ROUBO DE UM EQUIPAMENTO COM CÉSIO-137 DEIXA O EQUADOR EM ALERTA | Petronotícias




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ROUBO DE UM EQUIPAMENTO COM CÉSIO-137 DEIXA O EQUADOR EM ALERTA

xsxsxA história se repete. Olha o perigo: o governo do Equador  lançou  um alerta nesta por conta do roubo de um densímetro nuclear, um equipamento de medição usado na construção civil que contém duas fontes de material radiativo, uma delas de césio-137. O aparelho foi roubado na terça(27), em Quito, capital do país. O densímetro é usado para medir a compactação do solo e possui uma fonte de amerício-241, material usado para detectar a umidade, e outra de césio-137, que determina a densidade do solo. Esse material foi o mesmo que causou aquele gravíssimo acidente em Goiânia, em 1987.

O incidente foi relatado pelo Corpo de Bombeiros à Subsecretaria de Controle e Aplicações Nucleares (SCAN) do Ministério de Energia e está sendo investigado pelos órgãos competentes. O Ministério explicou que o equipamento roubado contém duas fontes que emitem radiação ionizante, que “não pode ser sentida, vista, ou cheirada e é transmitida pelo ar a vários metros de distância e quanto mais próximo, mais perigo apresenta”. O manuseio inadequado deste equipamento é prejudicial ao meio ambiente e à saúde, destacou a entidade em um comunicado. Explicou também que a interação com o corpo humano pode causar efeitos adversos, por isso é importante que os cidadãos mantenham uma distância de pelo menos dez metros do dispositivo. aqqaaaq“O equipamento roubado é ilegal, não possui valor comercial, pois trabalhar com ele exige uma autorização emitida pela SCAN“, diz o comunicado. Da mesma forma, as empresas que contratam esses serviços devem, por lei, solicitar as permissões de mobilização e operação de acordo com o número de série e modelo. De acordo com as fotografias publicadas pelo Ministério, o equipamento é pequeno e tem uma base amarela, na frente direita há vários botões de prata e uma pequena tela, sob a qual aparece o número 3430, enquanto à esquerda tem uma alavanca preta e prateada.

Pra lembrar, Em setembro de 1987, dois catadores de lixo na cidade de Goiânia entraram em uma clínica abandonada, encontraram uma máquina ali dentro e a desmontaram. Mal sabiam eles que causariam o que já foi considerado o pior desastre nuclear do mundo desde Chernobyl, em 1986, e o maior acidente radioativo da história fora de uma instalação nuclear. Os dois homens retiraram a parte superior da máquina – que era uma unidade de radioterapia usada para tratamentos contra o câncer – e a levaram para casa em um carrinho de mão. Eles usaram chaves de fenda para abrir a pesada caixa de chumbo. Dentro, havia um cilindro que continha 19 gramas de césio-137, uma substância altamente radioativa. Os homens venderam a cápsula para um ferro-velho.  Três dias depois, o dono do ferro velho  notou um brilho azul emanando da cápsula que havia comprado como sucata. Achou bonito o que via e pensou que aquele pó poderia ser valioso, como uma pedra preciosa, ou mesmo algo sobrenatural. Ele levou o cilindro para casa. Durante os três dias seguintes, vários vizinhos, parentes e conhecidos foram convidados a ver a curiosa cápsula.

Logo, muitas pessoas adoeceram – 12 delas foram transferidas para um dos melhores hospitais de Goiânia. No hospital, os médicos começaram a considerar a 88888hipótese de envenenamento por radiação. Quando os pacientes foram informados sobre a cápsula, pediram ao físico Walter Mendes Ferreira que examinasse o dispositivo. Ele pediu emprestado um detector de radiação de uma agência federal de prospecção de urânio e foi ao escritório de saúde. O físico fez alertas às autoridades e instâncias públicas como a Comissão Brasileira de Energia Nuclear (CNEN). Sua intenção era deter a contaminação e, ao mesmo tempo, evitar o pânico. Mas os temores sobre um vazamento de radiação se espalharam pelo Brasil.

Foi usado um ônibus da polícia, com o interior forrado por chapas de plástico, para levar os possíveis contaminados para um estádio de futebol vazio, onde ficaram em barracas de acampamento. Milhares de pessoas foram examinadas no local em busca de vestígios de radiação. Muitos receberam alta após tomarem banho com água e vinagre. Mas outros foram enviados para um abrigo temporário ou um hospital local. Os casos mais graves foram levados para um hospital militar no Rio de Janeiro. No total, mais de 110 mil pessoas foram examinadas. Verificou-se que 249 delas tinham níveis significativos de material radioativo em seus corpos. Centenas de pessoas com níveis leves de contaminação tiveram de permanecer4e4e4e em abrigos especiais.  O ferro-velho e dezenas de casas foram demolidos. Centenas de objetos, de refrigeradores a sofás, o pavimento de ruas inteiras, veículos, e até mesmo árvores e animais foram destruídos e descartados como lixo nuclear. O desastre em Goiânia produziu cerca de 6 mil toneladas de resíduos, recolhidos e enterrados em um centro especialmente preparado, a 20 quilômetros da cidade. Muitas outras vítimas foram salvas pelo tratamento que receberam no hospital. O governo passou a pagar pensões vitalícias para cerca de 250 vítimas. Posteriormente, outras 2.000 pessoas, incluindo bombeiros, motoristas e policiais que trabalharam nas unidades de emergência, também tiveram direito a esses pagamentos.

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