RÚSSIA E CHINA ENTRAM NA FASE FINAL DA CONSTRUÇÃO DO GASODUTO POWER OF SIBERIA, QUE LIGA OS DOIS PAÍSES
A China e a Rússia estão na fase final da construção do primeiro gasoduto que vai enviar gás natural da Sibéria para Xangai. O “Power of Siberia”, como é chamada a parte localizada na Rússia, começou a fornecer gás natural ao norte da China desde dezembro de 2019. Em território chinês, o oleoduto percorre o lado leste do país, passando pela capital Pequim e descendo até Xangai. A fase intermediária iniciou as operações em dezembro de 2020, e a seção final do sul deve iniciar as entregas de gás em 2025. As empresas estatais de energia, a russa Gazprom e a China National Petroleum, estão construindo o oleoduto há cerca de oito anos. O gasoduto China-Rússia surge no momento em que Moscou enfrenta a ameaça de perder as compras de gás natural da União Europeia, que já pretendia cortar dois terços de suas importações do gás russo, depois da guerra da Ucrânia.
A China tem procurado diversificar suas fontes de energia e se recusou a condenar Moscou pela guerra com a Ucrânia, iniciada no final de fevereiro. A escala do gasoduto China-Rússia indica que é apenas uma das muitas opções de energia para Pequim. A Rússia já investiu R$ 55 bilhões em seu acordo de gasoduto com a China. Mas desde dezembro de 2019, as importações de gás natural através do gasoduto totalizaram US$ 3,81 bilhões, números considerados ainda pequenos pelo tamanho do investimento. O ritmo das compras chinesas aumentou no primeiro semestre deste ano e quase triplicou em relação ao ano anterior, para US$ 1,66 bilhão, mas as importações de gás da China do Turcomenistão durante esse período foram muito maiores, de US$ 4,52 bilhões, um aumento de 52% em relação ao ano anterior, mostraram os dados.
O gás natural continua sendo uma pequena fração das importações de energia da China, que são principalmente de petróleo bruto. Em volume, as exportações de gás da Gazprom para a China através do gasoduto aumentaram 63,4% para 7,5 bilhões de metros cúbicos durante o primeiro semestre do ano, segundo a agência de notícias russa Interfax. O acordo original visava 38 bilhões de metros cúbicos em entregas anuais nas próximas décadas. As exportações totais da Gazprom para países que não faziam parte da União Soviética caíram 31%, para 68,9 bilhões de metros cúbicos nos primeiros seis meses do ano. No início de fevereiro, a China e a Rússia expandiram seu contrato anual de compra de gás em em 10 bilhões de metros cúbicos. Os dois países discutiram a construção de gasodutos adicionais, incluindo um que deve ir da Sibéria até a Mongólia. O Financial Times informou este mês que a Mongólia espera que o novo gasoduto, conhecido como “Power of Siberia 2”, comece a ser construído em 2024.
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