ESCRITÓRIO NO BRASIL SERÁ BASE DA SCANDINAVIAN PARA A AMÉRICA DO SUL | Petronotícias




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ESCRITÓRIO NO BRASIL SERÁ BASE DA SCANDINAVIAN PARA A AMÉRICA DO SUL

Por Rafael Godinho / Petronotícias

As oportunidades do mercado brasileiro de Óleo&Gás estão atraindo cada vez mais empresas internacionais para a indústria brasileira e fortalecendo a cadeia de fornecedores. Uma delas é a companhia norueguesa Scandinavian Bunkering, especializada no abastecimento de combustíveis marítimos, fornecimento de lubrificantes e serviços de consultoria, e que atua em toda a Europa, Ásia, América e África do Sul. A empresa, uma trading com sede na cidade de Tønsberg, está há 20 anos no mercado e há sete anos possui um escritório em Cingapura.  Ultimamente, as perspectivas do mercado naval na América do Sul não só animaram a companhia escandinava, como a fizeram abrir um escritório no Brasil. É a segunda unidade internacional da empresa, e foi instalada no Centro do Rio de Janeiro, próximo à sede da Petrobrás, sua maior cliente brasileira.

De acordo com João Eduardo Pereira, diretor-executivo da Scandinavian Bunkering do Brasil, o escritório sul-americano pretende aumentar o enfoque da empresa em uma região do mundo que promete grandes negócios. “A América do Sul já era coberta pelo nosso escritório principal na Noruega. Mas agora vai ser muito mais fácil conversar com os países daqui, do que a partir de lá”, afirmou. Entretanto, segundo o executivo, mais do que vencer qualquer dificuldade entre os idiomas, a maior motivação é a proximidade. “A propósito, é justamente a partir de agora que vou precisar falar muito bem o espanhol”, brincou. Para ele, Argentina e Chile são dois dos países latino-americanos que estão na mira da Scandinavian.

No entanto, não é argentino, nem chileno, o escritório inaugurado no dia 13 de março. Embora haja grande interesse nos países hermanos, o idioma que João Eduardo vai usar bastante é mesmo o português bem brasileiro: “naturalmente, para qualquer atividade de hoje em dia, a economia brasileira, comparada com o mundo, está bem posicionada na mídia internacional”. Segundo ele, a posição de destaque do Brasil é evidente pela quantidade de empresas que vieram para cá ultimamente.

Dentro dessa economia em destaque, o setor de Óleo&Gás ocupa uma posição especial. “O setor de petróleo e gás natural tem tido uma grande expansão no Brasil. Então esse é um mercado claro para a gente. Outro mercado interessante para a Scandinavian é a cabotagem”, comentou João Eduardo, referindo-se ao transporte marítimo de mercadorias entre portos nacionais. “Antes não havia essa confiança no modal marítimo, era tudo apenas por caminhão. Hoje o Brasil tem sido foco para muitas empresas especificamente de óleo e gás”, defendeu. Questionado sobre as áreas mais interessantes à Scandinavian, João Eduardo responde Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória e a Região Nordeste. “As novas áreas da ANP serão também do Norte e Nordeste. Existe também toda a parte de cabotagem muito forte em Pernambuco. Na Região Sul há também o transporte dos grãos”, comentou.

Com seus cerca de 20 anos de experiência acompanhando as marés no mercado naval, João Eduardo valoriza a virtude da prudência. Prefere ainda não comentar os possíveis clientes da empresa no Brasil e muito menos se arrisca a falar de prazos e expectativas de faturamento da Scandinavian nesta nova etapa. “Não é que seja um número secreto, mas prefiro não arriscar [um faturamento] enquanto ainda estamos nos estabelecendo”, comentou bem-humorado.

A respeito da exigência de conteúdo local brasileira, o item está longe de ser uma surpresa para a empresa cujo país tem sido referência para a indústria brasileira. “Recentemente, nossos diretores vieram visitar o escritório do Rio. Durante as conversas, o nosso vice-presidente de vendas, Erik Zinde, observou que o modelo brasileiro se espelha muito no modelo norueguês”, comentou. João Eduardo conta que o modelo de conteúdo local norueguês surgiu após uma avalanche de produtos estrangeiros na cadeia industrial. Foi quando o país decidiu pôr em prática uma política que permitisse o desenvolvimento local e, ao mesmo tempo, não fechasse as portas à importante contribuição das empresas provenientes do exterior.

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