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SETOR NUCLEAR BRASILEIRO PODE ENFRENTAR DESMONTE TOTAL ATÉ MARÇO CASO O CNPE DECIDA NÃO CONCLUIR ANGRA 3

angra3O setor nuclear brasileiro vive dias de apreensão e grande expectativa. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) deve realizar uma reunião extraordinária no dia 18 deste mês para selar o destino da usina nuclear Angra 3. No entanto, o que estará nas mãos do colegiado vai muito além da conclusão da terceira planta nuclear brasileira. Segundo apuração do Petronotícias, caso o CNPE decida abandonar as obras de Angra 3, o setor teme sofrer um total desmonte até março. O que se ouve nos corredores do mercado é que se o governo abandonar a ideia de concluir a usina, não estará apenas enterrando os R$ 12 bilhões já investidos no projeto, mas também estará jogando um pá de cal em toda a indústria nuclear brasileira.

Algumas empresas internacionais do setor nuclear já encerraram suas operações no Brasil devido à demora na definição de novos projetos no país. Nos bastidores, comenta-se que a falta de uma sinalização clara do governo tem desestimulado investidores estrangeiros. Um reflexo evidente desse cenário é a dificuldade do país em transformar promessas em realidade.

O Plano Nacional de Energia (PNE) 2050, lançado no fim de 2020, durante o governo Jair Bolsonaro, previa a construção de oito a dez novas usinas nucleares. No ano seguinte, o Planalto  anunciou a inclusão de uma usina nuclear no Plano Decenal de Energia (PDE) 2031. No entanto, quatro anos depois e com a mudança para o governo Lula, nenhum avanço concreto foi feito para tirar esses projetos do papel.

Projeção de como ficará a Central Nuclear de Angra dos Reis após a conclusão de Angra 3

Projeção de como ficará a Central Nuclear de Angra dos Reis após a conclusão de Angra 3

Outra crítica comum no setor nuclear é que as discussões de Angra 3 no CNPE, que deveriam ser centrais no colegiado, acabaram vinculadas aos interesses do governo no Conselho de Administração (CA) da Eletrobrás. Como já é de conhecimento do mercado, a Eletrobrás é sócia do projeto de Angra 3 e tem o interesse de se desvincular da obrigação de fazer aportes na usina. O Planalto, por outro lado, quer ganhar mais uma cadeira no CA da Eletrobrás.

Essa troca de interesses acabou envolvendo Angra 3. Um acordo entre o governo e a Eletrobrás mediado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) prevê a conclusão dessa negociação até 16 de fevereiro.

Enquanto isso, a Eletrobrás já convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para 26 de fevereiro, na qual pretende criar uma nova cadeira no Conselho de Administração para o governo federal. Com isso, o colegiado passaria a ter 10 membros, sendo três indicados pelo governo – que hoje conta com dois assentos entre os nove conselheiros. Além disso, também está em negociação um assento para a União no Conselho Fiscal da companhia.

A tarifa proposta para Angra 3 em um estudo do BNDES está estimada em R$ 653,31 por megawatt-hora (MWh). Esse valor é similar à tarifa de referência definida pelo CNPE em 2018 (R$480,00, em valores da época, que atualmente correspondem a R$ 639,00). Já o custo para finalizar a construção da planta foi avaliado em torno de R$ 23 bilhões.

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Michel JAILLETSundaKatiaMarcosDelfino Recent comment authors
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Bernardino N. Nascimento
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Bernardino N. Nascimento

Maior o atraso, menos mão de obra com experiência para construção da usina. Também está em jogo a passagem das experiências de Angra 2 para os mais jovens dando continuidade ao plano nuclear onde o mundo retoma com força novas centrais nucleares.

Katia
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Katia

Ai desgraçapu mesmo. Os jovens de hoje ? De acordo com estudos é só pesquisar no Google,essas tais experiências não querem compromisso com nada .
Moro em Angra dos Reis e me preocupo muito com esse assunto , ja que gosto muito de viver aqui e não gostaria de ir embora.

Dráusio Lima Atalla
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Dráusio Lima Atalla

A tese de que o setor nuclear seria desmontado caso Angra 3 não tenha autorização para prosseguir não se sustenta, pois a obra já está parada há 30 anos,com alguns rompantes logo extintos por colapso do fluxo de caixa, sem que o setor nuclear fosse desmontado. A questão da troca de interesses da Eletrobras e governo é relevante, entretanto talvez a Eletrobras queira sair de Angra 3 por saber que a usina é inviável, inconstruível por n+1 motivos de conhecimento geral, além de ter sido jogado sal sobre ela. Nada nasce. Quanto a empresas internacionais perderem interesse se explica por… Read more »

Claudio
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Claudio

Faz L. Cambada

Marcos
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Marcos

Foram vocês que privatizaram a ELETROBRÁS! Com isso, as empresas Nucleares, que produzem energia mais cara e confiável, notadamente nos períodos de seca, foi abandonada e não pode sobreviver sozinha como está. Vai estudar um pouco e ver como a privatização afetou o outrora maior setor elétrico do mundo. Caso isso aconteça, acho bom você comprar um pacote de vela e bastante fósforo, pois muito em breve vai faltar energia, nos períodos de seca. Claro que isso vai impactar a tão combalida indústria nacional. Entendeu, ou preciso desenhar?

Dráusio Lima Atalla
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Dráusio Lima Atalla

As empresas que fomentam o segmento nuclear via ABDAN através de Angra 3 há décadas poderiam reavaliar sua estratégia. Angra 3 é passado, ambicioso, desproporcional, maior do que nossa capacidade, além de nossas possibilidades. Angra 2 deveria servir de exemplo, 20.anos para ser construída, muito, muito além do orçamento. Então, a Alemanha estava no negócio, já não está mais. Talvez o desacoplamento entre as empreiteiras, que construíam e montavam, e o estado, que financiava e garantia o fluxo de caixa, tenha impedido que as empreiteiras se inteirassem dos meandros financeiros e economicos demandados prla super usina alemã com sobre sobre… Read more »

Delfino
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Delfino

O Brasil precisa entender que energia nuclear é:
Aclimática, nova matriz energética, tecnologia de ponta, parte integrante de energia no mundo pois nem todo lugar tem rios para hidrelétricas, é energia limpa, gera empregos diretos e indiretos, gera conhecimentos para o domínio pleno de energia atômica até para fins bélicos ( não se iludam, é necessário),apoia outras fontes de energia para maior potencial industrial do país e pra terminar o investimento será recuperado ao longo do tempo portanto viável. O RESTO É SÓ FALTA DE VISÃO HOLISTICA E/OU INTERESSES ESCUSOS DE PESSOAS QUE NÃO PENSAM NO PAÍS, MAS EM SI MESMAS.

Sunda
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Sunda

A ferreira guedes Agis atrasou 2 anos e jao fez nada tbm.
So piorou esse consórcio ferreira guedes matricial adtranz

Michel JAILLET
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Michel JAILLET

Voces podem ler e ouvir pelo internet (you tube) que analist concordam agora de demonstrar que se a situação na Europea acontece ruim ( principalmente na França e Almanha) tem por principais razoes que durante 30 anis a França fiz nada pra continuar seu projeto nuclear mesmo que a França parou duas plantas de 900 Mw viavel por mais de 10 anos e fechou o reator rapido demonstardor que nos poderiamos fechar o ciclo do combustivele e que so na França temos recursos por quatro seculos ao minimomo. Quanto a almanha ela vem de realisar que ela vai pagar caro… Read more »