SETOR DE COMBUSTÍVEIS INVESTE EM SISTEMAS DE GESTÃO PARA REDUZIR CUSTOS E GANHAR EFICIÊNCIA NA CRISE | Petronotícias




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SETOR DE COMBUSTÍVEIS INVESTE EM SISTEMAS DE GESTÃO PARA REDUZIR CUSTOS E GANHAR EFICIÊNCIA NA CRISE

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Ricardo Abe - Diretor da Unidade de Combustiveis da Mega Sistemas CorporativosO setor de combustíveis é um dos primeiros a sentir o baque da crise, pela redução imediata no consumo, que se dá principalmente sobre o diesel e a gasolina, mas é também um dos primeiros a reagir, pelas mesmas características. No momento de menores perspectivas econômicas no país, muitas empresas vêm buscando otimizar suas operações por meio de soluções da área de tecnologia da informação, com a aquisição e o aprimoramento de sistemas especiais de gestão, como os chamados ERP (Enterprise Resource Planning, na sigla em inglês). O diretor da unidade de combustíveis da Mega Sistemas Corporativos, Ricardo Abe, é um dos que apostam nessa tendência, e conta que vem apresentando os sistemas para diversos grupos do segmento desde o primeiro semestre de 2015, mas reconhece que a crise acabou paralisando algumas negociações com pequenas e médias empresas. “As empresas maiores deram continuidade e aproveitaram a oportunidade para investir em tecnologia e reduzir custos. Já as menores tiveram que postergar a decisão”, explica Abe. No entanto, a companhia continua com grandes expectativas de crescimento nos próximos anos, por conta do alto volume de recursos movimentados pelo setor. Nas contas do executivo, o segmento como um todo gerou cerca de R$ 300 bilhões em 2015, o que mantém as perspectivas positivas do grupo.

Que tipo de ganhos podem ter as empresas que adotam sistemas de gestão empresarial no setor de óleo e gás?

Os ganhos são diversos, dependendo do ponto de vista. Quando falamos de operação, há um ganho no planejamento logístico, de entregas. É possível trabalhar melhor a capacidade de definição dos caminhões, por exemplo, porque ele consolida toda a informação e reorganiza da melhor forma. Quando nós falamos em termos de resultado da empresa, há um maior controle de custos e uma análise mais detalhada do resultado. Consegue-se saber de imediato o ganho financeiro do produto, a rentabilidade em cima da condição de pagamento, questões de frete etc. O ganho está também nas negociações de compra, de venda, análise de crédito, de negociação de seguro etc. Na área de combustíveis, por exemplo, trabalha-se com um volume muito alto, e uma margem muito pequena, então esse controle de custos é fundamental para aumentar a rentabilidade.

Já não é comum o uso desse tipo de sistema?

Depende do segmento. As empresas de pequeno e médio porte têm mais dificuldade, até porque não há muita oferta no mercado. Algumas usam algum sistema de controle mais cru, fazendo o controle no Microsoft Excel, por exemplo. O segmento de combustíveis tem uma legislação mais agressiva e requer mais controle. Nossa ferramenta atende toda a necessidade da legislação. Com nossos sistemas, não há a necessidade de retrabalho, por conta de redigitação e controles paralelos, cálculos feito de forma mais primária, entre outros fatores que levam a relatórios menos aprimorados e menos ágeis, que têm um maior risco de erro também. Além de evitar um grande volume de arquivos espalhados, o que pode ser um problema complexo.

Quais os principais clientes da Mega Sistemas na área?

São vários. Entre eles, o Grupo Dislub Equador, que possui várias empresas no segmento – desde uma fábrica de Arla 32 até uma rede de postos –, e que movimenta cerca de R$ 3 bilhões por ano; o grupo Cacique, no Pará, que é o que domina a região; uma multinacional no Rio, que não podemos divulgar o nome, que movimenta da ordem de bilhões, dentre outros.

Houve algum aumento na demanda por esse tipo de sistema recentemente?

Na verdade, com o advento da nota fiscal eletrônica, e outras necessidades burocráticas do setor, que demandaram uma digitalização maior, gerou-se uma busca maior por esses sistemas nas empresas. Percebemos que a partir do segundo semestre de 2015 houve uma contração no mercado. Hoje sabemos que praticamente metade do combustível consumido no país é de óleo diesel, mas, como houve essa retração na economia, o consumo de diesel foi afetado e o segmento como um todo também.

O setor de combustíveis tem buscado mais soluções na área de TI para reduzir custos e ter ganhos em produtividade?

Na verdade, temos dois tipos de cliente. Um que realmente está aproveitando a crise para investir em sistemas, aumentar esses controles, e outros que estavam em negociação, mas disseram que precisariam postergar o fechamento, por se verem com o orçamento muito afetado. Essa segunda opção é o caso mais comum, mas as empresas maiores deram continuidade e aproveitaram a oportunidade para investir em tecnologia e reduzir custos. As menores tiveram que postergar a decisão.

Qual a média de custo e prazo para a implantação?

É muito variado, de acordo com o porte da empresa. Como trabalhamos com os sistemas ERP (Enterprise Resource Planning, utilizados para gestão empresarial), podemos incluir desde a parte financeira até a folha de pagamento. Então tem sistemas que podem sair por desde R$ 60 mil, R$ 70 mil, até a ordem de alguns milhões de reais. Então é muito abrangente. Geralmente o projeto se inicia com alguns processos e pode ganhar novo escopo com o tempo e com o interesse da empresa.

Quais são as principais barreiras encontradas para uma maior disseminação dos sistemas?

A maior barreira é o desconhecimento do ERP. É difícil encontrar gestores de pequenas e médias empresas que entendam o funcionamento e compreendam os benefícios que eles podem gerar. Então a gente faz demonstrações, explica como é o funcionamento dos sistemas, o conceito do trabalho e tentamos mostrar como as áreas da empresa serão integradas, assim como a forma de distribuir melhor as informações pelo sistema, para chegar à redução dos custos e ao ganho de produtividade e eficiência. Quando os clientes começam a visualizar a operação deles no sistema, muda um pouco de figura.

Quanto o setor de combustíveis representa para a Mega sistemas?

Hoje está em cerca de 5%. Como a empresa já é referência no setor de manufatura, o de combustíveis não é o mais representativo. De uns três anos para cá, foi criada uma unidade específica para a área de combustíveis, que antes era misturada com outros segmentos, e estamos investindo pesado. São pouco agentes regulamentados pela ANP e o movimento é muito alto. Para se ter ideia, em 2015 houve movimentação de cerca de 110 a 120 bilhões de litros no ano, com cerca de R$ 300 bilhões de reais.

Qual a expectativa e previsão de crescimento da empresa no setor para os próximos anos?

Estamos otimistas em relação ao segundo semestre. No início do ano, já tivemos alguns sinais de recuperação pequena e, com o desenrolar da crise política, a economia deve voltar a crescer. Esse segmento é um dos primeiros a reagir, com a volta do consumo maior dos combustíveis. Então estamos otimistas, vamos continuar investindo, mas ainda não estamos fazendo projeções.

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