SENADO CRIA COMISSÃO PARA INVESTIGAR A CPI DA PETROBRÁS
Vão apurar a apuração. Parece brincadeira, mas é o que está acontecendo no Congresso brasileiro, onde o Senado criou uma comissão de sindicância para apurar as denúncias envolvendo a Comissão Parlamentar de Inquérito, que deveria servir para investigar as denúncias contra a Petrobrás.
Depois da reportagem da revista Veja que apontou a entrega de perguntas e respostas dos senadores para a presidente da Petrobrás, Graça Foster, o ex-presidente da empresa José Sérgio Gabrielli e o ex-diretor internacional, Nestor Cerveró; o presidente da CPI do Senado e da CPI Mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (foto), do PMDB-PB, se reuniu com a Polícia Federal e pediu que a instituição também investigasse o caso, além da criação da sindicância, que terá duração de 90 dias.
A revista informou que teve acesso a um vídeo, gravado em 21 de maio, mostrando uma reunião em que o chefe do escritório da Petrobrás em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, e um advogado da empresa, Bruno Ferreira, teriam tratado do assunto. Segundo a revista, servidores da estatal redigiram respostas às perguntas que seriam feitas e repassaram o material a Foster, ao ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli e ao ex-diretor da Área Internacional Nestor Cerveró.
De acordo com a reportagem, Barrocas aparece no vídeo dizendo que as perguntas recebidas antecipadamente teriam sido formuladas pelo assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República Paulo Argenta; pelo assessor Marcos Rogério de Souza, da liderança do governo no Senado; e Carlos Hetzel, assessor da liderança do PT na Casa. A reportagem relata que a operação para preparar os depoimentos teria tido a participação do senador Delcídio Amaral, que é próximo a Cerveró e teria entrado em contato com o ex-diretor. A revista cita também o relator da CPI da Petrobrás no Senado, senador José Pimentel, que teria recorrido ao ex-presidente da Petrobrás José Eduardo Dutra e a Foster para fazer chegar às mãos de Gabrielli as perguntas e respostas do depoimento dado pelo ex-presidente da estatal em 20 de maio deste ano.
Em nota, emitida apenas três dias depois da denúncia, a Petrobrás afirmou que “garante apoio a seus executivos, e ex-executivos, preparando-os , quando necessário, com simulações de perguntas e respostas, para melhor atender aos diferentes públicos, seja em eventos técnicos, audiências públicas, entrevistas com a imprensa, e, no caso em questão, as CPI e CPMI”. O relator José Pimentel negou, também em nota publicada dias depois, ter orientado o depoimento dos investigados.
O Circo foi armado e o atual sistema encontra-se falido. Quanto mais tentam justificar os malfeitos, mais complicado fica, melhor seria o silêncio. Há que ser apeado do poder aqueles que não levaram a coisa publica a sério e se locupletaram. Vamos votar com consciência. O pleito que se aproxima é o momento oportuno para mudanças.