SANDECH PLANEJA CONSTRUIR DUAS FÁBRICAS PARA ATENDER AO SETOR DE PETRÓLEO

Por Rafael Godinho (rafael@petronoticias.com.br) – 

Faltam empresas de detalhamento de obras no Brasil. É o que diz a Sandech, que atua no mercado de consultoria e projetos de engenharia multidisciplinar. Entre comércio de peças, representações e projetos de detalhamento, a companhia possui cerca de 80% do faturamento no mercado de petróleo & gás natural, em atividades que vão do fornecimento de equipamentos para estaleiros até painéis de automação para plataformas, e tem se consolidado na área de detalhamento. A empresa não possui presidente, mas dois sócios-diretores que tocam os negócios em conjunto. De acordo com Gustavo Nascimento Salvato, engenheiro químico pela UFRJ, e Antonio Manoel Marques Gonçalves Júnior, engenheiro mecânico pela UFRJ com mestrado em administração de negócios pela Coppead/UFRJ, o setor de Óleo&Gás ainda é o foco da Sandech, que pretende erguer duas fábricas em breve. Para isso, eles já contam com a holding Sandech Participações.

Como se dá a atuação da Sandech no setor de Óleo&Gás?

Na parte de engenharia de projetos, a Sandech atua desenvolvendo projetos desde a parte conceitual até a parte de instalação. Para isso a gente faz projetos multidisciplinares para módulos de navios FPSO. A gente também trabalha com a Transpetro, na logística de óleo. Também temos atuado bastante em análise de risco. Na parte de negócios, a gente trabalha com empresas estrangeiras, comercializando produtos junto a estaleiros, como tubulação e conexões em materiais especiais, por exemplo duplex e superduplex, que são ligas especiais altamente resistentes à corrosão. Outro produto que a gente comercializa são painéis elétricos e de automação para plataformas.

Em que outros trabalhos vocês estão envolvidos?

Além disso, temos a área de negócios e gestão, com estudos de viabilidade e engenharia de vendas; ou seja: a Sandech auxilia empresas que querem trabalhar no Brasil, seja fazendo parceria com elas, seja conseguindo essas parcerias. A gente tem clientes em praticamente todos os segmentos de engenharia. Mas posso dizer que 80% do faturamento vem do mercado de Óleo&Gás.

Os demais 20% de faturamento provêm de quais atividades?

A gente possui faturamento com a indústria bélica, especificamente em projetos para a área de explosivos, e com a área de tecnologia diversas, como junto ao Instituto Nacional de Tecnologia (INT). Não trabalhamos desenvolvendo tecnologia, mas possuímos e desenvolvemos uma metodologia de valoração tecnológica.

Como é o trabalho de vocês junto à Transpetro?

Junto à Transpetro a gente trabalha fornecendo engenharia de detalhamento. A propósito, atualmente a Sandech tem se posicionado como uma empresa de detalhamento, e notamos uma carência no Brasil nessa área. Claro que há empresas brasileiras fazendo esse tipo de projeto, mas a demanda do mercado é muito maior. Além disso, somos bem competitivos, na qualidade e no custo-benefício.

Além do detalhamento, vocês fazem gerenciamento?

A Sandech também tem atuado no gerenciamento da implementação de obras offshore. Essa atividade nossa é recente: estamos iniciando nessa área e pretendemos desenvolvê-la.

Vocês falaram que fornecem equipamentos. Já possuem fábrica?

A gente está trabalhando na implantação de duas fábricas. Até o momento, a Sandech criou uma holding chamada Sandech Participações, que vai cuidar dessas unidades no Brasil. A previsão da primeira fábrica é entrar em operação no primeiro trimestre de 2014.

Qual será o foco dessas unidades?

Uma unidade será focada na estocagem e distribuição de tubulação, flanges e acessórios em ligas especiais, com atenção especial aos aços inoxidáveis duplex e super duplex, com vasta aplicação na área de óleo e gás. A outra será focada na montagem e distribuição de painéis elétricos e de automação com alto grau de qualidade, também com foco principal na área de óleo e gás.

Quais são os clientes da Sandech?

Nossos clientes em Engenharia, que é uma parte da empresa, são: Petrobrás, Transpetro e BW Offshore, além da Quip, WBS, UTC, Imbel (Indústria de Material Bélico do Brasil) e Jaraguá Equipamentos. Outra parte que a gente gostaria de reforçar são os nossos cadastros: CRCC Petrobrás, Navipeças, Sicaf, Cadfor, Onip, Petronect, Braskem, Andrade Gutierrez, Quadrem, Abce, Core-RJ.

Vocês também trabalham com representações?

Hoje a gente atua como representação comercial, embora desenvolva também uma série de outras atividades. Ou seja, inicialmente ocorre a importação de materiais e depois realizamos outras operações que justificam aquela empresa no Brasil. A SPM (Special Piping Materials), que a gente representa, permitiu divulgar que a empresa comercializou no Brasil na ordem de R$ 30 milhões, só por meio da Sandech. Além disso, somos representantes da TP-Elbud, que é uma fabricante polonesa de painéis elétricos de automação para várias aplicações. Junto à Sandech, especificamente para a parte offshore.

E quais são os projetos em andamento?

Podemos revelar que temos em andamento o gerenciamento de instalação de um módulo em um FPSO, e um projeto de detalhamento para a medição de descarga de efluentes também de um FPSO, conforme determinação do Ibama para as plataformas de petróleo. Na parte de representações, a gente tem fornecido tubulação da SPM para as plataformas P-58 e P-63 [Estaleiro Quip/RS] e P-62 [Estaleiro Atlântico Sul/PE].

Como vocês da Sandech têm visto as chances em Óleo&Gás após a 11ª rodada? Esperam que o setor continue sendo 80% do faturamento?

A gente vê boas oportunidades no setor e está bem feliz com o resultado da 11ª rodada porque haverá mais empresas no mercado, com possibilidade de novas parcerias, inclusive com companhias que não têm fornecedor de engenharia. É a chance de conversarmos com essas novas empresas, internacionais e brasileiras. O Brasil está sendo bem visto no exterior, está chamando novas empresas e temos boas expectativas nos próximos anos. O setor de Óleo&Gás é nosso foco principal e tem tudo para permanecer no nosso centro de faturamento.