser debatidos no encontro?

A diretora do departamento de gás do Ministério de Minas e Energia, Symone Araújo, vai dar detalhes do Plano de Expansão da Malha de Transporte Dutoviário (Pemat) durante o Forum.

Quais as expectativas da organização com o evento?

A CWC pretende receber executivos de várias partes do mundo e novos investidores do setor de gás no Forum deste ano. O evento vai permitir que novos e antigos representantes do setor entendam mais profundamente a dinâmica do mercado brasileiro e encontrem novas oportunidades. Como sempre, nossos amigos da Petrobrás estarão presentes em busca de conhecer novas oportunidades de colaboração. As próximas rodadas de licitação vão despertar o interesse de muitos investidores e esperamos que a ANP responda algumas questões das delegações internacionais.

A programação contará com apresentações de representantes da Shell, da HRT, da MPX, da Odebrecht, da OGX, do Ministério de Minas e Energia, do governo de Minas Gerais e muitos outros. Com isso, o Forum deverá ser tanto uma boa fonte de informação quanto uma excelente oportunidade de negócios. Esperamos que o evento continue a ser o encontro mais importante para os executivos-sênior da indústria e que tenha um papel vital no desenvolvimento do mercado de gás brasileiro.

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