SEM PILOTO, SOBREVOANDO AS PLATAFORMAS | Petronotícias




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SEM PILOTO, SOBREVOANDO AS PLATAFORMAS

A Santos Lab está em fase de testes com um novo veículo aéreo não tripulado (VANT), criado para servir à indústria do petróleo. Em 2006, o primeiro VANT a entrar em operação no Brasil, chamado Carcará I, partiu da empresa e agora o Carcará III se prepara para chegar ao mercado no próximo ano. O diretor da companhia, Gilberto Buffara, conversou com o repórter Daniel Fraiha e contou um pouco sobre o projeto.

Como foi a decisão de entrar no mercado de óleo e gás?

Estamos no terceiro projeto da família Carcará, e o nosso grau de maturidade permite que olhemos para esse possível mercado, mas ainda temos dificuldade por não existir regulamentação em relação a esse tipo de aeronave. Hoje as autoridades estão começando a discutir com mais seriedade essa regulamentação, o que permitirá a ida a novos mercados, porque até então não conseguiríamos autorização de vôo em projetos que não fossem das Forças Armadas.

Qual a diferença do Carcará III para os outros?

O Carcará I tem 1,8 kg, com autonomia de vôo de uma hora, e o II tem 4,5 kg e autonomia de duas horas. O novo, que será o Carcará III e está em fase de testes, tem 8 kg, com autonomia de três horas e meia, sendo que poderá embarcar sensores de até um quilo, enquanto o projeto anterior permite 500 gramas. O raio de ação em que o novo VANT poderá atuar é de 45 km, que é a distância máxima para que a estação de controle receba as imagens captadas pelas câmeras a bordo.

Qual será a utilização para a indústria do petróleo?

Monitorar linhas de transmissão, oleodutos, gasodutos, fazer a inspeção de queimadores de gás, o monitoramento do perímetro em torno das plataformas, entre outras coisas. É importante ressaltar que o Carcará III poderá voar com qualquer condição de tempo, faça chuva ou faça sol. Ele não tem nenhuma restrição neste sentido, ao contrário dos helicópteros, que são utilizados para fazer estes serviços hoje em dia e têm uma série de restrições. Há também um projeto de dirigível no mercado para este tipo de monitoramento, mas o nosso terá um custo melhor e não será suscetível às condições do tempo.

Já chegaram ao custo de venda do Carcará III?

Ainda estamos estimando o preço do III, mas o sistema do II, que envolve três aeronaves e uma estação de controle de solo, foi vendido a R$ 630 mil, enquanto o mesmo sistema do Carcará I ficou em R$ 480 mil. Lembrando que a Santos Lab é a empresa brasileira com mais horas de vôo quando se trata de VANT no Brasil, além de o Carcará I ter sido o primeiro VANT a entrar em operação no país, em 2006, para as Forças Armadas.

Como é a decolagem e o pouso do VANT?

A decolagem pode ser feita através de arremesso manual ou por meio de uma catapulta especial. E o pouso é feito de forma vertical, através de uma tecnologia nossa, chamada Deep Stall, que permite ao avião descer de forma semelhante à de um helicóptero.

Qual o combustível?

Pode ser movido à bateria ou à célula de combustível de hidrogênio. No caso do hidrogênio a autonomia passa a ser quatro vezes maior. Como nós fazemos projetos específicos para os clientes, customizando de acordo com as necessidades, escolhemos qual dos dois vai ser utilizado levando em conta a necessidade da empresa e o objetivo para o qual servirá o VANT.

Quando vocês devem comercializar?

Depende do avanço da legislação, mas acredito que nos próximos 12 meses deve estar saindo. Mas pretendemos começar a ir às empresas para apresentar o produto em cerca de seis meses. Estamos fazendo os últimos vôos de teste, começando o nosso esforço comercial agora, mas ouvimos várias pessoas da área para desenvolver o produto com as especificações demandadas pelo mercado.

Quais foram os desafios para o desenvolvimento da aeronave?

Desenvolver um avião totalmente estanque, e todos tem uma versão estanque, envolveu uma série de artifícios, porque é complicado evitar a entrada de águas nos sensores.

Quais são as expectativas com o produto?

Estamos preparados para fabricar até 15 kits nos próximos 12 meses, e este será um produto muito forte no Brasil, com capacidade para concorrer com os internacionais. Inclusive nossa intenção é ir para outros países, porque uma empresa como a nossa precisa ter presença internacional.

Onde vocês pretendem competir?

Existem muitos lugares em que podemos entrar com força. Sabemos que há mercados mais saturados, como os Estados Unidos e Israel, mas vários países da América Latina, da Europa e da África são interessantes.

Como pretendem fazer isso?

Podemos usar representações, fazer vendas diretas, ou utilizar a estrutura da Embraer, que é nossa parceira. Nossa parceria surgiu quando a Embraer percebeu a importância dos VANTs e se associou à Santos Lab para a fabricação de aeronaves com até 25 kg

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