SIEMENS APRESENTA TECNOLOGIA DE GERAÇÃO DE ENERGIA MAIS ECONÔMICA PARA PLATAFORMAS DURANTE A OTC BRASIL | Petronotícias




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SIEMENS APRESENTA TECNOLOGIA DE GERAÇÃO DE ENERGIA MAIS ECONÔMICA PARA PLATAFORMAS DURANTE A OTC BRASIL

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

Claudio MakarovskyA OTC Brasil entra hoje (30) em seu segundo dia com muitas novidades a caminho. No quesito tecnologia, um dos destaques desta quarta-feira ficará com a Siemens. O head de vendas de Oil & Gas do grupo no país, Claudio Makarovsky, apresentará tecnologias desenvolvidas pela empresa que permitem levar o ciclo combinado para dentro dos FPSOs. O executivo detalha que a novidade trará uma economia de até 30% no consumo de gás na plataforma, além de abrir novos horizontes para as companhias que exploram áreas offshore. “Atualmente, existe um prospecto no pré-sal cujo reservatório é de 700 bar [medida de pressão] e que precisa reinjetar todo o gás, porque não teve ainda uma alternativa de monetização para esse combustível”, afirmou. “A única alternativa foi instalar um compressor de potência maior. Serão necessários quase 1.000 bar para poder reinjetar todo o gás. Esse delta a mais de energia foi fechado com ciclo combinado, além de turbinas de maior potência”, explicou Makarovsky. O executivo também traçou um panorama da atuação da Siemens em outro importante segmento, o de digitalização, além de ter feito uma previsão de que, em 2021, o setor de óleo e gás vai voltar a demandar equipamentos no mesmo ritmo observado em 2010. 

O que a Siemens está apresentando ao mercado durante a feira?

Fisicamente, estamos com um stand onde dois dos nossos clientes [PetroRio e SBM], que estão atuando fortemente na área de digitalização, aceitaram o desafio de convocar os “hackers do bem”, como nós os chamamos, para utilizar a plataforma MindSphere. Trata-se do ecossistema de Internet das Coisas na nuvem da Siemens. São cerca de 40 desenvolvedores participando desse Hackathon para desenvolver aplicativos em cima de dois desafios dos clientes. Isso tem sido uma prática, principalmente nessas novas tecnologias onde a co-criação é mandatória.

Além disso, nesta quarta-feira, também estaremos participando da “FPSO Arena”, onde vou falar de um assunto bastante interessante e quase que único.

O senhor pode nos antecipar esse assunto que será abordado?

Hoje, no mercado, estamos falando muito de redução de pegada de carbono e redução de footprint de CO2. Como estamos em uma feira de offshore, vou hoje apresentar como um FPSO pode reduzir até 400 mil toneladas de carbono para uma operadora, trazendo  algumas tecnologias que são inéditas.

Quais são essas tecnologias?

Por exemplo, as térmicas em terra trabalham com o chamado ciclo combinado. O gás é queimado em uma turbina, gerando energia. O que sai da chaminé [gases de exaustão], com uma altíssima temperatura, é colocado em uma caldeira para gerar vapor. Depois, esse vapor aciona uma turbina a vapor, também gerando energia. Com isso, você gera 30% a mais de potência.

Nós conseguimos desenvolver o chamado Ultra Light Combined Cycle para navios-plataformas. Assim, os FPSOs passarão a ter ciclo combinado no topside, gerando uma economia de até 30% de consumo de gás. E com a eficiência 30% maior, a capacidade de geração será também 30% maior.

Vamos falar também de queima de hidrogênio no gás natural e até turbinas queimando 100% de hidrogênio. São as novidades para o offshore.

Como surgiu a ideia de desenvolver essa tecnologia?

A indústria está chegando a um limite. Em função das aplicações dos reservatórios, estamos precisando de mais equipamentos no topside de uma plataforma. Obviamente, mais equipamentos demandam mais energia. Porém, temos limitações no Brasil. Existe uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente [Conama] que isenta térmicas, até 100 MW de capacidade instalada, de monitorar emissões.

Essa é uma limitação que é utilizada em térmicas em terra, onde há população em volta. Uma usina não expele só gás carbônico, mas também emite os NOX, dependendo do tipo de combustível. Até 100 MW de potência, os níveis de emissão são tão baixos que não é preciso monitorar.

Essa regra vale para o offshore também, o que não faz muito sentido, já que o contingente que vive no FPSO não é fixo. Ele é trocado a cada duas semanas. Contudo, nos FPSOs que estão vindo por aí serão necessários 160 MW. A alternativa foi aumentar a potência instalada sem ter que monitorar as emissões. Como? Utilizando o ciclo combinando.

Quais os horizontes serão abertos para a indústria com esta nova tecnologia?

fpso-solAtualmente, existe um prospecto no pré-sal cujo reservatório é de 700 Bar [medida de pressão] e que precisa reinjetar todo o gás, porque não teve ainda uma alternativa de monetização para esse combustível. Então a única alternativa foi colocar um compressor de potência maior. Serão necessários quase 1000 bar para poder reinjetar todo o gás. E aí esse delta a mais de energia foi fechado com ciclo combinado, além de turbinas de maior potência.

Além dessa novidade para FPSOs, queria que falasse sobre como a Siemens está atuando em digitalização aqui no Brasil.

A Siemens lançou, há quatro anos, o MindSphere. É um ecossistema onde o parceiro recebe os API [instruções e padrões de programação para acesso a um aplicativo ou software] para desenvolver aplicativos. Se um programador tem uma boa ideia e quer desenvolver um app, ele pode fazer parte do MindSphere. Existe uma equipe que vai avaliar aqeuela ideia. Passando por esse primeiro crivo, o desenvolvedor receberá acesso ao MindSphere e os APIS para realizar o desenvolvimento.

Terminado esse desenvolvimento, passa pelo crivo da nossa equipe novamente. A Siemens ajuda a marketear esse aplicativo. Ele pode ser depositado no market place da nossa empresa ou em outros parceiros, como o Accenture.

Depois de um investimento de alguns milhões de dólares, temos no Brasil o MindSphere Application Center, que fica em nossa fábrica de Jundiaí ( SP). Lá aconteceu um grande Hackathon e uma das gratas surpresas foi o Emanuel, um garoto de 14 anos que desde os 9 desenvolve aplicativo para Android. Isso mostra que, hoje em dia, não é preciso ser um pós-doc para desenvolver algo disruptivo.

Para encerrar, quais são as perspectivas com o mercado de óleo e gás?

Nós temos uma previsão bastante concreta, antes dos leilões que vão acontecer na próxima semana, de 30 novas plataformas até 2030. Levando em consideração que três anos antes do primeiro óleo começam as contratações, vamos ter de três a quatro plataformas, em média, sendo contratadas por ano, com seus 20 módulos, Surf (Subsea, Umbilicals, Risers e Flowlines) etc. Isso significa que lá para 2021 teremos um mesmo volume que estávamos em 2010.

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