SAUDI ARAMCO VAI ABRIR SEU CAPITAL EM BOLSA DEPOIS DE UMA REUNIÃO COM INVESTIDORES NO PRÓXIMO SÁBADO
Demorou, mas chegou a hora da maior petroleira do mundo, a Saudi Aramco, abrir seu capital na Bolsa de Riyadh. Esse anúncio seria feito há poucos meses, mas com o atentado a maior refinaria da empresa, na Arábia Saudita, foi um balde de água fria na pretensão dos árabes, que se organizam para isso há pelos menos três anos. Conforme o Petronotícias já informou, a Saudi Arambo produz 11% da produção diária de óleo no mundo, extraindo 10 milhões de barris de petróleo por dia. É considerada a petroleira mais rentável do mundo com lucro líquido de US$ 110 bilhões de em 2018. O CEO da Saudi Aramco, Amin Nasser (foto), e o presidente do conselho, Yasir al-Rumayyan, confirmaram a entrada da Aramco na bolsa saudita. A oferta pública inicial deverá ser a maior do mundo e deve passar dos US$ 100 bilhões, dizem os especialistas, apesar do clima de tensão provocado pelos últimos acontecimentos, envolvendo o Irã e os ataques terroristas. Não é casual que a Aramco tenha informado que vai destinar a maior parte do dinheiro que auferir no IPO para um fundo soberano da Arábia Saudita destinado a pesquisas de energia renovável e inovação, e não para investimentos na própria empresa.
O petróleo responde por um terço da matriz energética do mundo hoje, e a demanda cresce perto de 1,5% ao ano desde o começo da década. Ainda assim, há uma corrida para limpar a economia do carbono. A própria Aramco destina US$ 600 milhões anuais para desenvolvimento de alternativas energéticas. Analistas veem um mercado de hidrocarbonetos com empresas mais específicas. Do ponto de vista político, o príncipe Salman tem sofrido uma série de objeções. Apesar de seu programa liberalizante de costumes na monarquia absolutista, mas a Arábia Saudita passa por uma grande transformação. Em setembro, após o ataque contra sua refinaria, a Aramco viu sua nota de crédito cair de A+ para A pela agência Fitch. Assim, analistas vêm baixando as estimativas de valor da gigante de US$ 2 trilhões para US$ 1,5 trilhão. Além disso, a oferta não mais será feita em várias Bolsas pelo mundo, e sim na Tadawul, o mercado de ações de Riad. O IPO ocorrerá depois de uma reunião com investidores no dia 9. A ideia inicial é ofertar entre 2% e 5% das ações da empresa, reservando 50% do lote para cidadãos sauditas.
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