SACCHELLI VAI INVESTIR R$ 26 MILHÕES EM NOVA DIVISÃO DE ÓLEO E GÁS | Petronotícias




faixa - nao remover

SACCHELLI VAI INVESTIR R$ 26 MILHÕES EM NOVA DIVISÃO DE ÓLEO E GÁS

 O Grupo Sacchelli, que possui a distribuidora Aços F. Sacchelli e a Anthis Metalúrgica, viu as vendas para o setor petroleiro crescerem rapidamente nos últimos anos e decidiu abrir uma divisão voltada unicamente para a área de óleo e gás. Juntando a venda de aços brutos com a entrega de peças usinadas, o grupo pretende aumentar a participação do setor de 30% para 40% no seu faturamento anual. O presidente da Aços F. Sacchelli, Wagner Sacchelli, conversou com o repórter Daniel Fraiha e contou os planos de investir R$ 26 milhões na nova divisão.

 A Sacchelli cresceu 30% em 2011. Qual foi o crescimento relativo à área de óleo e gás?

As vendas da Sacchelli para o setor de óleo e gás representam hoje 30% do faturamento do grupo, sendo que elas cresceram 43% no ano passado. Essa área tem chamado tanto a nossa atenção, que começamos a pensar em abrir uma divisão exclusivamente para atendê-la. Agora estamos definindo o nosso plano de investimentos e decidimos que vamos levar o projeto adiante.

Como será a estrutura da divisão de óleo e gás?

O plano que aprovamos agora é de R$ 26 milhões de investimentos para 2012, sendo que todos os R$ 26 milhões serão aplicados na fábrica onde concentraremos os trabalhos voltados para óleo e gás. Temos já uma fábrica com 15 mil metros quadrados, que atualmente é onde a Anthis funciona, e vamos fazer toda a preparação dela para atender à demanda do setor. Nossa intenção é atuar de uma forma como ninguém faz ainda no mercado, que é vender desde o material bruto até a peça pronta, de acordo com as necessidades específicas de cada cliente.

Que tipo de peças vão fornecer?

Nossa intenção é ter sempre a solução que o cliente precisar. Podemos entregar desde um pedacinho de aço bruto até a cabeça de poço pronta. Fazemos também risers, trecaps, entre outras peças, mas a idéia é que a fabricação seja projetada de acordo com o que as empresas estiverem demandando no momento. Por exemplo, se uma empresa está precisando entregar uma quantidade de peças e me fala: ‘estou com a minha fábrica lotada’, eu entrego a peça pronta, se ela me diz que tem capacidade de fazer, eu entrego a matéria bruta. Isso é uma coisa que eu ainda não vi em lugar nenhum. Acabei de voltar de Houston e não vi nada parecido lá. No Brasil também nunca vi.

Quando surgiu essa idéia?

É uma discussão que já está em andamento há seis meses, mas não queríamos chamar a atenção do mercado, nem criar expectativas, porque ainda não sabíamos se existia mesmo essa demanda. Então começamos a fazer pesquisas e estudos, que demoraram a ficar prontos, mas agora é uma realidade.

Como será a adaptação da fábrica?

Vamos atender a todas as especificações dos clientes, vamos colocar estoques de aço destinados à área de óleo e gás, vamos fazer investimentos em controle de qualidade, com a colocação de espectômetros, que são equipamentos para fazer a análise do aço em segundos, para atestar a qualidade do produto, entre outras adaptações. Vão ser 60 máquinas voltadas para peças de óleo e gás, com capacidade para 40 mil horas de usinagem ao mês, além de um estoque inicial de 4 mil toneladas de aço. Também temos a intenção de distribuir ligas de níquel aos fabricantes de equipamentos, que hoje precisam trazer do exterior em avião, com custos altos.

Como será essa distribuição?

Quando falei dessa idéia, todos disseram que eu estava louco. Mas um dos meus gostos é ir até os clientes e ouvir quais são os problemas deles, então eu ouvia muitas reclamações sobre isso, porque precisavam trazer barras inteiras, pagar fretes caros e, muitas vezes, para usar pequenos pedaços da liga. Pensei então que seria uma boa idéia transformar o problema de várias empresas em solução para uma. Cerca de 10 empresas do setor eu sei que passam por essa situação, então a nossa idéia é ser também uma espécie de almoxarifado delas, com estoques das ligas de níquel e fornecimento de acordo com o que elas precisarem. Mas isso será um atendimento direcionado, não vamos botar à venda no mercado, serão estoques voltados para as empresas X, Y e Z, que se interessaram pela nossa idéia.

A Sacchelli atende mais a quais regiões do Brasil?

Principalmente Rio, São Paulo e a região Sul. Temos, por exemplo, a GE em São Paulo, a Lupatech em Caxias do Sul (RS), a Aker Solutions em Curitiba (PR), a FMC Technologies no Rio, a Wellstream no Rio, entre outras, além de todas as unidades em Macaé, que a maioria das empresas também têm.

A Sacchelli inaugurou uma unidade em Santos ano passado. Também será voltada para óleo e gás?

Não. A unidade de Santos é para recebimento de materiais, com um foco maior em logística, para desafogar a matriz em Guarulhos. A unidade de São Paulo vai ser a unidade de óleo e gás, mas não tenha dúvida que ela vai ser voltada para Santos. A questão é que é muito mais fácil produzir na unidade da Anthis, em São Paulo, do que em Santos. O que não tem em Santos é a mão de obra qualificada para esse tipo de trabalho. Além disso, os custos atuais da cidade inviabilizam qualquer negócio. Fazer uma unidade lá fica muito mais caro do que em São Paulo.

Como vocês estão lidando com o conteúdo local, já que também importam materiais?

O aço para a área de óleo e gás é, sempre que possível, produto nacional. Preferimos voltar a nossa cota de produtos nacionais para a área de óleo e gás, em função das regras de conteúdo local. Existem produtos que não são fabricados no Brasil, e nesses casos não há outra maneira, mas são raros.

Como é a divisão do faturamento do grupo?

A área de óleo e gás já é hoje a mais representativa, com 30% do total. O resto é um pouco pulverizado, com o setor sucroalcooleiro representando entre 10 e 12%, forjarias e autopeças, 10%, máquinas e equipamentos de 5% a 10%, entre outros menos impactantes.

O que esperam de crescimento para 2012?

Esperamos que o grupo cresça entre 15% e 20%, sendo que a área de óleo e gás tem previsão de crescimento de 30%. Vamos à feira Rio Oil & Gás este ano com um investimento grande na divulgação da nova divisão. Tem um custo previsto de R$ 1 milhão com um estande de 200 metros quadrados na feira. Também vamos à OTC de Houston, pela primeira vez.

1
Deixe seu comentário

avatar
1 Comment threads
0 Thread replies
0 Followers
 
Most reacted comment
Hottest comment thread
1 Comment authors
Antonio Adorno Recent comment authors
  Subscribe  
newest oldest most voted
Notify of
Antonio Adorno
Visitante

Wagner, infelizmente não recebi seu retorno – tentei várias vezes, até com a Mércia falei, mas não foi possivel. Eu e Castrese estaremos em reuniao em SP na manhã/ almoço nesta 5a feira – 19/9 e a tarde estaremos livres – tenho certeza que temos negócios em comum e parcerias em diversos segmentos e oportunidades. Se tiver chance me ,ligue e falaremos – 19-98225-5662 – abraços
Adorno