SENADOR DEFENDE ENERGIA NUCLEAR PARA MELHORAR MATRIZ ENERGÉTICA NO NORDESTE
A expansão do projeto nuclear brasileiro voltou a ser debatida no Senado Federal. Em tempos de recorde de consumo, com preços do MWh batendo R$ 1.777,00, o mais alto da história no país, a busca por uma matriz consistente de energia, com as usinas nucleares, voltou a ser considerada. Na verdade, os especialistas acreditam que não há outra alternativa e preveem risco de apagão a partir de 2025, caso o nosso planejamento energético continue a desconsiderar esses novos projetos. Com as térmicas produzindo energia caríssima e o esgotamento dos recursos hídricos, não haverá outra saída. Ou a EPE considera a geração nuclear ou a situação poderá sair do controle, alertam.
O Senador Armando Monteiro, de Pernambuco, trouxe o problema energético para o debate e falou sobre a sua preocupação com o abastecimento de energia para o Nordeste:
“Todos nós sabemos o quanto a energia elétrica é importante para a vida moderna e como o desenvolvimento econômico e social de um povo está intimamente associado à disponibilidade e ao uso intensivo da energia elétrica. Portanto, dispor de um sistema eficiente e capaz de garantir a energia elétrica necessária ao seu desenvolvimento em quantidade, qualidade e preços adequados, é um requisito imprescindível”, disse.
O Senador aproveitou para chamar a atenção para o risco que a região está correndo, lembrando que o crescimento do Nordeste está previsto em 40% até 2022, antes de criticar a dependência excessiva em relação às termelétricas.
“É uma premissa absolutamente questionável, porque, em sua maioria, as usinas térmicas implantadas no Nordeste não são adequadas para a produção de energia de base. Há vários meses o Nordeste vem recebendo de outras regiões, diariamente, em média cerca de 25% de sua carga, ora mais, ora menos, havendo dias em que a importação se eleva a 40%. E mais, é o caso também dos dois linhões de corrente contínua planejados para escoar a energia a ser gerada pela usina hidroelétrica de Belo Monte diretamente para a Região Sudeste. A nossa carência é flagrante. A disponibilidade no Norte existe. Então, por que temos que ficar sujeitos somente às térmicas e às eólicas, sem poder contar com energia de base em volume adequado?
O Senador Armando Monteiro propôs a mudança no Plano Decenal de Energia e defendeu a expansão da energia nuclear no nordeste:
O Plano Decenal de Energia, não obstante já tenha sido aprovado, precisa ser alterado, de modo que um desses linhões de corrente contínua partindo de Belo Monte para o Sudeste seja, de imediato, redirecionado para o centro de carga do sistema da Região Nordeste. Sob uma perspectiva de mais longo prazo, precisamos estudar um programa que contemple a energia nuclear como uma alternativa. Sabe-se que o desenvolvimento tecnológico hoje oferece claramente no mundo a indicação de que isso pode acontecer em bases absolutamente seguras e controláveis. Há países na Europa que, depois de rechaçarem a possibilidade de utilização da energia nuclear, fazem agora uma revisão e já se colocam nessa direção como, por exemplo, a Alemanha. A França adotou um programa que hoje responde por grande parte do atendimento da demanda de energia de base. Não há por que fugir ao debate. O momento das decisões é este.
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