SETOR DE ÓLEO E GÁS DEVE MOVIMENTAR R$ 600 MILHÕES NO MERCADO DE SEGUROS ESTE ANO | Petronotícias




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SETOR DE ÓLEO E GÁS DEVE MOVIMENTAR R$ 600 MILHÕES NO MERCADO DE SEGUROS ESTE ANO

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Paulo Niemeyer, diretor da AON SegurosOs riscos associados à cadeia de exploração e produção de petróleo sempre foram grandes e, com o aumento das lâminas d’águas em que as operadoras perfuram, cada vez mais seguros devem ser contratados pelo setor. Em 2012, a área upstream, que responde pela maior parte dos prêmios pagos pelo segmento de óleo e gás, respondeu por R$ 450 milhões no Brasil e este ano o montante deve saltar para R$ 600 milhões, de acordo com o diretor de óleo e gás da Aon, Paulo Niemeyer. O executivo conta ainda que a expansão das atividades no pré-sal, outro grande fomentador do mercado de seguros, deve gerar uma demanda muito maior pela participação das resseguradoras nas contratações de apólices, para distribuir os riscos. Niemeyer acredita que as três rodadas da ANP realizadas em 2013 podem gerar um crescimento anual acima de 30% no mercado de seguros daqui a três ou quatro anos, e lembra que a vinda de novas companhias de fora ainda pode surpreender: “não sei ainda como as chinesas lidam com a área de seguros, por exemplo”.

Que tipos de serviços a empresa fornece ao setor de óleo e gás?

A Aon é uma empresa de consultoria de riscos e corretagem de seguros. Fazemos todo trabalho de identificação dos principais riscos associados às atividades das empresas, tratamento desses riscos e mitigação – através da contratação de seguros ou através de outras ferramentas da própria empresa, como sistemas de segurança, de diligência de riscos, planos de contingência etc.

Qual a participação do setor de óleo e gás nos negócios da Aon?

Se formos considerar toda parte upstream e downstream, representa cerca de 5% do faturamento da Aon Brasil, sendo que temos 20% de Market Share. Mundialmente, temos cerca de 40% de Market Share. É representativo, porque a Aon atua em todas as unidades de riscos operativos do mercado de seguros.

Quais serviços têm rendido mais para a empresa na área?

Os seguros que têm mais representatividade em termos de prêmio são os de controle de poço e os para atividades de construção.

Tem crescido nos últimos anos a procura por seguros e resseguros no segmento?

Os seguros de óleo e gás apresentaram um crescimento da ordem de 20% a 30% por ano nos últimos três, quatro anos, em termos de volume de prêmio emitidos. De 2010 para 2011, o mercado dobrou em volume de prêmio, passando de R$ 155 milhões para R$ 400 milhões somente no upstream.

Como a Aon avalia os riscos e a atratividade do setor para o mercado de seguros? Como essa atratividade se dá quando se tratam de operações no pré-sal?

Os riscos de petróleo e gás variam muito em cada área de atuação. Têm desde riscos baixos até catastróficos, dependendo de cada operação. Terrestre tem riscos menores, obviamente, do que em águas profundas, onde os valores envolvidos são muito maiores. Com as novas rodadas de licitação, a tendência é que haja mais empresas estrangeiras investindo no país, gerando mais atividades, mais investimentos em infraestrutura e isso vai movimentar todo o mercado.

Foram desenvolvidos critérios de avaliação especiais para a venda de seguros relativos às operações do pré-sal?

Os riscos do pré-sal vão demandar os mesmos seguros que outra atividade em outras áreas. A diferença é que os limites de cobertura que as empresas vão precisar contratar serão muito maiores, então vai acabar demandando uma participação do mercado ressegurador muito maior. Vai ter que ser feita uma analise mais criteriosa. Mas não vemos o fato de a Petrobrás ser a operadora única como um ponto negativo, porque ela é reconhecida pela expertise em operação em águas profundas.

Existe um teto para o prêmio pago em caso de problemas?

Existe um teto que é o máximo de capacidade de cobertura disponível no mercado global. O acidente da BP, em 2010, teve um prejuízo estimado em US$ 20 bilhões. Mesmo que tudo estivesse segurado, o mercado não teria capacidade para assumir esse valor. Hoje a capacidade global do mercado segurador e ressegurador para riscos offshore gira em torno de US$ 4 bilhões por risco. A Petrobrás, por exemplo, paga pelo programa de seguros aqui no Brasil algo em torno de US$ 100 milhões por ano e é o maior programa do Brasil. O único seguro exigido pela ANP é o seguro-garantia, os demais são por conta própria das empresas. Então cada empresa contrata o limite que acha adequado. Eu não sei ainda como as chinesas lidam com a área de seguros, por exemplo.

A Aon foi consultada por algum dos participantes do leilão de Libra antes ou depois da rodada?

Conversamos com algumas empresas, mas as com quem conversamos não saíram vencedoras no leilão.

Regiões de grandes correntezas e com grande sensibilidade em termos ambientais, como as concedidas na 11ª rodada, na Foz do Amazonas, são tratadas de maneira diferente na hora da venda de seguros?

Na Margem Equatorial, o maior risco é que não se tem um conhecimento geológico tão grande como em outras áreas, como na Bacia de Campos, mas isso obviamente é levado em consideração pelo mercado. O seguro é muito avaliado pela experiência das empresas que estarão atuando e quem será a operadora, além das características dos poços. Fazemos seguros em todas as fases do poço, desde o poço exploratório, até poços abandonados, com risco bem menor.

Quanto o setor de óleo e gás movimentou na área de seguros em 2012 no Brasil? Qual a previsão para 2013?

A área Upstream, mais significativa, movimentou prêmios de R$ 450 milhões em 2012. A estimativa para fechamento de 2013 é algo em torno de R$ 600 milhões. Acredito que em 2014 o crescimento do mercado deve continuar nesse patamar, em torno de 20% a 30%. Esses leilões deste ano, em três anos, devem começar a gerar um crescimento até maior do que isso.

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