SEBRAE ARTICULA NOVAS PARCERIAS PARA PROJETOS TECNOLÓGICOS NO SETOR DE PETRÓLEO
Por Luigi Mazza (luigi@petronoticias.com.br)
A formação de parcerias para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras é um fator constante no setor de petróleo, mesmo em um momento de menores investimentos. A partir dessa perspectiva, a articulação de projetos de pequenas companhias com grandes empreendedores do mercado se mantém como maior foco e aposta do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio de Janeiro (Sebrae-RJ), que realiza rodadas de negócios voltadas para o estabelecimento de novas cooperações no segmento petrolífero. Embora as empresas de menor porte participem de forma intensa e majoritária na elaboração de projetos inovadores, afirma o coordenador de petróleo e gás do Sebrae-RJ, Antonio Batista, elas ainda apresentam dificuldades para alcançar o mercado e obter financiamentos para suas propostas. Após o processo de identificação de projetos tecnológicos, a entidade buscará durante o próximo mês se reunir com pequenas e grandes empresas para avançar em uma maior integração, levando à concretização de novos negócios. O Sebrae realizou também, ao longo da última semana, reuniões de inovação aberta, nas quais busca captar as necessidades das companhias e, a partir disso, desenvolver novos empreendimentos no setor. “Nosso objetivo agora é iniciar as oficinas de identificação de demandas tecnológicas, para em um segundo momento traçar rotas que apoiem os empreendedores interessados nessas oportunidades”.
Que tipos de projetos tecnológicos estão sendo procurados?
O setor de petróleo é muito dinâmico na demanda por tecnologia, por uma série de fatores. Existe uma busca constante para desenvolver novas tecnologias, novos equipamentos que sejam mais resistentes à corrosão, ou mais leves devido às grandes distâncias. Isso se dá em particular com as características do pré-sal, que traz novas fronteiras e demandas para o segmento.
As empresas têm mostrado interesse em parcerias?
Como a demanda é imediata, é comum que sejam criadas parcerias para o desenvolvimento de tecnologias. Não dá para uma empresa fazer sozinha, porque são vários projetos simultâneos. Nesse momento o Sebrae vem se dedicando muito ao setor com o objetivo de articular parcerias entre grandes e pequenas empresas, fazendo a transição de bens e serviços tradicionais para a criação de novos produtos e soluções.
O que tem sido feito para estimular isso?
A nossa rota foi escutar o mercado de petróleo para saber demandas, necessidades e gargalos. Esta informação é trabalhada para que possamos identificar quem tem condições de desenvolver, dar encaminhamento a essa demanda, e saber que institutos e laboratórios serão necessários. Trabalhamos também com as instituições que financiam a tecnologia, porque o combustível para esse processo é o capital. O nosso papel é de articulador, para organizar o ecossistema de desenvolvimento de tecnologias e inovação para o setor de petróleo. Queremos ser um acelerador disso.
Como se deu o processo de inovação aberta, na última semana?
A inovação aberta é uma das atividades nas quais o Sebrae se junta à grande empresa para ouvir suas necessidades e traduzir isso em novos projetos. Na semana passada, tivemos logo de início a adesão de grandes companhias que desejam participar do processo. Nosso objetivo agora é iniciar as oficinas de identificação de demandas tecnológicas, para em um segundo momento traçar rotas que apoiem os empreendedores interessados nessas oportunidades. Contamos sempre com a parceria da ONIP para esses projetos, avaliando tecnologias e demandas.
Qual a expectativa para as reuniões no próximo mês?
Nós buscamos identificar empresas fornecedoras que tenham algum projeto, seja na fase conceitual ou na fase de teste, para apresentá-lo ao mercado de petróleo. Na última semana encerramos o prazo para receber essas propostas. Esse é um caminho diferente da inovação aberta, porque não parte da demanda, mas sim da existência de novos projetos.
Como as pequenas e médias empresas têm se portado?
Temos um estudo que mostra que, na cadeia do petróleo, quem mais desenvolve tecnologia é a pequena empresa. Existem diferentes fases para o desenvolvimento, e nas primeiras etapas são essas empresas que mais produzem. Mas no final do processo elas perdem espaço para as maiores. Isso acontece por questão de financiamento e de proximidade com o mercado. O processo de inovação aberta busca atingir esses pontos, e tem como objetivo potencializar essa fase das pequenas empresas.
O projeto tem trazido mudanças?
Sim, mas o que percebemos é um esforço além do que deveria ser necessário. Teríamos mais casos de sucesso se o setor fosse articulado para ajudar a pequena empresa, fazendo essa conexão dela com o mercado. Essas empresas têm muitos projetos porque atuam diretamente na atividade petrolífera, conversam com engenheiros, operadores, e pensam em soluções. Temos buscado diminuir as dificuldades para elas, realizando essa aproximação dos dois lados.
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