ALBERTO YOUSSEF E PAULO ROBERTO COSTA ACUSAM RENAN CALHEIROS NO ESCÂNDALO DA PETROBRÁS
Quanto mais se mexe na panela da Operação Lava Jato, mais sujeira aparece para se investigar. No confronto de depoimentos desta segunda-feira ( 13) entre Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, o nome do Presidente do Senado, Renan Calheiros e do deputado Federal Anibal Gomes apareceram como tendo recebido milhões de reais fruto de propina em contratos da Petrobrás.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse em interrogatório na Justiça Federal do Paraná que Calheiros tinha o deputado federal Aníbal Gomes como seu “representante” para negociar o pagamento de propina do escândalo que está sendo apurado.
O nome do Senador já havia sido citado pelo próprio Costa, um dos principais delatores da Operação Lava Jato. Renan é alvo de três inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeitas dos crimes de corrupção passiva, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
“Ele tinha um representante lá na Petrobrás, o deputado Aníbal Gomes, que em algumas vezes negociou comigo isso [propina]. Renan não participava de reunião com empreiteiros, mas Aníbal sim” – disse Costa
Em um dos casos que motivou a abertura de inquérito contra o presidente do Senado, Paulo Roberto Costa havia informado às autoridades que Renan recebia dinheiro de empreiteiras contratadas pela Petrobrás, realizava as negociatas em sua própria casa e recolhia propina da Transpetro, subsidiária da Petrobrás então controlada por Sergio Machado, seu aliado.
Em depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-diretor da Petrobrás disse ter sido apadrinhado na Petrobras pelo PP e pelo PMDB e afirmou ter se reunido na casa do senador Romero Jucá, na casa Calheiros e também com o deputado Aníbal Gomes para discutir propina. Os três parlamentares já estão sendo investigados por suspeitas de envolvimento neste caso.
Já em seu depoimento, o doleiro Alberto Youssef disse à Justiça Federal ter realizado um pagamento de cerca de 800.000 reais em espécie ao PT – parte do dinheiro, segundo ele, foi entregue a Marice Corrêa de Lima, cunhada do ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto. O depoimento faz parte de uma das ações penais em que Vaccari é réu. Vaccari e sua cunhada negam ilegalidades.
O doleiro detalhou o pagamento da propina por orientação da diretoria da Toshiba em um contrato do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
“A única operação que eu fiz que envolveu o pagamento ao PT foi sobre uma obra do Comperj a pedido da Toshiba. Na época foi no total 800 e poucos mil reais”, afirmou
Youssef declarou que parte do dinheiro foi entregue na porta do diretório do PT em São Paulo e outra parte à cunhada de Vaccari, em espécie, em seu escritório na capital paulista. Ele disse que ter se encontrado com o ex-tesoureiro, mas afirmou que esse pagamento foi orientado pela Toshiba.
Alberto Youssef também disse que sabia que Vaccari recebia parte das da Diretoria de Serviços da Petrobrás, cujo titular era Renato Duque, também réu na mesma ação. Ele afirmou que soube por empreiteiros que normalmente essas comissões eram pagas por meio de intermédio no próprio partido.
“Foi me falado na época que era propina. O comissionamento era pago como doação”, disse Youssef.
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