SANÇÕES ECONÔMICAS PODEM COMPROMETER O PROJETO DA TECHNIP E NOVATEK PARA CONSTRUIR UM TERMINAL DE GNL NA RÚSSIA
ORLANDO – Por Fabiana Rocha – A Technip Energies pode ter que desacelerar consideravelmente a construção do projeto Arctic GNL 2, da Novatek, por causa das últimas sanções da União Europeia contra a Rússia. São os reflexos da invasão à Ucrânia e mais pressão do bloco ocidental. Essa perspectiva será um um golpe duro para a Technip, que tem sede na Holanda e também para a empresa russa Novatek, que está desenvolvendo um terminal gigante de exportação de gás natural liquefeito superrefrigerado. Para o CEO da Technip, Arnaud Pieton, “as sanções da UE agora visam bens de GNL, tecnologia e serviços de GNL de forma mais direta, tornando a execução do projeto mais complicada, talvez até altamente complicada”. A empresa disse que espera cumprir as obrigações contratuais ao mesmo tempo em que cumpre as sanções.
A planta Arctic LNG 2, localizada na península de Gydan, deveria iniciar as operações em sua primeira de três linhas em 2023. A Technip está buscando mais informações sobre as sanções da UE impostas no início deste mês e está cautelosa em gastar mais dinheiro no no Projeto. A companhia diz que está trabalhando para uma entrega tranquila e ordenada da obra para a Novatek, que detém 60% do projeto, com os restantes acionistas incluindo a petrolífera francesa TotalEnergies, além de empresas chinesas e japonesas. “A Technip registrou 445 milhões de euros (US$ 478 milhões) de receita do projeto no primeiro trimestre, mas os investidores não devem assumir um valor semelhante no segundo trimestre. Além do final de junho, é difícil supor que podemos fazer qualquer coisa”, disse o CEO.
Supondo que não haja mais sanções contra o GNL ou a Novatek, a empresa russa pode encontrar uma maneira de concluir, ou pelo menos parcialmente, uma das três plantas de liquefação planejadas no local, disse Pieton. Quaisquer sanções futuras podem acabar completamente com o envolvimento da Technip no projeto, mas o CEO está otimista de que a busca da Europa por suprimentos de energia para reduzir sua dependência de combustíveis russos acelerará o desenvolvimento de projetos de GNL em outros lugares, incluindo o Oriente Médio e aqui nos Estados Unidos.
Deixe seu comentário