SEM ACORDO, PETROBRÁS E GREVISTAS FAZEM NOVA REUNIÃO NESTA TERÇA
A reunião de segunda (9) foi considerada positiva pelos dois lados da discussão, mas não levou a nenhum acordo até agora, já que a greve de trabalhadores da Petrobrás continua e por mais um dia houve perda de produção – avaliada em 115 mil barris pela companhia. A estatal divulgou um comunicado à noite, por volta das 22h, relatando as duas reuniões com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), mas não chegou a uma conclusão. No entanto, a FUP informou que pouco depois, por volta das 23h30, a Petrobrás marcou uma nova reunião para esta terça-feira (10), a partir das 11h.
A entidade sindical confirmou que participará da reunião, mas enviou uma mensagem aos trabalhadores para que a greve continue sem perder intensidade:
“A FUP volta a reiterar a importância de a categoria continuar mobilizada. Nossa greve é forte e vem ganhando novas adesões a cada dia”, afirmou a FUP em nota.
Já a Petrobrás disse que se dispôs a avançar em itens reivindicados pelas entidades sindicais e discutir aqueles não relacionados diretamente ao Acordo Coletivo de Trabalho 2015, referindo-se à pauta dos grevistas contra o plano de venda de ativos até 2019, avaliado em US$ 57,7 bilhões pela companhia.
“A empresa está aberta à negociação e a discutir as reivindicações dos representantes dos empregados. O agendamento de novas reuniões esta semana e a retomada do diálogo reforçam os esforços na busca por entendimentos para o fechamento do Acordo Coletivo de Trabalho 2015”, afirmou a estatal em nota.
Enquanto isso, segundo a FUP, as paralisações atingem 49 plataformas na Bacia de Campos, representando mais de 25% do total da produção da Petrobrás no Brasil, além de três plataformas no Espírito Santo, seis no Ceará e os campos de produção terrestre na Bahia, no Rio Grande do Norte e no Espírito Santo. As refinarias afetadas, segundo a federação, são 11: Reman, Clara Camarão, Lubnor, Abreu e Lima, Rlam, Reduc, Regap, Replan, Recap, Repar e Refap.
No entanto, até agora a produção do pré-sal permanece inalterada. Dos cerca de 828 mil barris de petróleo que vinham sendo produzidos diariamente no último relatório divulgado, nenhum deixou de ser produzido por conta da greve até o momento. A razão é que as plataformas em operação na região são de empresas estrangeiras e os contratos de afretamento são atrelados aos dias de operação. Ou seja, caso parem, as companhias deixam de receber os valores acordados, que giram na casa das centenas de milhares de dólares por dia. Além disso, os trabalhadores dessas plataformas não seriam sindicalizados ou vinculados às federações de petroleiros, o que dificulta ainda mais o alcance das entidades sobre eles.
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