SAÍDA DA SAMSUNG DO ATLÂNTICO SUL PODE ABRIR AS PORTAS PARA SETE BRASIL ASSUMIR O ESTALEIRO EM PERNAMBUCO | Petronotícias




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SAÍDA DA SAMSUNG DO ATLÂNTICO SUL PODE ABRIR AS PORTAS PARA SETE BRASIL ASSUMIR O ESTALEIRO EM PERNAMBUCO

Há fortes negociações nos bastidores para que a Sete Brasil  assuma o controle acionário do Estaleiro Atlântico Sul,  que vive uma crise profunda. A reportagem do jornal Valor Econômico de  hoje, anunciando a saída da Samsung Heavy Industries do negócio, pode precipitar uma série de ações que estão sendo gestadas  desde a visita da alta direção da Petrobrás em Ipojuca, onde foram tratar  do problema de desempenho da produção dos navios contratados pela Transpetro. A Samsung Heavy Industries é dirigida pelo In-Sik Roh, CEO da empresa ( foto).  Na entrevista exclusiva ao jornal, a presidente da Petrobrás, Graça Foster,  dá contornos   reais ao tamanho do problema,  quando diz que ele é maior do que o EAS pode resolver. A Samgung, maior construtor de plataformas do mundo, tinha apenas 6 % do negócio. A Petrobrás pressionava veladamente para que a sua participação fosse maior, até mesmo para que o mercado brasileiro fosse ainda mais atrativo para os coreanos. Mas não houve acordo.  A Samsung está no projeto do estaleiro desde o início, há sete anos. Apenas um petroleiro foi construído pelo programa de Modernização da Frota da Transpetro,  o João Cândido, mas ainda não foi entregue oficialmente, devido  problemas apresentados de navegabilidade e nas soldas das chapas. Ao todo, a encomenda da Transpetro é de 22 petroleiros ( Suezmax e Panamax)  num total de R$ 7 bilhões de reais, com 90 % de financiamento do BNDES. A Petrobrás tem 30 projetos no estaleiro, contando com os navios-sonda e mais a integração da P-62, obras com cronograma de entrega escalonado. As obras de construção das sondas também enfrentam dificuldades. Como se diz, são muitos ovos no mesmo cesto. O estaleiro, inaugurado em 2005, fica no Complexo de Suape, em Ipojuca, em uma área de 1,6 milhão de m². Possui 130 mil m² de área construída e dique seco de 400 m de comprimento. Temendo atraso na entrega das sete sondas contratadas, a Sete Brasil determinou prazo para que o Estaleiro Atlântico Sul resolva seus problemas internos e cumpra o serviço em tempo. O prazo não foi divulgado, mas o diretor-presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz, apontou as dificuldades do estaleiro que vive graves problemas de gestão, uma vez que os sócios possuem interesses convergentes. Conforme o Petronotícias informou,  no dia 28 de fevereiro a presidente da Petrobrás, Maria das Graças Foster, acompanhada de alguns diretores, como José Formigli, Renato Duque e pelo presidente da Transpetro, Sergio Machado, estiveram em Pernambuco numa reunião franca e dura com a diretoria do estaleiro e representantes da Camargo Corrêa e Queiroz Galvão, sócios majoritários do Atlântico Sul. A saída Samsung deixou os sócios do EAS  numa situação de extrema dificuldade. Hoje de manhã já havia muitos comentários no mercado sobre a necessidade e o prazo exíguo para que  dirigentes da Camargo e da Queiroz Galvão encontrassem um outro parceiro técnico internacional.  Eles receberam da Petrobrás um  claro sinal do tamanho da contrariedade e do descontentamento com a  saída da Samsung do negócio. Pode haver uma reunião de emergência do Conselho de Administração da Petrobrás para resolver este impasse. Um problema sério, pois a falta de performance e, agora, a falta de um parceiro técnico de experiência, pode fazer com que a Petrobrás cancele os contratos e transfira a construção de sondas e petroleiros para outros estaleiros, inclusive no exterior, contrariando a política  governamental de incentivo à indústria naval brasileira.

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