SÉRGIO MACHADO NEGOCIA ACORDO DE DELAÇÃO PREMIADA NA OPERAÇÃO LAVA-JATO

???????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????O momento é de tempestades em Brasília, mas tudo indica que o pior ainda está por vir. Após protagonizar nesta segunda-feira (23) o primeiro escândalo de grande porte do governo interino de Temer, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado (foto) está negociando acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e pode trazer à tona novas revelações contra parlamentares em esquemas ilícitos da Petrobrás. As conversas com procuradores da Operação Lava-Jato já se encontravam em andamento quando vazaram os áudios do ministro do Planejamento Romero Jucá, mas devem agora passar por nova análise. A expectativa é de que o acordo seja firmado e enviado para homologação do Supremo Tribunal Federal (STF) ao longo das próximas semanas.

Tudo indica que a delação deve cair como uma bomba no colo do PMDB, partido ligado ao ex-líder da Transpetro. Apadrinhado do presidente do Senado Renan Calheiros, Machado se afastou da empresa em fevereiro do ano passado após a deflagração de denúncias no início da Lava-Jato, e os investigadores acreditam que sua atuação à frente de esquemas de propina pode trazer novos nomes à lista de investigados do partido que hoje ocupa a presidência do país.

Assim como Calheiros, Machado é investigado no Supremo por suspeita de envolvimento em contratos com vantagens indevidas na subsidiária da Petrobrás. O ex-presidente da Transpetro chegou a ser alvo de busca e apreensão da Polícia Federal no último mês de dezembro, em operação que também teve como alvos o então presidente da Câmara Eduardo Cunha, o atual ministro do Turismo Henrique Alves, o ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Celso Pansera e o deputado federal Aníbal Gomes, todos do PMDB.

Nos áudios vazados nesta segunda-feira, relativas a conversas com Sérgio Machado gravadas em março, antes da aprovação do processo de impeachment, o atual ministro do Planejamento Romero Jucá sugere ao ex-presidente da Transpetro uma mudança no governo federal para “estancar a sangria” causada pela Lava-Jato. O parlamentar também afirma que o envio do processo de Machado para Sérgio Moro causaria um desgaste no cenário político e defende que o governo Temer construa um pacto nacional “com o Supremo, com tudo”. “Esse país volta à calma, ninguém aguenta mais”, diz Jucá em um dos trechos.

A gravação, que indica uma atuação direta com objetivo de barrar as investigações da Lava-Jato, causou um novo turbilhão no Planalto. Segundo Jucá, os diálogos publicados pelo jornal Folha de S.Paulo são “soltos” e não apontam para qualquer ato ilícito de sua parte. Ele afirma que os trechos foram tirados de contexto e que a mudança no governo federal não teria como objetivo barrar a Lava-Jato, mas “estancar a sangria” na economia brasileira. O ministro disse que não irá renunciar.

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