SIEMENS ENERGY AVANÇA NOS PREPARATIVOS DE EQUIPAMENTOS PARA BÚZIOS 7 E ESTÁ OTIMISTA COM O MERCADO DE HIDROGÊNIO | Petronotícias




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SIEMENS ENERGY AVANÇA NOS PREPARATIVOS DE EQUIPAMENTOS PARA BÚZIOS 7 E ESTÁ OTIMISTA COM O MERCADO DE HIDROGÊNIO

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

DSC_0021Depois de ter concluído recentemente a entrega de skids para o projeto de Mero 3, no pré-sal da Bacia de Santos, a Siemens Energy está realizando preparativos para começar a executar outro importante projeto no setor de óleo e gás do Brasil. Em entrevista para o Petronotícias, o diretor executivo e Head de Industrial Applications da empresa no país, Arthur Pereira, contou um pouco sobre os próximos passos dentro do projeto de fabricação de 14 skids para o FPSO P-78 (Búzios 7). “Nesse momento, estamos na fase de planejamento final, começando a execução e montagens. Também estamos trabalhando com toda a parte de logística, entrega e aprovação de engenharia. Estamos em um momento de início de ramp-up”, declarou. O executivo também comentou que a companhia está com boas perspectivas de conquistar, no futuro, novos negócios para fabricação de equipamentos em suas instalações no Brasil. “Eu acredito que a demanda está mais aquecida e virá aqui no Brasil, principalmente, dos FPSOs”, avaliou. Por fim, Pereira também demonstrou otimismo em relação a possíveis novas oportunidades dentro mercado de hidrogênio limpo.

Para começar, poderia falar um pouco da participação da Siemens Energy no projeto Mero 3?

fpso solO escopo de entrega para o projeto de Mero 3 foi composto por 11 skids. Esse contrato foi feito praticamente todo no Brasil, sobretudo a parte de geração e compressão, em nossa fábrica em Santa Bárbara d’Oeste (SP). Eu assumi a área de Industrial Applications da Siemens Energy no Brasil em julho do ano passado, ou seja, durante o período em que a fábrica estava no ramp-up da montagem desses skids. Foi um período com muitos desafios por conta da pandemia. Tivemos que trabalhar muito por conta de impactos externos, tais como frete, entregas etc. A empresa trabalhou em dois turnos para entregar o projeto dentro do prazo. Felizmente, conseguimos cumprir o calendário e tivemos bastante sucesso. A nossa última entrega dentro desse contrato aconteceu em abril. 

Tendo em vista a relevância de Mero dentro do portfólio da Petrobrás, como a Siemens Energy avalia a importância de ter participado desse projeto?

É importante destacar a visão estratégica desse mercado. O Brasil possui o maior setor offshore do mundo. Por isso, é um diferencial para uma empresa poder participar desse mercado, oferecendo equipamentos com conteúdo local, contribuindo com engenharia e fazendo toda a logística. Eu costumo dizer que, atualmente, são estratégicas dentro da companhia questões como os desafios de frete no mundo pós pandemia e as complicações atuais na Europa. A Siemens Energy se orgulha de agregar valor e oferecer soluções aos seus clientes. O mercado reconhece que a Siemens Energy tem muita tecnologia para oferecer ao setor offshore. 

Olhando agora para o futuro, poderia falar um pouco do cronograma de execução das entregas de equipamentos para o projeto Búzios 7?

No caso específico de Búzios 7, a parte de compressão é toda feita no Brasil, enquanto o conjunto de turbogeradores será executado nos Estados Unidos. Serão 14 skids, sendo que quatro deles serão fabricados em Houston e 10 conjuntos de compressão no Brasil. Nesse momento, estamos na fase de planejamento final, começando a execução e montagens. Também estamos trabalhando com toda a parte de logística, entrega e aprovação de engenharia. Estamos em um momento de início de ramp-up

Tendo em vista essas entregas de equipamentos produzidos pela empresa no Brasil, como está a perspectiva da Siemens Energy em relação a novos projetos com conteúdo local?

Siemens-Energy-Wants-to-Earn-Billions-with-HydrogenA Siemens Energy é a empresa mais preparada para cumprir os requisitos de conteúdo local e, obviamente, a atender à demanda de FPSOs que está por vir. Além de termos o nosso site em Santa Bárbara d’Oeste, a Siemens Energy tem um corpo de engenharia muito forte. Por exemplo, a antiga Chemtech pertence hoje à Siemens Energy como uma área de Solutions. Então, devemos ter mais de 300 engenheiros no Brasil. A empresa dispõe ainda de uma área em Mauá que faz a parte de serviços. Ou seja, temos uma estrutura fortíssima. Então, estamos muito preparados nesse quesito.  

E de que forma vocês avaliam a demanda atual no setor de óleo e gás? E de qual nicho, especificamente, essa demanda viria?

Eu acredito que a demanda está mais aquecida e virá aqui no Brasil, principalmente, dos FPSOs. Globalmente, há uma demanda onshore grande de pacote de CO2 nos Estados Unidos. Você tem ainda um pacote de carbono muito grande na Europa também. Mas no Brasil, sem dúvida, a demanda maior vem do mercado de FPSOs. 

Gostaria de falar também um pouco sobre o mercado de hidrogênio verde no Brasil. Quais são as soluções que a empresa pretende apresentar para esse setor aqui no país?

hidrogenioO Brasil tem a maior matriz verde do mundo, com 60% de hydro e 20% entre wind e solar. Então, o nosso potencial para produzir hidrogênio verde é, provavelmente, maior do que o de qualquer outro país do mundo. É algo que podemos explorar para criar subprodutos, como amônia. O país precisa entrar numa agenda e olhar o hidrogênio como oportunidade, porque o Brasil tem um potencial imenso nesse segmento. Na minha opinião, as empresas que se diferenciarão nesse mercado serão aquelas que conseguem dar a solução como um todo, desde a engenharia até o equipamento. Esse é um dos focos da Siemens Energy. É um mercado que tem tudo a ver com a nossa empresa: desde a tecnologia até a descarbonização.

Em todo o mercado, é sempre muito importante ter previsibilidade e demanda. Na minha visão, isso é o mais importante. Quando você cria uma visão de longo prazo com uma demanda constante, é aí que surge toda uma cadeia de suprimentos. Hoje, cada vez mais, cadeia de suprimentos é um tema estratégico para a empresa. O conjunto formado por clientes, capacitação, rede de fornecedores, logística, regulamentação e condições favoráveis fará esse setor de hidrogênio florescer no Brasil.  

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