SETOR DE ENERGIA SE REÚNE COM MINISTRO VIA INTERNET FAZ REIVINDICAÇÕES E RECEBE GARANTIA DE MANUTENÇÃO DOS INVESTIMENTOS PÓS COVID19

Um encontro sem precedentes na história recente do Brasil. O Ministro de Minas Energia, Bento Albuquerque,  reuniu-se durante duas horas,  via internet, para ouvir os dirigentes de todas as associações ligadas ao setor elétrico. Foram 80 pessoas participando. Cada uma delas levando sua reivindicação, sua sugestão. O momento em que o país vive, em função da epidemia do Coronavírus, foi o motor deste encontro. Já na abertura o Ministro falou dos impactos no setor de energia como um todo, lembrando que o cronograma de obras, de manutenção, teria o mínimo de impacto possível.

O ministro falou sobre o Comitê criado pelo governo para acompanhar diariamente a evolução da epidemia no país e anunciou a criação de um subcomitê setorial que vai tratar de prováveis impactos no segmento de energia. Cada associação participante teve um prazo de três minutos cada uma para falar sobre o que estava acontecendo em seus setores, fazer  suas abordagens,  reclamações e trazer sugestões. No final, o Ministro Bento Albuquerque, teve um perfil perfeito do que estava acontecendo em todo segmento. E aproveitou para anunciar que todos os leilões fosse no setor elétrico, fosse no setor de petróleo&Gás estavam simplesmente adiados e não cancelados.

Coube a ABDAN – Associação Brasileira de Desenvolvimento das Atividades Nucleares – abrir o espaço para fazer um perfil do que estava acontecendo no segmento. O presidente da Associação, Celso  Cunha,  mostrou que a preocupação maior neste momento é a supervalorização do dólar e  do Euro em relação ao moeda brasileira, o consequente impacto nas importações de insumos, na manutenção de equipamentos, na vinda e permanência de técnicos estrangeiros para inspeções e manutenções, elevando o custo significativamente. Ele abordou a própria obra de Angra 3, que acabou de ter anunciada a liberação de uma verba de R$ 1 bilhões para o reinício dos trabalhos.

Outra preocupação do setor nuclear é a manutenção do Plano Nacional de Energia 2050. A confirmação desse planejamento está na expectativa de sua manutenção, já que o próprio ministério tem um Plano D+1, que seria colocar em prática as prioridades depois do primeiro dia pós Coronavírus. A reivindicação da ABDAN, que foi acompanhada  pela ABEN, que também esteve presente na reunião, era que o PNE 2050 seja mantido. A ideia é  trabalhar a consulta pública, porque o setor nuclear brasileiro andou em uma marcha bem reduzida durante muitos anos, esteve se preparando para aquecer novamente, e  precisa de previsibilidade, de cenários futuros para se planejar.

As associações  presentes falaram na modernização do setor elétrico, receberam a positividade do ministro, que garantiu foco em Angra 3 e  Luz para Amazônia. Mas, em sua maioria, revelaram uma preocupação acentuada na inadimplência dos consumidores. Há um sério problema de fluxo de caixa nas empresas distribuidoras. Houve também quem defendesse o fim dos subsídios nos custos, que até agora está apenas no conta do consumidor e que ele seja rateado para todos.

A preocupação com a inadimplência das distribuidoras parece se de toda cadeia, já que ela também vai chegar nas empresas de transmissão e, obviamente, nas empresas de geração de energia, além de toda cadeia de fornecedores de equipamentos e de serviços. O ministro ouviu a proposta do governo alongar os financiamentos dos projetos  e financiar essa inadimplência, recebendo de volta esse dinheiro, a medida que as pessoas fossem honrando seus compromissos.

O término da reunião, extremamente produtiva, foi uma fala clara do Ministro Bento Albuquerque, lembrando que ninguém sabe quando essa crise se encerrará. Reforçou a retomada do planejamento para o setor no Dia D+1 e que o ministério, a exemplo da reunião, quer manter o diálogo e transparência de todas as decisões que deve ser dentro do conjunto e do bom senso.